Dois dias depois
As coisas entre Malu e dona Flávia continuavam complicadas.
Malu: Chega, cara. Vai ficar implicando com tudo mesmo?
Flávia: Como assim, Maria Luiza Dorneles? Honre seu sobrenome, somos de uma família nobre de Copacabana. Favelinha não é pra gente
Malu: A "favelinha" -fez aspas com as mãos- me acolheu, é minha casa agora
Natália chegou ali invadindo, a confusão diária com a mãe era tanta, que nem percebeu o quanto sua amiga estava longe esses dias
Malu: Oi sumida. Saudades. Onde estava? - a abraçou -
Flávia: Pronto, outra favelada - sussurrou -
Nat: Com o Rafa
Malu: Ah sim. Essa é a minha mãe
Nat: Sua mãe? Tá de zoa. Caraca, moleque
Flávia: Que linguagem de bandido, heim. Que amizades, senhorita Dorneles. Quanta vergonha, Meu Deus
Malu: Flávia...
Nat: De boa, Malu. Deixa isso
Silêncio
Malu: O que foi, Nat? Tá me escondendo algo?
Nat: É, você me conhece bem - mordeu o lábio
Malu: Fala, Natália.
Natália puxou de sua bolsa um convite de casamento
Malu: Casamento?
Ela abriu o convite rápido
Malu: Você e o Rafael vão se casar?
Nat: É... Vamos
Malu: Tem pouco tempo
Nat: Você se sente desconfortável?
É, situação delicada
Malu: Não, claro que não
Nat: Ok -fez bico - Aceita ser nossa madrinha
Malu: Ãh?
Nat: Ma-dri-nha
Malu: Ok