CAPÍTULO ONZE

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Fui acordada pelo despertador alto e contínuo, ignorando-o por duas vezes mas sendo obrigada a ceder na terceira vez, temendo me atrasar logo em meu primeiro dia. Tomei o banho mais rápido da minha vida e vesti meu jeans preferido, botas marrom e uma blusa branca que caia sobre um ombro, deixando o outro à mostra. Tentei arrumar meu cabelo, mas ele parecia ter escolhido o pior dia possível para se revoltar contra mim e não colaborar. Desisti, deixando-o solto e peguei minha bolsa, saindo depressa do quarto, correndo pelas escadas, pensando que talvez pudesse pegar uma carona com Sean. No meio do caminho, porém, lembrei que talvez eu não precisasse depender de Sean ou do motorista querido, já que agora eu tinha um carro só pra mim. A lembrança me fez sorrir, mas aceitar esse tipo de presente ainda parecia absurdo.

― Bom dia ― Bridget exclamou animada assim que entrei na cozinha.

― Bom dia! ― Respondi na mesma entonação, dando um beijo em sua bochecha.

― Uau, quanta animação pra um primeiro dia de aula! Isso é por causa do carro também? Já sei como te animar quando estiver pra baixo ― Nós rimos. Roubei algumas bolachas de cima da mesa e olhei o relógio. Droga.

― Preciso ir ou vou chegar atrasada.

― Pode me dar uma carona? Preciso ver alguns detalhes sobre a festa por lá.

― Claro, mas você precisa levantar. Agora ― Ela tomou o suco em um só gole, levantando-se e me seguindo até a garagem ― Quando suas aulas começam?

― Só semana que vem. Você viu Sean?

― Acho que ele já saiu, não? ― Dei de ombros e entrei em meu carro novo e perfumado.

O trajeto até a faculdade levou cerca de vinte minutos, mais devido ao trânsito do que a distância em si. Assim que encontrei uma vaga no estacionamento e desci do carro, esperando Bridget, avistei Tibby descendo de um carro estacionado próximo. O carro de Sean. Então foi por isso que não tínhamos o visto durante o café. Tibby, como sempre. Bridget deu um breve aceno e desapareceu, me deixando ali sozinha.

Eu precisava me localizar urgentemente. Certo, pra que lado devo ir? Ser a nova "irmã" do famoso Sean Brewster devia servir para algo nessas horas, não? Infelizmente, não estava ajudando em nada. Várias pessoas passavam por mim e seguiam em direções opostos, me deixando confusa. Resolvi seguir o maior fluxo de pessoas, tentando descobrir para onde estava indo durante a caminhada. Havia cinco prédios grandes e coloridos no campus. Aparentemente, meus colegas de caminhada estavam se dirigindo para o prédio de paredes amarelas e janelas grandes.

― Anne! ― Ouvi alguém gritar meu nome e parei de caminhar, sentindo alguém esbarrar em minhas costas. A garota me olhou parecendo irritada e desviando, seguindo seu caminho. Atrás dela, uma cabeleira loura e longa brilhava no sol.

― Oi Tibby ― Sorri, lembrando da noite passada ― Queria dizer que sinto muito por ontem. Eu estava um pouco estressada e acabei descontando em você ― Por mais que ainda não sentisse a menor vontade de incluir Tibby na minha lista de possíveis amizades, parecia errado continuar implicando com ela sem nenhum motivo bom o bastante. Não, Sean não é um motivo bom o bastante, e minha dignidade fez questão de gritar isso em minha mente.

― Tudo bem, eu mesma faço isso o tempo todo ― Respondeu rindo, e me vi rindo junto ― Precisa de ajuda para encontrar sua sala? ― E lá estava o universo brincando comigo e colocando a pessoa mais inesperada em meu caminho para me ajudar.

― Isso seria ótimo. Pra ser sincera, só achei que daria certo seguir o fluxo, mas me enganei.

― Qual o número? ― Peguei o papel que havia impresso na noite anterior e que continha minha grade horária. A primeira aula começava em cinco minutos, na sala 205. Ela observou cuidadosamente e então o sorriso em seu rosto cresceu ― Parece que estamos na mesma sala! ― Ok universo, você já pode parar agora. Por favor.

Thinking Of YouOnde histórias criam vida. Descubra agora