Capítulo 130

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Passei mais alguns dias meio mal por causa da patricinha.
Meio mal o cacete! Bem mal mesmo! Então comecei a usar a Camilinha como minha consoladora. Estou até pensando em oficializar a novinha. Ela é meio grudenta, mas super gente boa. E se valoriza, não é como essas garotas daqui. Realmente não sei se quero assumi-la porque estou aprendendo a olhar através das aparencias ou pelo fato dela me lembrar demais a minha loira. Se bem, que a segunda opção é mais coerente.
Coerente? Porra, PH - me corrigi ainda em pensamento - Para de falar como um viado!
Enquanto isso, em Copacabana
Acordo bem cedo, levanto com minha governanta preferida abrindo as cortinas pra mim
Marga: Bom dia, Maluzita - abriu um sorriso enorme, me fazendo sorrir junto -
Malu: Bom dia, Margareth querida - me espreguicei e bocejei, cocei um dos olhos com força - Tenho algo para hoje?
Marga: Hum, vamos ver. - disse abrindo uma gaveta da cômoda e tirando minha agenda de lá, folheou algumas páginas - Um jantar com o senhor Fernandes. As 20 horas. - sorriu fechando a agenda -
Malu: Então porque raios eu acordei tão cedo? - fiz bico -
Marga: Ah Malu, 8:45 não é exatamente cedo. Sua mãe avisou que daqui a 15 minutos vai descer para tomar café. A mesa está quase pronta
Malu: E Laura? Dormindo? - perguntei já calçando minhas pantufas -
Marga: Sim. Dorme feito um anjo
Malu: Também, depois de ontem. Ela chorou muito de madrugada. Quase não dormi
Marga: Talvez seja saudades do pai
Malu: Ele nunca deu atenção a ela - bufei -
Marga: Mas ela sente as coisas, mesmo tão pequena. - ela me depositou um beijo na testa - Vou terminar de arrumar a mesa. Te vejo lá em baixo
Apenas sorri e ela saiu dali. Me levantei e fui para o banheiro, tomei meu banho e fui para meu closet.
Optei por um short e uma regata básica. Uma melissa baixinha e pronto. Desci as escadas amarrando meu cabelo em um coque alto. Logo que cheguei a cozinha, sinto um cheirinho muito bom de café e de bolo recém saido do forno. Senti minha barriga roncar.
Malu: Bom dia, mãezinha - a abracei -
Flávia: Bom dia, filhota - me deu um beijo no rosto -
Me sentei a mesa, era bom ter a mesa tão farta. Frios, pães, bolos, biscoitos, sucos... Me lembrei da realidade da favela que era outra e me senti ainda mais grata. Afastei meus pensamentos da favela e lembrei que hoje jantaria com o meu chefe e com outras modelos esnobes que eu não gostava nem um pouco.

Uma Patricinha No MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora