CAPÍTULO VINTE E UM

401 24 11
                                    

Havia se passado um mês desde que eu e Stephen havíamos trocado alianças e assumido de uma vez por todas nosso namoro. Também havia passado um mês desde o pior dia de minha vida em Londres. Tenho quase certeza de que nunca serei capaz de esquecer a cara que Sean fez quando respondi sim ao pedido feito por Stephen. Ah, sim. Sean estava presente. 

1 MÊS ATRÁS

Estava sentada no sofá da sala e assistia à um daqueles filmes de romance em que você se acaba de chorar porque o mocinho morre no final. É claro que se eu estivesse sozinha na sala o chão provavelmente já estaria alagado, mas como Bridget e Sean estavam sentados ao meu lado, tentei ao máximo engolir o nó que se formava em minha garganta. Vez ou outra, quando os dois começavam a discutir e a brigar pela tigela de pipoca que Dorothy acabara de trazer, eu deixava uma lágrima escapar, me apressando em voltar a fingir que não estava me deixando afetar pelo maldito mocinho que dava sua vida para salvar seu amor. Malditos filmes mentirosos.

O filme chegou ao final e me apressei em pular do sofá e caminhar depressa em direção as escadas, pretendendo ir para meu quarto para que pudesse finalmente chorar, quando a campainha tocou. Dorothy saiu da cozinha e se encaminhou na direção da porta, e fiquei parada no segundo degrau, esperando para saber quem era. Vi Sean se endireitar no sofá e parecer tenso, e Bridget me olhou com o rosto vazio e inexpressivo. Stephen estava parado na porta. Stephen estava parado na porta e carregava um buquê de flores. Havia um sorriso radiante em seu rosto, e tive certeza de que algo muito sério estava prestes a acontecer. 

― Boa tarde ― Ele cumprimentou Dorothy, que abriu mais a porta para que ele pudesse entrar ― Boa tarde, Bridget e Sean ― Os dois apenas balançaram a cabeça, e Stephen os ignorou, caminhando até mim. Stephen estava na casa de Sean. Isso não ia dar certo ― Oi, anjo ― Disse ele, me puxando para um meio abraço, já que suas mãos estavam ocupadas. Tentei sorrir mas lembrei do nó que ainda continuava preso em minha garganta. Os lábios de Stev buscaram pelos meus e trocamos um selinho rápido. 

Tentei segurar sua mão livre e arrastá-lo pelas escadas, mas ele estava paralisado em seu lugar. Ao invés de seguir para o segundo andar, me puxou para baixo e só parou quando estávamos no centro da sala. Pelo canto do olho eu podia ver Sean franzindo o cenho, sem entender o que estava acontecendo. Tive certeza de que estava imitando sua expressão, mas Stephen não parecia abalado. Ele me entregou o buquê de rosas e agradeci, entregando-o para Dorothy em seguida e pedindo que ela encontrasse algum vaso. Eu só queria tirar Stephen dali antes que Sean voasse em seus pescoço. 

Dei um passo para trás mas Stev segurou minha mão, aproveitando a deixa para se ajoelhar sob um joelho, mantendo o olhar brilhante fixo no meu.  Ah não. Ah não! Deixei o queixo cair e jurei que teria um colapso nervoso a qualquer momento. Meu coração resolveu que seria interesse começar a saltitar em um ritmo frenético e as palmas de minhas mãos começaram a suar. Por algum motivo, tornou-se mil vezes pior controlar o nó em minha garganta. Será que isso era emoção? Bom, parecia mais que eu estava prestes a presenciar um desastre. 

Sean pulou do sofá e tive certeza de que sim, eu realmente iria presenciar um desastre. Bridget segurou um de seus braços e ele parou, ainda com os olhos grudados em Stephen e em mim. Tive medo de erguer o olhar para encontrar o dele, sabendo que não estava preparada para o que quer que estivesse estampado ali. Respirei fundo e me dei conta de que talvez não estivesse pronta para isso, mas precisava deixar que Sean soubesse o que eu sentia. Finalmente ergui o rosto e fitei o par de íris castanhas que me fitavam de maneira distante. Tentei me desculpar através de meu olhar e esperei profundamente que ele se desse conta disso. 

― Anne ― Stephen murmurou meu nome com sua voz aveludada e sedutora, que fazia com que suas alunas tivessem sonhos eróticos apenas ao responderem à chamada. Voltei para a realidade e deixei que ele sustentasse meu olhar, certamente apavorado e surpreso. Vi ele levar a mão até o bolso de seu jeans de lavagem escura e logo uma caixinha de veludo preta estava dançando entre seus dedos. Merda, merda, merda, merda! Mil vezes merda! Eu ia desmaiar! Eu ia morrer! Isso. Não. Está. Acontecendo. Sean ia matá-lo. Ou então me mataria. Ou eu mesma me mataria por estar pensando em Sean em um momento como esses! Senhor, dai-me o dom do teletransporte! Meus devaneios foram novamente interrompidos pelo moreno ajoelhado em minha frente. Ele abriu a caixa pequena e revelou um anel de prata, coberto por várias pedrinhas de brilhantes ― Sei que já tivemos essa conversa algumas vezes ― Eu mal conseguia prestar atenção em suas palavras ― mas você merecia algo certo e verdadeiro ― A palavra quase me fez engasgar ― Então... Quer ser minha namorada? 

Thinking Of YouOnde histórias criam vida. Descubra agora