Capítulo Quarenta e Três

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Desespero geral.

Helicópteros e jatos blindados estão vindo. Somos os alvos. O trem é o alvo. Como vamos lutar se estamos aqui dentro? Nossas vantagens estão abaixo de zero.

O som dos motores no alto começam a se aproximar e ficar mais altos. Meu coração dispara.

Pego a pistola no meu coldre, apesar de achar que isso não vai adiantar muito.

— O que vamos fazer? — pergunta um Buscador.

O trem entra em um túnel e o lado de fora fica escuro. O lado de dentro continua iluminado por causa da energia transmitida dos trilhos. O som dos aviões e helicópteros desaparecem. Mas eu sei que eles estão vindo. Estão nos seguindo.

— Temos que sair do trem! — fala Tomás. — Estamos vulneráveis aqui dentro!

— Se sairmos nessa velocidade iremos ser estraçalhados quando atingirmos o chão! — diz um Buscador.

— Tem que ter um freio! — fala Dylan.

De repente, um som alto faz meus ouvidos doerem. Uma explosão. Um tremor atinge o vagão que estamos. Alguns Buscadores caem. Sinto medo do trem sair dos trilhos, mas percebo que isso não acontece.

Em seguida, pedaços de concreto e uma nuvem de fumaça cai da parte de cima do túnel. O trem atinge uma enxurrada de concreto e todos os vagões tremem fortemente. Eu poderia jurar que senti uma das rodas saindo do trilho.

Meus joelhos não aguentam o impacto e eu caio. Não sou a única a ir para o chão. Minha arma escorrega para o final do vagão. Por que você não segurou a arma com mais firmeza, Claire?

Sinto pontadas de dores na minha cabeça. Outro "bum" é escutado e mais concreto cai como pingos de chuva. Ouço o concreto atingir o teto do vagão e quando olho para cima, vejo um enorme amassado nele. Sorte não ter quebrado bem em cima de mim.

O vagão treme e mais pessoas caem.

— Eles estão destruindo o túnel! — fala um Buscador.

Estamos em muita desvantagem. Me levanto, segurando em uma haste de metal do vagão. A vibração nos meus pés é forte e tenho uma hipótese de que uma roda do nosso vagão pode ter quebrado.

Olho pela janela e vejo o fim do túnel. A luz do fim do túnel não me deixa tão feliz como deveria me deixar, já que não irá melhorar nada a nossa situação estando bem debaixo da LPB.

O trem sai do túnel. O barulho insuportável dos motores dos jatos estão extremamente autos. Então, vejo um passando por cima do vagão que estamos. Eles estão muito perto.

Estamos em algum tipo de campo, onde a grama está extremamente alta.

— Precisamos parar o vagão! — grito.

Vejo que algumas janelas do nosso vagão estão rachadas, mas nenhuma está quebrada. Olho para os lados, desesperadamente. Procuro o freio de emergência. Tem que ter algo que pare esse negócio.

De repente, tiros. Vindos de cima. As balas pegam no vagão de trás. Ouço o barulho das janelas estilhaçando e o ferro perfurando. Eles não sabem em que vagão estamos, mas acabaram de descobrir que não estamos no de trás. Provavelmente, esse será o próximo alvo deles.

Minha atenção é voltada para uma alavanca pequena e vermelha no final do vagão. Talvez aquele seja o freio que eu estava procurando.

Começo a ir em direção à alavanca. O chão treme muito e isso dificulta a caminhada. Tento ser o mais rápido que posso. Disparos são ouvidos e quando olho para uma das janelas, vejo um enorme jato quase encostando no chão vindo em direção ao vagão. Meu coração falha uma batida. A grama encosta nas suas asas e no seu bico. Consigo ver até o rosto do motorista. As metralhadoras dele disparam contra nós. Vidros estilhaçam e eu vejo um Buscador cair sangrando no chão. De reflexo, me jogo no chão. Não sei no que isso vai me ajudar muito.

Escolhida || Livro 2 da Trilogia SinistraOnde histórias criam vida. Descubra agora