O alarme disparado já está começando a perturbar minha cabeça. É alto e horrível, além de emitir o mesmo som diversas vezes. Agora, depois do anúncio de autodestruição, ele parece mais forte ainda.
Continuamos seguindo Tomás. Meus pés começam a doer e eu nem andei tanto assim. Meus pulmões e minhas pernas se tornam exaustos. Efeitos colaterais de ser uma pessoa comum.
Mesmo sem meus poderes, sinto que irei conseguir. Sinto que posso vencer a LPB e destruir o seu plano maluco de reiniciar a vida na Terra. Eu tenho esperança.
Entramos em um corredor largo. Vejo uma interseção para outro corredor no centro deste. Uma figura no final do que estamos chama minha atenção. É um homem de terno que segue para o fim do corredor, onde há uma porta. Ele vira seu rosto para nós e eu o reconheço imediatamente. Surpreendo-me.
— MAX! — grito.
Corro em sua direção e quando vou passar pela interseção, disparos são dados e quase me acertam. Meu coração quase pulando meu peito.
Pulo para o outro lado da interseção e quase sou baleada. Escorrego e caio contra o chão, mas estou segura atrás da parede. Meu ouvido zune e eu me sinto tonta. Os tiros pegam na parede e fazem enormes furos. Balas caem no chão soltando fumaça.
Olho para Max, que está atravessando a porta e saindo do corredor. Penso em ir atrás dele, mas é melhor não ir sozinha. Não posso me arriscar. Eu passei pela interseção sem checar se havia algum soldado e quase acabei morta.
Levanto e me coloco contra a parede. Espio para ver a situação. Vejo o outro corredor com vários soldados que disparam para cá. Tomás está escondido atrás de uma mesa caída e dispara contra eles. Demi está na outra parede, atirando sem parar na direção dos soldados.
Respiro fundo. Percebo que minha mão está tremendo enquanto seguro a arma. Preciso me acalmar. Uma bala atinge a parede que eu estou escondida. Poeira fina de concreto e metal voa para a minha roupa. Aperto minha arma da mão.
Preciso lutar... não posso ter medo. Preciso ser forte...
Saio da proteção com a pistola erguida. Atiro na direção dos soldados, sem medo de desperdiçar balas. Atinjo o braço de um, a arma de outro e o peito de mais um.
Volto para a parede, bem na hora que uma bala raspa contra ela. Sinto a adrenalina correr em minhas veias.
Olho para Harry, que está atrás de Demi na parede. Ele volta seu olhar para mim. Percebo que está agitado também.
Levo um susto quando ele resolve se arriscar e correr para a minha direção. Mirando sua arma para dentro do corredor de onde estão os soldados, Harry passa pela interseção disparando sem parar. Ouço alguns gritos virem do corredor. Disparos não cessam.
Harry consegue chegar em mim sem se ferir.
— Vamos atrás de Max! — ele diz. Precisa gritar para que eu o ouça.
— Mas e os outros? — digo.
Por um momento, ele parece estranhar com a pergunta. Talvez ele não saiba que eu não tenho mais o Parasita. Preciso contar para ele.
Então, ele olha para o meu braço. Acompanho o seu olhar e vejo o pequeno machucado que o tubo que tirou o Parasita de mim deixou. Harry segura meu cotovelo e coloca seu dedo em cima do machucado delicadamente.
— Não está se curando... — ele diz, olhando concentrado para o meu braço.
Então, seu olhar sobe e encontra os meus olhos. Eu balanço a cabeça, negando. Ele sorri.
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Escolhida || Livro 2 da Trilogia Sinistra
حركة (أكشن)Em um futuro distante, Claire Roberts é forçada a enfrentar uma cidade apocalíptica em busca de uma vingança pelo que a LPB causou. Após invadir uma parte do Centro, Claire e seus amigos fogem e começam uma luta nas ruas de São Paulo. Zumbis não s...