Depois de uma tarde de amor com minha loirinha, fomos para a cozinha. Eu preparava sanduíches para mim e pra ela. E Laura corria e gritava pela casa, deixando Malu louca.
Malu: Por favor, PH. Tente não colocar fogo na casa.
Mostrei a língua pra ela. Logo terminei e tentamos comer. Malu a cada mordida tinha que parar para ver a gordinha da Laura. Ela sempre foi calma, mas depois que aprendeu a andar, a casa não é a mesma. Ela corre, grita, pula no sofá, pula na cama, risca as paredes, risca a porta da geladeira, enfim... enlouquece qualquer um!
Eu até tentava ter paciência com a Laura. Mas nem sempre era possível.
A tarde passou devagar, era bom essa calmaria. Mas eu estava me sentindo meio que vagabundo, sabe? Sem trabalhar e tal.
PH: Malu?
Ela me olhou com aqueles lindos olhos, parecia exausta. É, nossa filha não estava fácil.
PH: Hum, eu estava pensando e.. que tal casarmos logo e ir para a Alemanha?
Malu: Alemanha? - ela mordeu o lábio -
PH: Sim, por pouco tempo. Uma ano e meio mais ou menos.
Malu: E se você encontrá-la?
PH: Quem? A Raquel?
Ela balançou a cabeça afirmando
PH: Eu só sinto ódio, não vou nem olhá-la. Relaxa.
Vi um meio sorriso no rosto da Lu. Eu sabia que ela estava tensa em relação a Raquel. Mas eu amo essa loirinha, não seria louco de fazer qualquer coisa que pudesse nos afastar novamente.
Dias depois (Malu narrando on)
Eu estava tão feliz, tão realizada. Nosso casamento já tinha data marcada. Seria daqui a seis meses. Eu nem acredito em tudo o que PH se tornou, as vezes no meio da noite, eu acordo e fico o olhando. Não parece o mesmo homem de quando o conheci. É que ele trocou várias por uma só. E eu fico feliz que essa "uma" seja eu.
Eu estava na agência, já tinha conversado com o meu chefe que depois que eu me casasse eu ia para fora do país por algum tempo e então ele estava me dando muitos trabalhos para compensar o tempo fora. Estou um pouco nervosa diante desse novo mundo, mas acho que será bom pra gente. Ele mudou por mim, e nada mais justo que eu mudar por ele.
Cheguei em casa com uma dor de cabeça insuportável, não me importei em colocar o carro na garagem. O deixei estacionado em frente a minha casa mesmo. Ando um pouquinho e percebo que há uma caixinha branca perto da porta da frente. Ué, que estranho! Será que é mais uma gracinha do PH?
Eu pego a caixa, e quando abro, meu sorriso se desfaz. Meus olhos se enchem de lágrimas e eu deixo a caixa cair ao chão. Me sinto tonta e apoio na parede, encostando sem querer no interfone.
Hoje é folga dos empregados, então PH vem abrir a porta.
PH: O que foi, amor? - disse com um tom de preocupação me abraçando -
As palavras não saiam, eu só conseguia soluçar.
Malu: A minha menina está bem?
PH: A Laura está ótima! O que aconteceu, Malu?
Eu apontei para caixa, ele me soltou e a pegou. Quando ele olha dentro, era um vestido da Laura, coberto de sangue. E um bilhete: "Já deixei sua menina viver muito tempo. JÁ CHEGOU A SUA HORA." Vi o rosto do PH ficar vermelho de raiva.
PH: Quem te deu isso, Malu?
Malu: Estava aí! - apontei para onde encontrei a caixa -
PH: Calma, ok? Nada vai acontecer com nossa garotinha! - ele me abraçou e beijou o topo da minha cabeça -
Um mês depois.
O PH chamou vários soldados para vigiar a nossa casa 24h por dia. Não tínhamos paz, cada dia era uma ameaça diferente e eu já estava agoniada. Não deixava a Laura sozinha nem por um segundo, a noite eu quase não dormia. Estava alerta o tempo todo. Não conseguia nem parar para ver as coisas do meu casamento, que já estava perto.
PH: Eu quero saber que bosta de seguranças são vocês! Eu estou pagando muito bem pra cada um aqui VIGIAR a casa. Mas a cada dia eu recebo mais ameaças, sinal de que vocês não estão dando conta! Querem perder o emprego aqui e no morro? É fácil pra mim! Se eu receber mais UMA ameaça, vocês já eram.
PH tentava me passar calma, mas eu sabia que ele também estava uma pilha de nervos. Se eu pudesse ir amanhã pra Alemanha, eu ia com certeza. Eu estava cansada de tantos problemas, eu só queria ter uma vida normal. Será que é pedir demais?