Capítulo Cinquenta e Quatro

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Por alguns segundos, todos permanecem parados, estupefatos com o que acabou de acontecer. Sangue de Max permanece no chão na minha frente. A arma continua em minha mão.

O que ele ia me contar sobre meus pais? O que ele tinha para me falar?

Meus pés tremem. Minha pele está arrepiada. Meu ouvido zune. Respiro fundo. Olho para Brenda. Os soldados miram em nós.

De repente, um vulto aparece perto dos soldados e disparos ocorrem. Alguns soldados caem. Isso começa um tiroteio. Diversas pessoas começam a sair de uma parte escura do hangar — que eu imagino ter o caminho para outro lugar — e atirar nos soldados. Percebo que um deles é Zayn.

Os disparos deixam meus ouvidos doendo. Brenda e alguns soldados rapidamente correm para dentro da Nave, mas outros continuam lutando contra Zayn e seus recrutas.

Tiros pegam perto, e isso me faz acordar.

Pulo por cima do parapeito e caio em cima da Nave. Vou até o corpo de Max e procuro o pen-drive. Encontro perto de seu corpo.

Antes de levantar, olho para o rosto sem vida de Max. Seus olhos estão vazios. Ele não sente mais raiva. Ele não sente mais tristeza. Ele não sente mais nada.

Tiros pegam na passarela acima. Mas não há mais ninguém nela. Todos já estão indo para a batalha.

Levanto-me e corro em direção a eles. Pulo da Nave, atirando em um dos soldados. A força da arma faz minha mão tremer.

Caio de pé no chão e olho para a rampa, que se fecha, bloqueando a única passagem para a Nave. Antes dela fechar completamente, vejo Brenda com alguns soldados lá dentro.

Zayn pega no meu ombro e eu olho para ele. Atrás dele, consigo ver alguns corpos no chão. A maioria são de soldados, mas há um ou dois que devem ser recrutas dele.

— O que estão fazendo aqui?! Vocês deveriam estar no condomínio!

— Eu precisava vir atrás disso — digo, mostrando o pen-drive.

Eu me viro para a porta fechada e vejo uma câmera nos filmando em um dos cantos superiores.

Levanto a mão com o pen-drive e o mostro para a câmera.

— Vocês não podem ir sem isso. — Digo. — Abram, agora!

Nenhuma resposta. Nenhum sinal deles. Mas eles precisam abrir.

Mas... e se Brenda tiver uma cópia dos dados? E se Max e Brenda tivessem dois pen-drives com a sequência genética da cura?

Então, tudo estará perdido. A Nave partirá e tudo acabará. Com eles vencendo.

— Abram! — grita Zayn ao meu lado.

Ficamos aguardando por mais um tempo. Eles não irão abrir. Eles não irão nos obedecer...

Então, um som alto é emitido da porta. A parte de cima da Nave começa a abrir com um barulho irritante e rangente.

Zayn me puxa para trás, para a rampa não cair em cima de nós.

Nós vamos para trás e nos colocamos atrás de uma caixa — que parece ser de aço — que os soldados da LPB estavam tentando levar para dentro da Nave com dificuldade.

A rampa vai se abaixando aos poucos. Os recrutas de Zayn correm para perto e miram para dentro da Nave. Percebo que Clarissa está com eles.

Quando a rampa finalmente está no chão, eu espio para ver o que está nos esperando lá dentro. Vejo a parte aberta muito parecida com um avião de carga. Há várias caixas iguais às que eu e Zayn estamos escondidos. Não há soldados à vista.

Escolhida || Livro 2 da Trilogia SinistraOnde histórias criam vida. Descubra agora