YURI
Anna dormia calmamente em meus braços, eu, claro,a admirava. Minha bela Anna estava perto de mim, em meus braços depois de tantos anos de dor e desespero. Lembrando aqueles anos que eu achava que ela estava morta, não teve um só dia que eu não pensasse nela. Por mais que estivesse calor e o sol brilhasse sob minha cabeça, o frio do inverno estava sempre ao meu redor.Não tê-la mais e não poder entrelaçar nossas mãos e caminhar como sempre fazíamos era angustiante. Não sei como consegui sobreviver sem você, meu amor. Se eu pudesse voltar no tempo e apagar o que minha mãe tramou, eu o faria. Como pude ser tão tolo e acreditar que você tinha morrido, Anna? Como me deixei ser enganado? Meu desespero foi tão grande com a notícia de sua morte que eu nem cogitei o fato de ser um plano diabólico da minha mãe. Com uma mãe assim eu estava feito.
Sorri amargurado ao pensar em minha mãe. Como uma mãe provoca o sofrimento de um filho dessa forma? Como ela pôde me ver sofrer durante todo esse tempo e não falar nada? Como ela pode proferir a palavra amor em justificativa aos seus atos tão cruéis? A única pessoa que ela ama é ela mesma. Mas agora estamos juntos novamente, amor, e nada nem ninguém nos separará de novo. Eu vou segurar a sua mão e não soltarei mais.
Depositei nos lábios de Anna um beijo casto. Eu a amava mais que tudo no mundo. Continuei a admirando quando noto que a campainha tocava insistentemente. Tirei Anna dos meus braços com o máximo cuidado para não acordá-la e fui atender a porta.
Quando abro a porta tenho a mais desagradável surpresa: minha mãe. Gelei ao vê-la. Fiquei parado sem reação. Ela simplesmente me ignorou e entrou sem ser convidada. Fechei a porta e a vi sentar muito confortavelmente no sofá.
- O que você está fazendo aqui, Helena?- fui ríspido.
- Helena?- sorriu de forma irônica.
- Por que? Você queria que eu te tratasse como?
- Por mãe, claro. - seu sorriso sumiu.
- Desculpe, senhora, mas faz dez anos que minha mãe morreu. - ela se levantou do sofá.
- Como você se atreve... - exaltou-se mas a interrompi.
- Como eu me atrevo? Eu vou te dizer, Helena, eu me atrevo porque a minha mãe que só pensa em dinheiro fez a desgraça do seu próprio filho. Porque essa minha mãe articulou um plano diabólico pra afastar do filho a mulher que ele amava. - eu estava tentando me controlar pra falar baixo e Anna não acordar -Ela fez com que a mulher da minha vida me flagrasse com outra.
- Eu fiz isso por amor a você, para o seu bem. Você estava cego por aquela oportunista.
- Amor? Isso é amor de mãe, Helena? Não precisa responder. Eu faço isso por você. Não, isso não é amor.
- Isso agora não importa mais, ela está morta.
- Morta? Ela nunca morreu pra mim, Helena. Durante esse dez miseráveis anos, ela sempre esteve muito viva aqui - apontei pra minha cabeça- e aqui- apontei pro meu coração.- Eu sempre a amarei.
- Pare de viver a sua vida por uma morta.
- Saia daqui, Helena. Volte pro lugar de onde você saiu. Eu realmente não quero vê-la, nem saber nada de você. Eu tenho nojo do que você fez comigo e com ela. Olhar pra você me causa repugnância.
- Me respeite, eu sou sua mãe.
- Você não é nada minha. Eu só tenho pai. Pai este que também não suportou viver ao seu lado por você ser essa pessoa desprezível e má. Vá embora daqui e me esqueça como eu já me esqueci de você.
- Você vai se arrepender de suas palavras, Yuri. Você é um filho ingrato. - ela falou gritando e saiu.
Eu me sentei no degrau que dava pra cozinha e uma lágrima escorreu por minha face. Como aquela mulher podia ser minha mãe? Só senti Anna me abraçando por trás. Ela tinha ouvido a discussão.
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Uma segunda chance ( finalizado )
RomanceAnna tinha apenas 17 anos quando o viu pela primeira vez, ela estava com sua cadelinha Tina dando um passeio num parque daquela grande cidade onde se encotrava sozinha. Ele estava fazendo cooper somente de short, com um boné virado pra trás e fones...