Capítulo 135

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Semanas depois
Eu já estava cansado de encher o cu de todo o tipo de bebidas e drogas. Tava cansado de procurar a Malu em todas as mulheres. Tava cansado de ficar com a Camila pensando na Maria. Ela não é e nunca vai ser minha patricinha.
Bati uns papos firmeza com o Guaraná e tô disposto a ir atrás da minha loirinha *-* É, eu vou reconquistar ela. Eu sei que não vai ser fácil, mas eu preciso dela ao meu lado e não vou sossegar enquanto eu não conseguir ✌
Em copacabana..
Essas últimas semanas foram difícies. Eu nunca estive pensando tanto na favela e no PH. Sei lá, sinto falta dele ;s
Conversei com a Gabi sobre isso, estamos super amigas, e ela disse para eu pelo menos ouvir o que ele tem a me dizer. Mas claro, não é tão fácil assim. Sempre que penso em voltar para os braços dele, eu lembro de todas as vezes que ele foi um fdp comigo. De todas as vezes que me bateu, me humilhou, das traições... Aff, talvez eu e o vagabundo nunca vamos ficar juntos de boa. Ele é muito complicado e eu também.
É melhor continuar tudo do jeito que tá.
Fui afastada dos meus pensamentos com Margareth gritando
Marga: Malu, corre! Vem ver!
Sai correndo até a sala, estava passando algo na TV
Jornalista: O bope está agora invadindo o maior morro do Rio, afim de prender um dos maiores traficantes do estado, conhecido como PH. Dessa vez eles estão entrando em um número muito maior com muito mais munições.
Meu coração foi na boca e por instinto, quis defender minha favela. O lugar que me abrigou quando eu não tinha pra onde ir. E claro, defender o pai da minha filha, o meu vagabundo. Corri até meu closet e joguei algumas coisas no chão. Até que achei o que eu estava procurando: a mala de armas e munições que eu peguei do morro quando vim pra cá.
Carreguei todas as armas e coloquei na minha cintura e o fuzil nas costas. Peguei a moto na garagem
Flávia: Filha, por favor. Não vai - ela chorava com a Laura no colo -
Malu: Eu volto, mãe. Eu prometo.
Dei um abraço nela e um beijinho na minha bebê que ficou me chamando e me dando os bracinhos. Olhei mais uma vez pra elas e sai vuada com a moto. No meio do caminho senti a sensação que eu não voltaria mais, e nunca mais veria minha mãe e minha filha.
Mas continuei, a favela precisava de mim.

Uma Patricinha No MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora