Annabeth
Eu estava sentada de frente para o Eric enquanto ele tentava - sem muito sucesso - puxar um assunto comigo, falando do castelo.
Porém, depois de alguns minutos outra pessoa muito mais importante roubou minha atenção. Vi Percy se aproximando da mesa em que estávamos, ele parecia furioso e fulminava Eric com o olhar.
Ele chegou a nossa mesa, deixou os pratos e se virou pisando duro. Não ousou olhar nos meus olhos, que estavam totalmente focandos nele.
Depois que ele saiu eu não sabia o que fazer. Quero dizer, o que poderíamos fazer? Nenhum plano ou solução se formava na minha mente, era só... vazio... tédio.
Será... Será que o resto da minha vida seria acompanhada por esse sentimento? Eu... Eu definitivamente não quero isso.
-Não está com fome? - pergunta Eric.
Sua interrupção me tirou de meus devaneios e percebi que encarava profundamente a comida a minha frente.
-Não muita - respondi sincera, eu realmente não estava, mesmo que o raviolli a minha frente parecesse maravilhoso.
-Se quiser pedir outra coisa é só avisar - ele diz. Pela primeira vez olho em seus olhos, azuis como o céu, porém com bordas cinzas como um dia nublado, um equilíbrio perfeito.
Ele abre um sorriso após sua fala, me parece contente que finalmente fiz contato visual com ele. Seu sorriso era bonito, os dentes brancos e retos... Mas faltava alguma coisa.
Decidi que por mais que não estivesse com fome eu iria pelo menos tentar comer o raviolli. Aos poucos foi ficando mais fácil, engolir, tomar um gole de água, manter contato visual e acenar com a cabeça.
Eric me contou sobre o castelo, suas imensas salas, salões, obras de arte e jóias. Depois de um tempo eu parei de fingir, e me surpreendi com a minha aceitação. Bom, se eu fosse morar nesse castelo talvez fosse melhor eu realmente conhecê-lo.
Quando percebi, o jantar tinha acabado.
Ele perguntou se eu queria sobremesa mas eu neguei com a cabeça. Nos levantamos e Eric insistiu em me acompanhar até o quarto.
Enquanto caminhamos um sentimento novo tomou conta de mim. A aceitação de momentos atrás parecia ainda mais solidificada, porque assim... Podia ser pior. O castelo era lindo, eu estaria perto de minhas amigas, o Eric não era nada feio e eu seria... Tratada como uma princesa, sem monstros e momentos de quase morte, somente... Jóias, vestidos e salões que não pareciam ter fim. Honestamente não me parecia um final tão triste.
Chegamos no corredor do quarto e adentramos, parando perto da porta.
-Eu me diverti - ele diz e novamente me pego olhando em seus olhos por vontade própria. Ele sorri o que me faz sorrir também.
-Por incrível que pareça... Eu também - digo.
Ele respira fundo e abre e fecha a boca algumas vezes como se não decidisse o que dizer. Olho para seus lábios, não muito grandes e nem muito pequenos, levemente rosados e entreabertos.
Quando olho novamente para cima percebo que ele está mais perto.
-E-eu.. Eu acho-
E então escosta sua boca na minha em um beijo que me desorienta totalmente. Depois de alguns longos segundos sinto uma de suas mãos em minha cintura me puxando para ele.
Novamente o futuro aceito aparece na minha frente, cada vez mais nítido.
De repente ouço um grito ao longe e empurro Eric, quase como um reflexo.
-Annabeth!
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Percy
Precisamos fazer alguma coisa, isso não pode ficar assim. Precisamos urgentemente de um plano ou de ajuda, não é possível que esse é o fim.
A falha tentativa de formar um plano era o meu foco no momento, se me deixasse relaxar meus pensamentos voltaram novamente para Annabeth e o babaca do Eric.
Sigo a fila de guardas de volta ao nosso dormitório. Eu e Jason sendo os últimos, caminhando mais lentamente, quase como se fossemos zumbis.
Noto então um leve murmurinho de vozes num corredor próximo, nenhum dos guardas nem demonstra ter ouvido alguma coisa.
Chegamos então na entrada de um novo corredor, o qual os guardas ignoraram e continuaram seguindo reto. Porém, minha curiosidade levou o melhor de mim, infelizmente.
A cena em minha frente estaria para sempre gravada em meu cérebro. Não sabia que um coração machucado poderia ser quebrado em mais mil pedaços. Meu corpo simplesmente trava e se recusa a expressar uma reação ou procurar uma rota de fuga.
O mundo por um momento parece se mover lentamente e noto cada mínimo ato entre os dois a minha frente, meu cérebro se força a notar os detalhes. Meu choque porém, foi interrompido quando Jason, que estava caminhando cabisbaixo atrás de mim, esbarra no meu ombro e levanta a cabeça confuso.
Quando ele nota meu olhar sua cabeça se vira na mesma direção. Quase instantaneamente sinto sua mão em meu ombro me empurrando para frente, para continuar andando de volta ao nosso quarto. Os guardas nem perceberam que ficamos para trás, já viraram em outro corredor mais para frente.
-Vamos, Percy - diz, empurrando meu ombro novamente.
-Mas... - sussuro, mesmo que queira não sei se conseguiria mexer meus pés do lugar, pareciam colados no chão como meu próprio inferno pessoal - me obrigando a assistir a cena.
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Piper
O jantar foi uma chatisse mas pelo menos a comida era boa. Zetes continuava convicto que a qualquer momento eu iria me apaixonar perdidamente por ele. O que claramente não aconteceu.
Depois que terminamos de comer seguimos em direção ao meu quarto, Zetes fez questão me acompanhar de volta para não me perder no labirinto branco que é esse castelo.
Enquanto eu tentava memorizar o caminho Zetes se aproveitou e entrelaçou nossas mãos. Eu estava prestes a protestar porém quando olhei novamente para frente vi Percy e Jason parados no meio do corredor.
Vejo que Jason insiste que ele e Percy continuem andando porém o filho de Poseidon parecia uma estátua olhando o corredor. Largo a mão de Zetes e caminho rapidamente até eles, parando ao lado de Percy e pergunto:
-O que aconteceu?
Jason sinaliza o corredor a nossa direita com a cabeça.
Olho espantada e admito... não estava esperando por isso.
Antes mesmo de terminar de processar a cena a minha frente minha voz dispara:
-Annabeth! - grito.
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Os Heróis do Olimpo - Percabeth
Fiksi Penggemar7 meios sangues terão de o filho de Hefesto procurar. Mas, nesse meio tempo, um inimigo irá retornar. Cuidado com os amigos terão de tomar. Quando tudo parecer desmoronar. Nunca devem temer. Pois ainda tem um longo caminho a percorrer. ©Todos pers...