4 - Sonhos

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ANNA

Eu fiquei o dia todo pensando nos mometos prazeroros que passei ao lado de Yuri naquela tarde. Conversamos muito como seria o meu trabalho, eu dava ideias e as vezes olhava para o horizonte tentando evitar o seus olhos, não queria ser atraída por aquele olhar. Mas teve uma hora que ele me chamou enquanto eu rabiscava no meu bloco de anotações algo sobre o trabalho e eu não tive como escapar. Olhei em seus olhos e suas íris pareciam águas negras e profundas. Algo dentro de mim dizia "fuja, você vai se machucar", mas eu queria mergulhar naquele olhar.

Naquela noite, eu tive um sonho. Eu sonhei com o Yuri. Nós estávamos sentados num sofá e nos beijávamos, um beijo doce e suave, seus beijos foram para o meu pescoço e entre os beijos ele dizia que me amava. Ele tirou a camisa e eu passei minha mão trêmula por seu tórax e ele disse "não tenha medo, eu serei cuidadoso. Você confia em mim?" , respondi que sim e disse que o amava. Sinto seu toque na minha pele e automaticamente fico toda arrepiada, ele tira meu vestido e eu fico só de calcinha, Yuri me pega no colo e me leva para um quarto bem aconchegante. Me deita na cama, fica em cima de mim e continua me beijando, depois vai para o meu pescoço e chega nos meus seios, aquilo me enche de prazer, vai descendo seus beijos até minha barriga e tira a minha calcinha. Ele sobe novamente até minha boca e eu o sinto tirar o resto de sua roupa. De repente eu sinto a dor mais doce de toda aminha vida, agora éramos um só, não somente nossa alma estava interligada, nosso corpo também. O nosso corpo explodiu em prazer, parecia que tinham fogos de artifício dentro de nós. "Eu te amo, Anna, eu te amo" ele não parava de repetir e me beijar. "Você é minha pra sempre, só minha". Ouvir aquilo me dava uma prazer que eu não podia calcular.

Acordei ofegante. Meu Deus, não é possível que tive um sonho erótico com Yuri Lee? Quando me acalmei mais comecei a pensar naquele sonho. Não parecia um sonho e sim uma lembrança. Balancei a cabeça tentando organizar minhas ideias. Eu estava ficando louca, claro que não era uma lembrança. Eu o conheci pesoalmente a poucos dias. Louca, louca, louca dizia pra mim mesma. Acalme-se, Anna, foi apenas um sonho. Mas parecia tão real.

No outro dia, estava muito ansiosa para ir trabalhar ao lado de Yuri Lee. Como eu dava aula na faculdade no período da manhã, eu só iria ao escritório dele pela tarde. Dentro de mim os sentimentos estavam uma bagunça. Eu me sentia extremamente atraída pelo Yuri mas algo dentro de mim dizia que eu devia me manter longe dele. Era tudo muito controverso.

A manhã passou voando. Almocei com Rebeca como sempre e me dirigi ao escritório de Yuri. Estacionei o carro num parque próximo. Achei uma grande coincidência o prédio onde ele travalhava ficar em frente a esse parque porque adorava passear por ali. Eu me sentia tão bem naquele parque que sempre o frequentava. Olhei para o prédio e entrei. Perguntei a recepcionista qual era o andar de LEE ADVOGADOS, ela me disse que era o décimo primeiro. Fui um tanto insegura mas não deixaria transparecer isso jamais.

YURI

Oh céus, a tarde ao lado de Anna foi maravilhosa. Só em ouvi-la falar de suas ideias para ajudar os menos favorecidos me causava uma alegria tão grande que não cabia em mim. Minha Anna continuava bondosa. Lembro-me de uma vez que marcamos de nos encontrar no final da tarde no parque, esse mesmo que fica em frente ao prédio onde trabalho. Era outono e já estava esfriando. Ela tinha chegado primeiro e me esperava. Quando a vi, Anna estava com uma calça jeans, uma blusa de alça e tênis. Aproximei-me dela e a vi tremendo de frio. Tirei meu casaco e coloquei rápido sobre seus ombros. A repreendi porque ela tinha saído de casa sem nenhum casaco naquele frio. Ela me olhou com aqueles olhos meigos e disse que tinha dado o seu casaco a uma menininha de rua que estava com frio. Assim era Anna. Eu a repreendi mesmo assim. Disse que ela não podia pensar primeiro nos outros e sim nela. Enquanto passava as mãos em seu braços para aquecê-la mais rápido, ela me perguntou se eu era assim, se pensava primeiro em mim que nos outros. Respondi que sim. Então ela disse que era mentira porque eu tinha dado meu casaco pra ela mesmo estando frio. Olhei pra ela e disse que era porque eu a amava mais que a mim mesmo, mais que tudo no mundo. Ela sorriu e me beijou.

Naquela noite, eu sonhei com a minha amada Anna. Sonhei que estávamos casados e vivíamos numa casa muito bonita, com um jardim enorme e nossos quatro filhos brincavam com nossa cachorrinha. Pois é, quatro filhos. Será que Anna concordaria em ter tanto filho? Gargalhei. Não, acho que não. Nós estávamos sentados num balanço no jardim e olhávamos nosso pequeno rebento brincando. Eu dizia que a amava, amava nossos filhos e agradecia a ela por me fazer tão feliz. Ela me beijava e dizia as mesmas palavras. Acordei com um sorriso no rosto. Hoje eu a veria de novo, a tarde ela iria trabalhar no escritório comigo e eu a teria perto de mim, perto para reconquistá-la. Saio do quarto e Tina vem me dar bom dia.

- Bom dia, Tina - a peguei no colo e ela lambeu meu rosto.- logo, logo você vai reencontrar sua dona. Ela continua a mesma, a mesma Anna, linda e doce. Espere só um pouquinho.

A coloco no chão, me arrumo e vou trabalhar mas antes passo numa floricultura. Chego ao escritório e a manhã parece se arrastar de tão demorada que é. Não vejo a hora de ver Anna. Vou ao escritório que ela ficará, é de frente para o meu, coloco as flores lá. André chega e eu conto tudo pra ele. Meu amigo quase cai tra trás.

-Yuri, eu não posso acreditar nisso. Ela só pode estar fingindo. Como ela não lembraria do amor da vida dela? Cara, tem alguma coisa errada aí. É muito estranho.

Quando vou me pronuciar, o telefone toca.

- Diga, Clarissa.

- Uma senhorita chamada Anna Vas... - não a deixei terminar.

- Mande-a entrar. - desliguei o telefone e virei para André.

-Anna chegou.

Clarissa abriu a porta e conduziu Anna a entrar. André a olhou boquiaberto, não conseguia acreditar que ela estava viva e bem ali na nossa frente.

- Anna?! - André falou com a maior cara de mané, não conseguiu nem disfarçar o espanto.

-Sim, André, essa é a Anna Vasconcellos de que te falei. - tentei consertar.

-Claro, claro - voltou a si - Muito prazer Anna, eu me chamo André Duarte, trabalho com o Yuri. Também seremos colegas - deu a mão para Anna e ela aceitou seu cumprimento.

- O prazer é meu. - falou sorrindo.

- Bom André, eu vou mostrar a Anna o seu escritório. Vá trabalhar - falei rindo. - Vamos, Anna? - Ela assentiu com o sorriso ainda mais lindo e me seguiu.










Uma segunda chance ( finalizado )Onde histórias criam vida. Descubra agora