Thinking Of You

CAPÍTULO DEZ

Bridget carregava uma mochila nas costas, e sua expressão revelava que ela parecia estar tão cansada quanto eu. Assim que me viu, deixou as alças da mochila deslizarem pelos braços e a largou no chão, subindo os degraus da escada depressa e parando em minha frente, um sorriso alegre em seu rosto.

― Quero saber tudo! ― Exclamou, a voz um pouco mais rouca que o normal.

― Passou a noite fora?

― Na casa de uma amiga. Sabe como é, bebeu mais do que devia e ficou o dia inteiro meio mal ― Ela explicou, franzindo o cenho e dando de ombros ― E você? Como foi a festa?

― Se importa se eu te contar enquanto comemos? Só consegui acordar agora, e acho que se eu não colocar nada pra dentro não vou ter nem forças pra te explicar sobre a festa ― Ela riu, concordando rapidamente.

― Só vou guardar minha mochila e já te encontro lá em baixo.

Bridget correu novamente até a mochila, pendurando-a sobre um dos ombros e seguindo em direção ao quarto. Fiz o caminho inverso, indo para a cozinha. No meio do caminho, para meu azar, acabei encontrando Max. O empregado pareceu ter acelerado o passo, como se tentasse me evitar, mas parou assim que ouviu meu chamado. Era agora ou nunca, certo? Caminhei devagar até ele, os olhos presos ao chão.

― Max, sobre o que aconteceu ontem...

― O que aconteceu ontem? ― Ele me interrompeu. Ergui o rosto e havia um sorriso discreto nos lábios avermelhados de Max.

― Ontem... De madrugada, na cozinha.

― Não me lembro de ter ido até a cozinha de madrugada ― O sorriso em seu rosto cresceu forçadamente, e ele dei uma piscadela. Finalmente entendi o que estava fazendo.

― Oh. Obrigada então ― Disse, ainda envergonhada.

― Só não se deixe levar por ele... Sei que não te conheço, e não tenho liberdade para falar essas coisas, mas não parece uma boa ideia ― Por que todas as pessoas tentavam me alertar sobre Sean como se eu estivesse completamente ligada à ele? Antes que pudesse responder, escutei passos nas escada. Max aproveitou a deixa para pedir licença e seguir seu caminho. Logo Bridget estava ao meu lado, me acompanhando até a cozinha.

― Então, como foi a festa? Desculpa não ter chegado a tempo de ajudar você a se arrumar e tudo mais ― Disse ela, parecendo estar realmente triste por ter perdido a chance de brincar de boneca comigo. De novo.

― Não faz mal, B. No fim, acabou tudo certo ― Essa não era bem a verdade. As coisas pareciam ter dado bem errado, na verdade. Bridget, no entanto, não precisava saber dessa parte.

― Quero detalhes, An! Detalhes de tudo.

A cozinheira preparou um prato com batatas fritas e bife para mim, e logo se retirou, deixando-nos a sós. Bridget ocupou uma das banquetas do balcão, e fui obrigada a esquecer a promessa de que nunca mais me alimentaria ali. Me sentei em sua frente, apreciando a comida saborosa. A garota parecia ansiosa demais, e esperar que eu terminasse minha refeição antes de começar a história não era uma opção.

― Bom ― Falei depois de uma garfada ― Sean foi para a festa com Tibby, então eu acabei sendo obrigada a ir com o motorista. Pensei em desistir, mas acabei indo mesmo assim. Pra ser sincera, no início eu acabei ficando sozinha, e estava tudo um grande tédio ― Assumi, e vi a expressão de ansiedade no rosto de B dar lugar a decepção. Minha versão não devia ser a mais animada de todas.

― Mas não aconteceu nada de bom?

― Conheci um garoto legal ― E lá estava ele, o sorriso animado de B ― Ele estava apanhando de uns caras, e acabei ajudando ele com uns curativos. A gente meio que passou o resto da noite juntos, e acho que dá pra dizer que viramos amigos. Eu salvei ele, ele salvou minha noite.