Capítulo Cinquenta e Três

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Tomás faz Max cair e segura seus braços com força.

— Fica quieto! Parado! — fala ele enquanto Max tenta escapar se debatendo. — Você vai vir com a gente...

Eu e Harry passamos pelos dois. Max me olha. Ele não parece bravo, mas um pouco chateado.

Seu maluco. O que você fez?

Agacho-me ao lado de Lena, que sangra e treme. Seguro sua mão. Ela já está fria.

— Claire... — ela fala, com dificuldade. — Vão. Por favor.

De repente, algo explode. O local inteiro ecoa. O barulho vem, provavelmente, de onde eu e Harry entramos.

Ouço vozes ecoarem e passos começam a correr pelas passarelas. Soldados da LPB estão vindo.

— Não posso deixar você... não... — digo.

Demi e Niall passam por nós e começam a disparar contra os soldados.

Meu coração bate fortemente e minha cabeça funciona no mesmo ritmo. Dylan olha para mim. Ele parece extremamente confuso e preocupado.

Sinto a mão dela apertar a minha e eu volto meu olhar para seu rosto. Ela sorri.

— Claire... — então, seu olhos vão perdendo a vida.

Ponho minha mão em seu rosto e tento fazê-la ficar. Mas não adianta. Ela se vai.

Então, lágrimas começam a escorrer dos meus olhos.

— Nós precisamos ir! — Demi grita. — Agora!

Os tiros fazem meu ouvido zunir e meu coração doer. Não consigo pensar. Não consigo me mexer.

Lena está morta.

Dylan deixa delicadamente sua cabeça repousar na grade e se levanta, com lágrimas nos olhos. Harry me ajuda a levantar.

Tiros pegam no parapeito próximo. Demi e Niall correm para se juntar a nós novamente. Tomás segura um braço de Max enquanto aponta uma arma para sua cabeça.

Nós corremos para longe dos disparos. Deixando o corpo de Lena para trás.

— Vão pela esquerda! — grita Tomás quando saímos da passarela e do túnel gigante.

Estamos em um dos corredores típicos do Centro, mas escuro — apenas com luzes vermelhas piscantes iluminando — e mais silencioso. Seguimos as instruções de Tomás. Meus pés doem. Carrego um enorme peso no peito.

Quando percebemos que despistamos os soldados, começamos a andar em passos rápidos ao invés de correr.

— É por perto... — fala Tomás. — Ali! Aquela porta!

Ele aponta para uma porta um pouco mais à frente.

Vamos até ela e a ultrapassamos. Saímos em um local parecido com o túnel. Pisamos em uma passarela estreita de metal que se ergue até a outra parede, sem interseções ou máquinas no caminho. Abaixo da passarela, está algo gigantesco feito de metal.

Analiso o que é. Olho para a coisa gigantesca e vejo uma de suas pontas abertas. Há uma rampa no chão e na coisa. Vejo soldados da LPB colocando caixas metálicas para dentro. Eles sobem e descem a rampa. Alguns conversam do lado de fora. Eles não nos percebem aqui, não estamos perto. Me surpreendo ao ver uma mulher de vestido descer a rampa e começar a conversar com um dos soldados.

Brenda.

Olho para a outra ponta e percebo que está mais longe que a da rampa. Não consigo ver o que tem lá na frente, mas já consigo imaginar o que seja essa máquina gigante abaixo de nós.

Escolhida || Livro 2 da Trilogia SinistraOnde histórias criam vida. Descubra agora