9 - Demarcando Território

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YURI

Acordei melhor que nunca. Eu tinha certeza que seria feliz outra vez ao lado de Anna. Minha Anna. Depois que a reencontrei naquele auditório da faculdade meu mundo voltou a fazer sentido. Eu ainda pensei em dar uma desculpa qualquer ao meu cliente e me livrar daquele incoveniente. Graças a Deus que não o fiz. Meu coração dói só de pensar na possibilidade de eu não ter ido.

Eu nem prestava atenção naquela profesora Anna que estavam todos chamando, ela demorou horrores para subir no palco evidenciando que não queria estar ali. Mas quando ela disse que se chamava Anna Vasconcellos, parecia que meu coração tinha parado e meus olhos voaram em sua direção. Eu não tive reação alguma, só repeti o seu nome. Minha cabeça não parava de especular coisas. Por que Anna estava fingindo não me conhecer? Por que ela olhava pra mim como se eu não fosse ninguém? Por que ela foi falar naquele maldito caso? Só podia ser pra me afrontar, se vingar, me fazer sofrer. Acreditando que ela estava fingindo, eu fui irônico com ela e desagradável. Mas depois ela foi compreensiva ao dizer que tinha ficado satisfeita com a minha resposta, ela me entendeu.

Saí dali correndo para encontrá-la e tentar me aproximar da mulher que eu nunca deixara de amar. Ela estava mais linda que nunca. Seu olhar era o mesmo. Seu sorriso era o mesmo. Será que seu amor por mim era o mesmo de dez anos atrás? Porque o meu amor por ela continuava intacto, imutável. Durante esses dez longos anos em que eu pensei que ela estivessse morta, não houve um só dia em que não me lembrasse dela. Com o tempo eu deixei de chorar quando me lembrava de algo. As vezes eu me pegava sorrindo ao lembrar de alguma coisa engraçada que ela tinha feito. Como no dia que fomos ao parque de diversões e ela brigou com uma criança de uns sete anos pra ficar com o último algodão doce. Outras vezes me lembrava com ternura, como no dia do meu aniversário de 21 anos em que eu cheguei em casa e ela tinha decorado tudo com balões de coração e velas. Tinha preparado um jantar maravilhoso e feito um bolo pra mim. Me lembrava com carinho até das cenas de ciúme que eu protagonizava e ela sorria e me chamava de bobo dizendo que eu era e sempre seria o único na vida dela.

A vida estava me dando a oportunidade de tê-la novamente. De ser feliz ao lado dela. E eu não deixaria escapar essa segunda chance. Não. Eu a agarraria com todas as forças. Anna e eu estávamos destinados. Eu era dela e ela era minha. Simples assim.

Cheguei ao escritório com um bom humor incrível. Dei bom dia sorrindo a minha secretária que estava sempre metendo os pés pelas mãos. André chegou logo ao meu escritória pra se enxerir nos meus assuntos.

- Hum, vejam só como ele está alegrinho.

- André, eu juro por Deus que não entendo como te aturo há vinte anos. Porque você é chato pra cacete. - disse rindo

- Faço minhas as suas palavras, nobre amigo. -gargalhou.- Então, como foi com Anna ontem?

- Eu a beijei.- ele abriu a boca e fez ohhhh.

- E ela?

- André, você está parecendo uma mulherzinha curiosa e fofoqueira. - ele gargalhou ainda mais.

- Já sei, ela te deu uma tapa na cara. - o idiota não parava de rir. - Bem feito. -rimos juntos.- Mas sério, como vocês estão depois disso?

- Ela disse que queria ir com calma porque tinha acabado de me conhecer. Acabado de me conhecer- falei perplexo. André ficou sério.

-É meu amigo, você tem que entender que ela esqueceu do que viveu com você depois daquele maldito acidente. Em algum momento você terá que contar tudo a ela.

- Eu sei. Mas antes que eu conte tudo, talvez eu estando perto dela ela lembre que já me amou um dia. Eu não sei. Só sei que eu vou reconquistar o amor da minha vida.

Uma segunda chance ( finalizado )Onde histórias criam vida. Descubra agora