Cap. 1 - Bem-vindo a bordo

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Alguns anos depois...

— Se divirta, minha querida. — Mamãe me abraça apertado, mas não por muito tempo e logo me solta.

— Boa viagem, Becca. Aproveite muito. — Ella, a minha irmã mais nova, vem e me abraça com seu braço direito enquanto que com o outro ela segura Chris, seu filho.

— Dê 'tchau' para a titia, Chris. — Ella diz, assumindo a voz carinhosa que ela usa sempre que vai falar com o filho.

— Xau, titia. — Chris diz com a sua voz fofa de bebê, sua mãozinha abrindo e fechando em um aceno de despedida.

Minhas outras irmãs, Emily e Hilary, não puderam me trazer até o porto, mas nos despedimos no jantar de ontem, onde nós cinco nos reunimos em um restaurante para, segundo Ella, comemorar a primeira vez que tiro férias desde que comecei a trabalhar na Universidade de Nova York.

— Vou sentir sua falta, coisa linda da tia. — Pego Chris um instante em meus braços e beijo suas bochechas gorduchas.

Despeço-me mais uma vez de mamãe e Ella e as deixo no estacionamento. Carrego duas malas de rodinha e mais uma pendurada em meu ombro.

Serão apenas vinte dias no navio, mas Emily fez questão de encher minhas malas com peças inúteis. Algumas delas são roupas intimas provocantes demais, coisas que eu nunca me sentiria à vontade usando.

Quando eu a questionei sobre o porquê eu deveria levar algo assim para um cruzeiro, ela disse: Nunca se sabe quando você vai precisar de uma lingerie sexy, é melhor sempre ter uma a mão.

Então aqui estou eu, com um monte de roupas inúteis, pesando na mala.

Como já fiz o check-in online, passo direto pela fila e vou despachar minhas malas. Despacho as duas malas de rodinha, ficando apenas com a minha bolsa e a mala pendurada em meu ombro. Cadastro o meu cartão de crédito e retiro o meu cartão de hóspede. A moça que me atendeu foi categórica ao me dizer para sempre carregar o cartão comigo, já que é ele que me permite entrar em minha cabine, fazer compras, reservas e qualquer pedido à tripulação.

Guardo o cartão em minha bolsa e vou para a fila de embarque. O meu navio é o último na plataforma, e assim que chego mais perto e posso ver a grandiosidade de sua construção, sinto-me maravilhada.

Classic Voyages. — Leio as letras enormes pintadas na lateral da maior embarcação que eu já vi em toda a minha vida. É esse, esse é o nome do meu navio.

Assim que piso no navio, sinto algo estranho. Uma empolgação, uma sensação boa, mas que me dá um frio na barriga. Uma sensação de que essa viagem vai ser inesquecível.

Estou tão perdida nessa sensação que não ouço quando um dos funcionários do navio fala comigo. Desculpo-me e mostro a minha passagem, o meu cartão de hóspede e o meu passaporte.

Ele confere os documentos e me entrega um pequeno panfleto, com o mapa do navio.

— Bem-vinda a bordo, Srta. Henderson.

Murmuro um agradecimento e com um sorriso empolgado pego meus documentos novamente e uso o mapa para encontrar minha cabine.

Esse navio é tão enorme, tão grandioso, sinto-me como se estivesse andando por uma cidade.

Minha cabine fica no deck dez, assim que saio do elevador começo a procurar pelo número certo. Acho minha cabine e passo o cartão em frente ao sensor, destrancando a porta.

O quarto é pequeno, o que já era esperado, mas parece ser muito confortável. Fecho a porta atrás de mim e jogo minhas coisas no chão.

Logo na entrada, à direita, vejo a porta do banheiro. Abro-a e tenho uma agradável surpresa. O banheiro não é tão pequeno quanto eu imaginava, tem um pequeno balcão e uma pia, com um pequeno e oval espelho pendurado na parede. Do lado o vaso sanitário e na mesma parede da porta, um box de vidro com o chuveiro.

Paixão a bordo (Livro 6)Onde histórias criam vida. Descubra agora