Capítulo Dez

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Abro os meus olhos. Estou deitada no sofá com as cobertas desarrumadas e com as pontas ao chão.

Me levanto. Ando até um dos quartos e abro a porta. Me assusto ao ver o chão e as paredes sujas de sangue. Vejo os corpos de todos jogados mortos no chão.

Ponho as mãos na boca e fecho a porta rapidamente. Lágrimas encharcam meus olhos e meu coração bate fortemente. Me viro e então levo outro susto com a de olhos vermelhos.

Ela está parada perto do sofá onde dormi.

— Fui eu — ela fala, sorrindo. — Eu fiz isso.

Então, ela anda em minha direção com passos pesados e lentos. O chão onde ela pisa fica completamente rachado.

Quando ela chega perto o suficiente de mim, bate a mão contra a parede ao meu lado, fazendo o concreto rachar e poeira voar dele.

— Eu vou te destruir aos pouco, Claire. Começando com eles. Aqueles que você realmente ama.

Nisso, eu vejo sua mão vir em direção ao meu rosto.

Acordo em um pulo. Meu coração bate fortemente dentro de meu peito. Respiro profundamente.

Olho para os lados e então não vejo ninguém além de Louis dormindo no chão. A única luz que entra dentro da casa é a da lua. Ainda está escuro e o clima parece ter esfriado bastante.

Eu me sento no sofá. Olho para os lados novamente. Não tem ninguém. Pensei que teria Ari ou Niall vigiando. Mas não tem ninguém vigiando.

De repente, ouço algumas vozes bem baixas. Não consigo distinguir o que estão falando nem de quem são as vozes. Ponho meus pés descalços no chão frio e sinto um calafrio percorrer meu corpo.

Ando silenciosamente, me aproximando das vozes, que me levam para a porta de um dos quartos. Quando eu chego na porta, ouço as vozes um pouco mais alto. Ponho meu ouvido contra ela e tento me concentrar.

— ... sério? Acho que ela só não deveria estar pensando direito na hora que fez isso. — ouço a voz de Niall.

Meu coração aumenta a velocidade ao pensar que eles estão falando de mim.

— Claire não faria isso — ouço a voz de Harry agora. — Ela coloca os amigos sempre em primeiro lugar.

Sim, com certeza estão falando de mim. O que será que estão fazendo? Será que estão decidindo se vão me abandonar ou algo assim? Eles não estão errados em fazer isso. Eu sou um monstro.

— Não sei, acho meio estranho — fala Ari.

— Não tem outra explicação! — fala Harry. — Claire jamais faria aquilo na avenida. Não era ela quem estava fazendo isso.

Harry está tentando me defender? Ele pensa que não fui eu que fiz aquilo na avenida. Talvez ele saiba. Ele saiba que foi a de olhos vermelhos. Ele me conhece.

Me conhece melhor do que eu mesma.

— Mas quem era? — pergunta Demi. — Tem algum espírito maligno possuindo ela?

— Espírito não — Harry fala.

Engulo o seco. Harry sabe que não fui eu. Me sinto um pouco melhor.

— Harry, essa conversa está muito estranha — fala Dylan.

— Pensem bem! — Harry continua. — Niall falou que viu os olhos dela ficarem vermelhos. Claire se cura, tem uma força incrível e uma velocidade maior que a de um carro. Ela é a Escolhida. E se tudo isso tiver um ligamento com as atitudes dela? Eu também já vi seus olhos ficarem vermelhos e podia jurar que aquela não era a Claire.

Escolhida || Livro 2 da Trilogia SinistraOnde histórias criam vida. Descubra agora