Julia's POV
Meu coração batia a milhão. Nunca tinha visto um cadáver na minha frente. Era a cena mais assustadora do mundo.
-Hey, tah tudo bem, se acalma.- Luke diz passando os braços por volta de mim. Nunca estive tão arrepiada na minha vida.
-Perfeito! Um morto ensanguentado caído no chão do apartamento.-diz Léo jogando os braços para cima.- Precisamos levar o corpo para algum lugar.
-Estamos na porra de Los Angeles, qualquer um pode descobrir e seremos presos no mesmo minuto!-Grita Luke sem perceber que estava me apertando.
No mesmo momento a porta dá um arranco e Jackie e Michael aparece por trás dela.
Um alívio percorre pelo meu corpo, mas antes que faço qualquer movimento, percebo que Jackie não está a mesma de um dia atrás.
Ela parecia forte, determinada, mas ao mesmo tempo acabada por ver o Arthur deitado no chão.
Seus joelhos se enfraquecem e ela cai ao lado do corpo, chorando.
-É tudo culpa minha.
Jackie fungava e Michael veio por trás dela a abraçando.
-Vamos ter que cancelar os próximos shows, já falei com o John (produtor executivo).- diz Michael caminhando até Luke, o mesmo apenas acena com a cabeça.
-Podem me explicar o que está acontecendo?!- grita Léo irritado.
-Michael...Ainda, ainda dá tempo?- diz Jackie com os lacrimejantes em direção ao Mikey.
-Desculpa princesa, mas a marca já saiu.
Jackie desaba novamente por cima do corpo. O clima já estava ficando negativo demais.
-Hellooo, alguém me escutou? Que porra é essa de ainda dá tempo e marca?! Vocês estão me deixando maluco!- Grita Léo mais uma vez.
-Arrg Leonardo! Vai aprender a contar 2 mais 2! É simples, eu mato quando eu quero e Michael cura quando dá tempo! A marca é um cronômetro! Ele é o anjo e eu sou o demônio! Deduza do jeito que quiser!-Grita Jackie de volta rangendo os dentes.
Eu não sabia como reagir. Nunca tinha visto minha amiga descontrolada desse jeito. Paralisada com os olhos regalados, tentava raciocinar cada palavra que Jackie havia dito. Anjo e demônio? Um rápido flashback percorre pela minha cabeça e lembro do desenho que tinha feito, o qual Michael carregava asas e olhava de forma deliberada para Jackie. Mas ainda tudo o que ela dizia não fazia sentido nenhum. Matar quando quer? Curar quando dá tempo?
Não sei o porque, mas não gostava do calafrio que sentia.
-Mas que loucura é essa que você está dizendo? Você está escutando a si mesma?!
-Hey, calma aí cara! Não é tão simples quanto se parece para explicar. Jackie e eu somos parte de um experimento não identificado. Algo foi colocado em nosso DNA quando nascemos. Quando Jackie têm acesso de fúria e tem o desejo de morte naquele momento para a pessoa, o mesmo acontece e uma marca com as nossas inicias aparecem. Se eu souber do acontecimento eu tenho tempo de ir até a pessoa e curá-la. Mas como isso nunca tinha acontecido antes não sabia o que significava quando tive um sinal. Foi quando estávamos do outro lado de Los Angeles, numa vidente, que descobrimos o que era. Jackie não tinha nem noção de nada daquilo. Mas quando soubemos já era tarde demais. E quando a marca vai embora, quer dizer que a pessoa se foi mesmo.-Explica Michael da maneira mais calma possível.
-Isso é impossível! E quando a Jackie brigou com a Paola, uma amiga que ela conhecia, nada disso aconteceu.- digo confusa.
-Isso porque a Jackie não havia completando a idade de 16 anos. E quando a Jackie estava com o Arthur, ela estava nessa idade e seus dons já eram mais aflorados.
-Tah, mas não há nada que possam fazer, sei lá, para retirar esse genoma que colocaram em vocês?- pergunta Léo.
-Era isso que também estávamos tentando encontrar do outro lado da cidade. Até Jackie me avisar sobre o que estava ocorrendo aqui. Viemos o mais rápido que pudemos.
No mesmo momento Jackie corre chorando para o quarto e tranca a porta.
-Eu não sei mais como tentar tranquilizar ela. Depois que ela soube do que é capaz ela fica com medo de chegar perto das pessoas e machucá-las.
-Fácil você dizer, você é o anjinho da guarda! Ela pode matar! Imagina o quão desesperador isso deve ser para uma pessoa!-Grita Léo em direção ao Michael.
-Você acha que eu gosto do que sou?! Sabe quantas vezes era para eu estar morto mas não estou porque eu tenho a droga desse dom que me auto cura. Sabe quantas vezes eu sonhava quando criança para ser normal?! Jackie tem a sorte de poder controlar o que sente!
Todos param de falar no momento em que escutamos coisas sendo jogadas no quarto em que Jackie estava. Começo a soluçar, não conseguia acreditar no que ouvia.
O cheiro do corpo morto na sala ficava cada vez mais proeminente.
-Temos que enrolar o corpo num saco.- diz Luke quase sussurrando.
Léo vai até a cozinha e pega um saco plástico preto de lixo. Enrolamos o corpo nele e decidimos por dentro do armário. Pior ideia possível.
-Precisamos ir embora daqui. Eu comprei passagens para todos nós para a Austrália. Lá tem um laboratório científico superdotado que pode ser que nos ajude.
Jackie surge por trás da porta do quarto e rapidamente vai em direção ao Michael.
-Vamos logo então.- diz ela séria, mas totalmente devastada. Sua maquiagem estava toda borrada por causa do choro e seu cabelo estava todo engrenhado. Não gostava nem um pouquinho de ver a minha amiga assim.
Pego as nossas malas com a ajuda de Luke e Léo corre para o hotel dele para pegar suas coisas.
Em táxis diferentes, fomos em direção ao aeroporto. Chegando lá, entramos diretamente para o jatinho particular dos meninos. Calum e Ashton já estavam lá, e quando vejo o meu cabeludo corro em direção a ele me desabando em choro.
-Hey Flor. Você não precisa ficar assim.- diz ele me abraçando.
-Eu sei mas, um garoto acabou de morrer na minha frente. E aí acabo de descobrir que a minha amiga, ela, ela pode matar! É muita coisa para processar.
-Eu sei, eu sei. Mas eu acho que sua amiga tah precisando bastante de alguém para acalmar-lá nesse momento. Por que se der tudo certo, ela passará por uma cirurgia enorme.
Avisto Jackie sentada dois bancos à frente do meu no jatinho. Ela estava vermelha de tanto chorar e enrolada no banco tremendo muito.
-Jackie?-digo chegando lentamente para perto dela.
-Você deve estar achando que sou um monstro agora não é? Não precisa vir conversar comigo por pena.- diz ela escondendo mais o rosto.
-O que?! Nunca que eu pensaria algo assim de você! Eu sou sua amiga, e eu vou te ajudar no que for! Nunca mais diga isso, você me ouviu?!- digo incrédula. A última coisa que eu pensaria da minha amiga é que ela fosse um monstro por maior circunstância que fosse.
Jackie olha para mim com os olhos cheios de lágrimas, entendo o sinal e dou um abraço de consolo nela. Nunca ia saber como ela se sentia em relação a tudo isso.
Dois minutos depois que ficamos em silêncio, o avião da um tranco, fazendo todo mundo, menos a Jackie, levar um susto. Segundo depois, sinto algo queimando meu pulso, mas não só eu como todo o resto, também gritava de agonia. Olho para o meu pulso e as iniciais J e M eram formadas nela. Outra vez o avião da um tranco.
-J...Jackie?- estremeço.
-Não mereço viver. Sou uma abominação.
-Jackie!-Michael destranca o cinto e corre em direção ao banco dela.- Para! O que você está fazendo? São os seus amigos!
-Me desculpe. Mas não há nada que eu possa fazer. Você consegue salvar eles a tempo. Mas você não pode me parar.
-Talvez eu possa sim.- ele diz agarrando os pulsos da Jackie.
-Não faça isso! Michael!Eu não mereç...
Mas Jackie é logo interrompida quando Michael puxa seu rosto para perto de si é um beijo sela entre os dois.
Antes que eu pudesse fazer qualquer reação, um brilho forte e claro bate em meus olhos, assim como em de todos os outros.
Segundos depois, era apenas escuridão.
Sinto minha cabeça latejar.
Depois disso não lembrava demais nada.
Apenas da escuridão tomando conta do meu campo de visão.•••••••••••••••••••••••••••••••••••
Uhuul primeira nota da autora.
Eu sei que ficou péssimo, podem falar a vontade. Mas tentei me basear bastante no livro A Desconstrução de Mara Dyer (Michelle Hodkin) (recomendo bastante).
As ideias estão se deteriorando, mas prometo que vai ficar melhor.
Bjsos no core.
Jackie
XX