Escolhida || Livro 2 da Trilogia Sinistra

Capítulo Cinquenta e Sete

*penúltimo capítulo...
lembrando que o último sai sexta!!*

O cheiro de queimado predomina no ar. Os corpos carbonizados dos Gêneses soltam fumaça no chão.

Meus sentidos se perdem dentro de mim por instantes. Consigo ouvir apenas um zumbido agudo e forte. Vejo as coisas mexendo com a minha forte tontura.

Aos poucos, minha audição começa a retornar.

— Preciso que vocês destruam todos os soldados e todas as armas biológicas liberadas daqui de dentro! — é a voz de Zayn. — Dylan, decola essa coisa!

— Eu não posso! É muito complicado! — ouço a voz de Dylan.

— Eu te ajudo, só me diz o que precisa fazer... — parece ser a voz de Niall.

O zumbido diminui, mas não finaliza por inteiro.

Levanto-me com a ajuda de Demi.

— Você está bem? — ela pergunta. Afirmo com a cabeça.

Harry se levanta. Percebo que escorre sangue de seu nariz, mas ele limpa com a manga. Não sei se esse sangue é efeito da explosão ou da sua doença.

Isso me faz um calafrio percorrer minha espinha.

Sinto meu dolorido. Olho para a enorme janela e vejo que está mostrando algumas imagens na parte superior. A parte de cima inteira do vidro está tampada com imagens de dentro da Nave, provavelmente de câmeras. Elas não atrapalham na vista para o resto.

Percebo que os recrutas de Zayn já saíram para

Dylan olha as imagens e olha o painel. Ele parece desesperado, confuso e sem saber o que fazer. Eu o vejo apertar algo e o painel inteiro fica vermelho.

— Não dá pra decolar — ele fala. — A porta traseira está aberta! A rampa que entramos! Alguém precisa ir lá e fecha-la pela alavanca!

— Eu vou — digo.

Todos olham para mim.

Por mais que eu esteja cansada e com todas as partes do corpo doendo, eu sinto a necessidade de fazer isso para acabar com tudo de uma vez por todas. E não deve ser tão difícil. Não é muito longe e talvez o caminho esteja limpo.

— Claire, você acabou de enfrentar o inferno para chegar até aqui... — fala Zayn.

— Eu vou com ela — ouço alguém dizer. Olho para trás e vejo Tomás se aproximando de nós. — Nós dois vamos e eu volto para o parque antes que decolem.

Esbugalho os olhos.

— O quê? — pergunto. — Você não vai com a gente?

Ele balança a cabeça negativamente.

— Eu preciso voltar para o parque. Não posso abandoná-los.

— Nós podemos parar lá e resgatá-los antes de partirmos! — digo.

Ele ri.

— O garoto já está desesperado e nem começou a dirigir ainda — ele aponta para Dylan. — Ele não conseguiria estacionar isso em um lugar sem espaço nenhum.

Eu olho para ele, que nos encara com uma expressão preocupante. Sua testa está escorrendo suor. Ele vira os olhos para o painel novamente.

— Acho que não vamos conseguir decolar por causa das passarelas em cima da Nave. Alguém precisa desativá-las. — Ele fala.

— Eu vou — fala Tomás.

Eu o encaro. Ainda não estou aceitando o fato dele não vir com a gente.