Capítulo 177

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(PH narrando)
Eu estava tão nervoso esses últimos dias, não sabia como alguém poderia saber onde me encontrar. Nem mesmo o Guaraná que é o meu braço direito e melhor amigo, sabia onde se localizava a casa da Malu.
A loirinha estava fora, estava na agência mais uma vez. E eu não tirava os olhos da minha pequena por nada.
Ouço a porta da frente se abrir com força e dou um pulo de susto. Vejo Malu com o rosto vermelho e trêmula, as lágrimas escorriam pelos os seus olhos sem parar, uma após a outra. Essas cenas estavam cada vez mais frequentes.
Mas dessa vez era diferente, ela estava em estado de choque. Corro até ela quando percebo que suas pernas falham, e quando a seguro, ela desmaia em meus braços. A deito com a cabeça elevada, pego um algodão umedecido com alcool e passo perto de seu nariz.
Ela acorda, ainda não sabendo muito bem o que estava acontecendo.
PH: Você chegou aqui nervosa e se sentiu mal. Mas já está tudo bem. - falei com calma -
Ela demorou um pouco para cair em si, e logo começou a chorar de novo.
PH: Calma, Malu! Eu preciso que você me fale o que está acontecendo. Te ameaçaram?
Ela balançou a cabeça em forma de negação.
PH: Então me diga, o que está acontecendo.
Malu: Eu vi, PH! Eu vi.. eu vi - ela chorou mais -
PH: Viu o que?
Malu: A Isabela!
Não era possível.
PH: Que Isabela? - perguntei e senti meu coração acelerar de uma forma absurda -
Malu: A nossa Isabela, PH! A sua filha.
PH: Malu, ela está morta. - senti aquelas palavras me afetarem e o coração doeu -
Malu: Eu sei, eu sei. Eu a vi no caixão, eu vi eles colocando seu corpinho na sepultura, mas eu a vi, PH. Eu juro pela Laura, era ela! - vi ela afundar o rosto nas mãos -
Eu estava com meu coração a mil, e a cabeça? Já não raciocinava mais. Era muita informação pra mim. A possibilidade da minha princesinha estar realmente viva, aquietava meu coração, mas meu subconsciente dizia o quanto isso era impossível.
Eu estava lá quando recebi a notícia de sua morte, eu fiquei o tempo todo ao lado do seu caixão e quando ela foi jogada naquela sepultura e um tampão foi jogado sobre ela, eu estava lá. Por todo esse tempo, eu me culpei por não ter sido mais presente. Fui dormir chorando por proteger a favela, mas não ter sido capaz de proteger a minha menininha. A minha princesa!
PH: Onde você a viu? - consegui perguntar com a voz rouca -
Malu: Na praça, perto da minha agência. Ela está linda, PH.
PH: Ela te viu? - perguntei e senti lágrimas escorrendo pelo o meu rosto -
Malu: Não.. eu.. quis chegar perto. Mas tinha uma senhora estranha cuidando dela. Então, achei que seria perigoso me aproximar.
PH: Fez bem. Vamos ficar de olho, vamos descobrir onde ela está.

Uma Patricinha No MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora