CAPÍTULO SETE

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Nota autora: Só queria agradecer quem tá lendo pela primeira vez, quem tá relendo, e quem tá comentando! Fico muito feliz <3 


A música alta me deixava com cada vez mais dor de cabeça, além de quase não haver um espaço livre e aberto o bastante para que eu pudesse respirar sem virar uma fumante passiva. Por esses e milhares de outros motivos, resolvi ir para o jardim, ignorando os casais que deviam estar ocupando a grama e os bêbados que iam para fora da casa vomitar. A paisagem não era nada bonita, mas a atmosfera era melhor do que aquela de dentro da casa. Quando consegui atravessar a sala e cheguei ao jardim me surpreendi ao notar que ao contrário do que esperava, este estava quase que completamente vazio. Agradeci mentalmente e me sentei em um dos bancos de madeira distribuidos ao longo do gramado. Paz! Finalmente! 

Pensei em pegar o celular e ligar para Bridget, ou para Ben dizendo que ele já podia vir me buscar, mas fui pega de surpresa por gritos e risadas. Me virei para a rua e me deparei com um grupo de aproximadamente cinco garotos, que seguravam e arrastavam um sexto garoto pela rua. Eles distribuíam socos e chutes no garoto loiro, que parecia ter desistido de revidar e tentava apenas se defender, sem muito esforço ou sucesso. Não que fosse possível ter sucesso, já que eram cinco brutamontes contra o garoto que devia ser um pouco mais alto que eu, e não muito forte se comparado aos outros. Me levantei meio sem jeito, e comecei a caminhar depressa em direção a briga. Os garotos percebem minha aproximação e jogaram o loiro no meio da rua, se afastando depressa e correndo para dentro da festa. Um deles, no entanto, parou no caminho e me encarou, como se me desafiasse a dizer alguma coisa sobre a situação. Estava tão chocada e confusa que não consegui formular frase nenhuma, permanecendo em silêncio e vendo-o sorrir vitorioso. Quando todos haviam desaparecido, corri até o garoto loiro que ainda estava no meio da rua, e me ajoelhei ao seu lado. 

― Meu Deus, o que é que fizeram com você?! Você tá bem? ― Perguntei preocupada. Ele que até então mantinha o rosto abaixado o ergue, me fitando. Os cabelos dourados caíam bagunçados sobre a testa, quase escondendo os olhos esverdeados com traços azuis próximos a íris. Não consegui decidir se ele era realmente tão branco, ou se estava pálido em razão da briga. Ele não respondeu ― Ok, é uma pergunta idiota ― É óbvio que ele não estava bem. Afinal de contas, que pessoa estaria bem quando se tem sangue por praticamente todo o rosto? ― Por que bateram em você? Tá sentindo alguma coisa? Você precisa que eu te leve pra um hospital? Será que eles... 

― Ei, calma ― Ele sussurrou com dificuldades, erguendo uma mão e colocando o dedo indicar sobre minha boca. Prendi a respiração e senti o gosto amargo de sangue ― Opa, desculpa... Não vi que tinha sangue nas minhas mãos também ― Desculpou-se com a voz ainda fraca, mas um sorriso pequeno e torto brincava sem seus lábios machucados ― E eu to legal, não se preocupa. 

Me levantei e o ajudei a fazer o mesmo. Apesar da voz carregada de dor, a expressão com a qual me olhava parecia de divertimento, como se a cena fosse engraçada. Ele se aproximou e franziu os olhos, como se estivesse se esforçando para pensar melhor. De repente o sorriso em seu rosto cresceu, fazendo com que o filete de sangue que escorria de seu lábio inferior escorresse pela curva de sua mandíbula, em direção ao pescoço. 

― Sabia que conhecia você! ― Exclamou animado, como se tivesse acabado que minha cara estava estampada na capa do The New York Times. Como é que ele me conhecia? Será que era outro louco do fã clube dos Brewster? 

― Sabe? 

― Angela... Anita... Qualquer coisa que comece com An e termine com Hallward ― Ele deu de ombros e achei engraçado o fato de esquecer meu primeiro nome, mas se recordar perfeitamente do sobrenome. 

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