CAPÍTULO QUATRO

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Quase meia hora se passou até que Bridget viesse me procurar. Saímos para jantar e ela aproveitou para me mostrar um pouco da cidade, mas voltamos para casa assim que a noite caiu. Caminhávamos devagar, já que o restaurante ao qual havíamos ido era perto, então não havia necessidade de Max nos dar uma carona ― sim, pelo que eu havia entendido, Max era uma espécie de faz tudo. B falava sobra alguma aleatória, mas minha atenção estava longe. Só voltei a escutar suas palavras atentamente quando o assunto faculdade reapareceu. 

― Então, com que roupa pretende ir na festa da faculdade? 

― Festa da faculdade? 

― Não me diga que não sabe da festa de boas vindas da St. Judde? ― Era pecado não saber? Porque, sinceramente, não fazia ideia de que festa ela estava falando. 

― Cheguei hoje pela manhã, B. Pra ser sincera não sei nem mesmo chegar ao seu quarto sozinha ― Ela parou de andar por um segundo e me encarou, suas sobrancelhas se unindo em uma expressão confusa. Não, eu não havia compartilhado minha fatídica história envolvendo Sean. Quando não continuei a falar, ela então deu ombros, desviando a atenção. 

― Tudo bem, vou te explicar. É uma festa que eles fazem todo ano na casa de algum veterano, e esse ano a festa é sábado agora... Ou seja, daqui dois dias. 

― Entendi ― Esperei ter encerrado o assunto ali, já que eu definitivamente não estava com vontade de ir numa festa, com pessoas que eu ainda nem conhecia. Mas, conhecendo Bridget, ainda que apenas por algumas horas, já dava pra saber que ela não se daria por vencida tão facilmente. 

― Você vai ― O tom autoritário em sua voz deixava claro que não se tratava de uma pergunta. 

― Na verdade, eu não vou não. 

― É claro que você vai! ― Gritou, chamando a atenção de um grupo de meninas que passava por perto ― Todo mundo quer conhecer você. 

― Como?! ― Foi minha vez de gritar. O grupo de meninas acelerou o passo, se distanciando de nós como se fossemos duas loucas ― Quer dizer, eu sou só uma caloura. Ninguém nem devia saber da minha existência, então do que é que você tá falando? E, além disso, não gosto muito de festas. 

― Você é a nova garota que mora com Sean. Acha mesmo que eles iam deixar isso passar? As notícias por aqui, quando envolvem Sean, correm bem depressa ― Bridget explicou, como se isso fosse uma coisa óbvia e normal ― Tiffany vai estudar com você, eu acho. Ela é a ex de Sean, e por isso vai querer ficar te rondando, e sabendo tudo sobre você... Porque, como eu disse, ela gosta de ficar sabendo tudo que acontece na vida dele, e agora você faz parte dessa vida. 

Não, na verdade eu não faço. Pensei, mas preferi ficar calada. 

Quando chegamos em casa, a discussão estava encerrada. Preciso dizer quem acabou vencendo no final? Bridget, é claro. Depois de passar o caminho todo discutindo sobre ir ou não, e ouvindo ela me contar sobre algumas pessoas que estariam na festa, principalmente sobre Tiffafy Bengels, conhecida popularmente como Tibby, ela finalmente me ganhou pelo cansaço. Era só uma festa, o que poderia dar errado? Me despedi dela, dizendo novamente que ela havia vencido, e que não, eu não estava brincando. Fui para o meu quarto e consegui não abrir nenhuma porta errada desta vez, o que já era uma vitória. Minha primeira noite de sono em Londres começou tranquila, e praticamente sem sonhos. Isso porque praticamente não dormi. Droga. Acordei da minha tentativa frustrada de sono pela centésima vez, dessa vez porque meu celular estava tocando. O relógio ao lado da cama marcava 4:23 da madrugada. Quem é o ser humano que resolve fazer uma ligação às 4:23 da madrugada?! Pensei em ignorar, mas podia ser alguma emergência. 

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