Prostituta Por Obrigação - COMPLETO

Capítulo 26 (Parte 1)

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Elle Martins

Isso não pode ser possível, repito mentalmente, Não pode.

Fecho os olhos e deixo as lágrimas correrem pelo meu rosto.

Se isso for verdade, a minha vida inteira foi um teatro.

Tudo programado para acontecer na hora certa.

Tudo mentira.

Tudo, tão... tão...

Argh!

Como isso é possível?!, me pergunto.

"FBI".

"Agente".

"Eu te amo".

Tantos segredos... Tantas mentiras...

Choro.

Tudo poderia ter sido diferente.
Tudo poderia ter sido melhor.
Mas ele não fez nada.

Como eu pude me apaixonar por uma pessoa desse tipo?
Uma pessoa tão... ruim.

Céus! Eu nem tinha nascido ainda!

Como isso pode ser possível?

Não é, meu subconsciente afirma.

Respiro fundo e controlo as lágrimas.

Isso. Isso não é possível.

Bufo irritada e rio sozinha.

Isso não é real.

Ele inventou tudo isso.

Isso não passa de uma história fictícia, inventada por um maníaco.
Um cara que só quer se dar bem.

Nunca que isso poderia ter acontecido.

Eu morava em um orfanato sim. Não fui roubada dos meus pais, eles que preferiram me deixar lá no orfanato.

Não há a menor possibilidade daquele roubo ter sido programado.
Como essa "gangue" poderia saber que eu estava levando o dinheiro comigo?
Aquela mulher nunca nem tinha me visto. Como poderia saber quem era eu?

É tudo mentira.

Amasso a folha de papel e jogo ela de volta aonde estava.

Ethan deveria ser escritor.
Quase que eu acredito.

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- Bom, Sra. Lerger - o Dr. Edwards olhou diretamente para mim e Ethan se mexeu do meu lado - Como eu havia prometido, a senhora ganhou sua alta - sorriu de maneira profissional e Ethan tossiu - Mas agora precisamos conversar sobre o resultado dos seus exames... Bem, a senhora não precisava ter ficado tanto tempo internada, mas precisávamos nos assegurar que sua saúde estaría impecável, considerando sua atual situação...
O motivo para o desmaio, foi uma queda de pressão que também é natural nessa fase - franzi o cenho.

Do que ele está falando?

Ele notou minha expressão e a surpresa tomou conta do rosto dele.

- Vocês ainda não sabem... - murmurou e depois sorriu - Bom, senhor e senhora Leger. É com imenso prazer que anuncio que os senhores estão esperando um filho. Meus parabéns.

Não ouvi mais nada.

"Filho"

Grávida?

- O senhor está brincando, não está? - perguntei ainda confusa. - Eu não estava nem estou grávida. Isso é loucura! - levantei da cadeira e Ethan me acompanhou, olhando para a minha barriga.

- Grávida? - ele sussurrou com um meio sorriso.

Cruzei os braços à frente da minha barriga e me virei para o médico.

- Como isso é possível? - perguntei para ele.

- Desculpe... Eu não imaginava que vocês não soubessem sobre o bebê. Eu sinto muito. Mas o fato é que os exames apontaram um feto de mais ou menos duas semanas.

- Eu sabia. - Ethan comentou baixinho - Você está esperando um filho meu - ele me olhou e eu dei passos para trás até encontrar com a parede atrás de mim.

Filho? Eu? Mãe?

Isso não é possível.

- Bom, eu vou deixá-los sozinhos para comemorarem. Meus parabéns mais uma vez. Ah! E como médico, eu sugiro que vocês procurem um obstreta o quanto antes. - sorriu e saiu da sala.

Ethan socou o ar.

- Eu sabia! Eu sabia! - me olhou sorrindo e correu para me abraçar - Você está mesmo grávida! - me beijou - Eu vou ser pai! Porraa. Eu vou ser mesmo pai!!

Continuei com os braços cruzados.

Eu estou esperando um filho... Dele.

Coloquei minhas mãos na minha barriga.

- Eu vou ser mãe?

Olhei para Ethan que sorria para mim.

- Vai - confirmou com a cabeça e me abraçou novamente - Vamos ser pais.

- Eu vou ser mãe? - perguntei novamente, com lágrimas nos olhos.

Comecei a chorar.

- Eu nem sei cuidar de mim mesma. Como vou conseguir cuidar de um filho? - perguntei olhando nos olhos dele.

- Eu estou aqui, não estou? Vamos cuidar dele juntos. - afagou meu rosto.

Neguei com a cabeça e me afastei.

- Eu nem sei quem você é - fiquei de costas enquanto aquela carta voltava à minha mente.

- Você sabe, Elle. Eu sou Ethan. Eu sou esse cara aqui.

Olhei com raiva para ele.

- Um bipolar? Um cara que abusa de mim? Que me maltrata e depois, do nada, vira o maridinho que ama a esposa? Eu sinto muito, mas se você é assim, eu quero distância.

- Para com isso, Elle...

Ri irônica.

- Parar com o que, 299? - perguntei e ele me olhou assustado.

- Como você...? - parou de falar ao verificar o bolso, onde mais cedo ele quis colocar a folha de papel.

- Ué. Está assustado por que? Achei que me amasse - sorri forçado.

Ele ficou calado enquanto me encarava com um olhar indecifrável.

- Não vai falar nada, Sr. Agente secreto da FBI?

- Vamos para casa - ele falou - Lá eu te explico tudo. Prometo.

Bufei.

- Até parece.

- Vamos? - estendeu a mão.

- Não preciso de guia. Ainda não fiquei cega.

Ele revirou os olhos.

- Para todos, somos o casal perfeito. Então colabore... Por favor.

Bufei novamente e segurei a mão dele.

Que nojo.

Continua...