Capítulo Quatro

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Estou segurando duas garrafas de água em uma mão e dois pacotes de salgadinhos na minha outra. Para ajudar, coloquei mais duas garrafas de água na minha aljava. Foi burrice sair sem procurar uma mochila antes. Meu arco está preso ao meu corpo. As coisas quase escorregam, mas as mantenho firmes na mão.

Estamos quase chegando na nossa casa temporária. Demi segura duas latas de atum em uma mão e uma pistola em outra. Dylan segura três sacos de salgadinhos pela ponta e dois enlatados em outra. Nosso plano é: se virmos um zumbi, Demi atira. Se vermos muitos zumbis, vamos ter que jogar nossas coisas no chão e fugir.

Passamos pela rua que ouvimos o disparo, mas não tinha nada. Quem disparou já havia fugido.

Abro a porta da casa anunciando nossa chegada. Quando entramos, nos deparamos com todos já acordados e reunidos na sala, como se estivessem conversando.

— Trouxemos café da manhã — fala Demi. — Só não tem café. Ou pão. Mas tem salgadinhos e água.

Eu sorrio. Harry vem nos ajudar a colocar as coisas na cozinha enquanto todos vamos até lá para comer. Deixamos as coisas em cima da mesa. Peço para Dylan pegar as garrafas de água de dentro da minha aljava.

Eu me sinto melhor agora que vejo que todos estão aqui. Ninguém parece nem ter saído de casa. Foi um deles que nos salvou.

— Quem foi que disparou para nos ajudar? — pergunto.

Ari, Niall e Harry me encaram com o rosto confuso.

— Como assim? — pergunta Harry.

— Nós estávamos cercados — explica Dylan. — Mas alguém disparou e atraiu os zumbis para longe.

Todos continuam confusos. Então eu entendo.

— Ouvimos o disparo também — fala Ari. — Mas não foi nenhum de nós. Pensávamos que eram vocês.

Não foram eles que nos salvaram. Meu coração começa a bater forte. Quem foi? Um pensamento me atinge e eu esbugalho os olhos.

— Nos encontraram — falo.

Todos olham para mim. Já sabem de quem estou falando. Eles nos acharam. Eles sabem onde estamos. Eles vão vir atrás de nós.

A LPB.

— Claire, é impossível — fala Harry. — Se fossem eles, não teriam salvado vocês.

As palavras dele fazem sentido. A ideia deles terem nos encontrado vai embora. Não faria sentido eles nos salvar. Se eles tivessem nos encontrado mesmo, não teriam atirado para atrair os zumbis. Teriam atirado para nos matar.

— Se não são eles, são sobreviventes! — fala Dylan.

Eu o encaro. Ele tem razão. Algum sobrevivente deve ter atirado. Algum sobrevivente deve estar perto de nós.

— Se for um sobrevivente, precisamos encontrá-lo! — digo, atraindo a atenção para mim novamente. — Ele pode estar em perigo!

— Claire, nós fomos na rua em que ele disparou. Não tinha nada. — fala Demi. — Seria um risco enorme ir atrás dele. Ele já deve estar muito longe daqui.

Eu abro a boca para protestar, mas nada sai. Ela tem razão. Ele já deve estar longe daqui com todos aqueles zumbis correndo atrás dele.

— Vamos apenas comer — fala Dylan. — Talvez ele volte para cá mais tarde ou amanhã. Podemos sair de novo amanhã.

Escolhida || Livro 2 da Trilogia SinistraOnde histórias criam vida. Descubra agora