15 - Não adianta fugir do passado

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ANNA

Eu estava extremamente irritada com Sabrina, não porque eu via nela alguma ameaça em relação ao meu namorado mas porque ela teimava em aparecer e me provocar, também o fato de ter aberto velhas feridas no Yuri, isso o fez lembrar e sofrer. Eu tive ciúme dessa namorada do passado sim, mesmo sabendo que ela estava morta. Sabrina falou o quanto ele a amou e aquilo me pertubou, eu temi só em pensar que o Yuri poderia ter amado mais esse antigo amor que a mim. Eu tentava afastar esses pensamentos mas me angustiava sempre que pensava nas palavras ferinas de Sabrina.

Eu não contei ao Yuri que ela tinha ido na faculdade me importunar, não queria preocupá-lo. A semana seguiu um pouco estranha porque suas palavras não saiam da minha mente por mais que eu tentasse. O Yuri percebeu que eu estava diferente e tenho certeza que ela sabia o porquê mas não me perguntou nada. Talvez tivesse medo das minhas perguntas relacionadas a sua ex -namorada, talvez tivesse medo das suas respostas. Não sei. Eu só sei que o clima estava incômodo. Mesmo depois dele ter falado que me tinha e que era feliz por isso, mesmo assim, suas palavras não acalmaram meu coração. Eu repetia pra mim mesma como uma mantra que o passado ficou no passado e eu era o presente do Yuri. Mas não estava adiantando muita coisa.

Cheguei no escritório, cumprimentei rapidamente Clarissa e fui pra minha sala. Assustei-me ao entrar. Yuri estava lá, me esperando.

-Nossa, Yuri, você me assustou. - fui grossa.

- Desculpe, vida, não foi minha intenção. - falou quase como um sussurro e aquilo acabou comigo, não havia porque eu estar falando com ele daquele jeito.

- Eu sei que não, amor. - o abracei.- Eu que tenho que me desculpar. - ele me olhou nos olhos.

- Você anda muito estranha desde a visita de Sabrina.- abaixei os olhos. Ele levantou o meu queixo pra que eu pudesse olhar em seus olhos de novo.- Não há necessidade de você ficar preocupada, ou com ciúme, eu amo você, você é a mulher que eu quero viver toda a minha vida. Você me completa, Anna, sem você eu não sou nada. Você é a mulher que eu sempre esperei. Minha vida só tem sentido porque eu tenho você. Você é a minha vida.

Como ficar indiferente a tais palavras? Eu o abracei bem forte.

- Eu te amo muito, amor. Sabrina soube muito bem me ferir apesar de eu não demonstrar no momento. Quando ela foi na faculdade e me disse...

- Espera, Sabrina foi na faculdade? - falou irritado.

- Sim. Na segunda.

- Anna! Só agora você me diz. - saiu de perto de mim e começou a andar de um lado pro outro. - Eu vou acabar com ela. Quem Sabrina pensa que é pra se meter assim na minha vida? - falava pra si mesmo. Eu fui até ele e o parei.

- Calma, amor, não é pra tanto. Não vamos fazer o que ela quer. Sabrina quer desestabilizar o nosso relacionamento. Vamos tentar esquecer, certo? - Yuri me abraçou e eu senti sua boca em meu pescoço.

- Por favor, Anna, não esqueça nunca que eu te amo.- o puxei pra olhar em seus olhos.

- Não esquecerei.- nos beijamos.- Que tal passearmos um pouco no parque, respirar ar puro e mandar pra longe de vez esses pensamentos ruins?

- Vamos sim. 

- Ah, e eu estou morrendo de vontade de tomar sorvete. - Enfim ele riu.


Eu estava decidida a mandar embora de vez aqueles pensamentos. Sabrina não conseguiria me afastar de Yuri, nós nos amávamos. Ponto. O passado estava no passado e eu sou o presente dele.

Ficamos um bom tempo sentados no parque, abraçadinhos, olhando o lago.

- Amor, e o meu sorvete? - sorri

Uma segunda chance ( finalizado )Onde histórias criam vida. Descubra agora