No caminho para a fogueira, criei coragem e tentei andar de cabeça erguida , mas é difícil quando as pessoas te encaram como um novo brinquedinho.
Izabel estava ao meu lado, e me puxou para sentarmos na mesa dos campistas de Hermes.Eu estava com tanta fome que nem fiquei muito impressionada quando o copo se encheu com minha bebida favorita.
Será que tinha comido demais? Eu estava me sentindo constrangida por que nem notei os campistas se levantando e jogando metade de seus alimentos na fogueira, como um ritual, uma oferenda.Seria para os deuses? Como funcionava?
Muitas perguntas, poucas respostas.Isso me deixava estressada, o que era normal desde alguns dias atrás.Eu precisava seriamente pensar direito, e parar de ser tão chata.Mas como poderia com tudo isso acontecendo?
Olhei para o prato de Izabel que ainda estava cheio.Minha nossa! Ela não comia? Peguei no braço dela e falei :
-Temos que fazer o mesmo que eles?
-Não sei, não se esqueça que chegamos aqui no mesmo dia.
Mostrei língua pra ela.Não era uma atitude muito madura mais enfim...
-Você não vai lá?
Izabel me estudou e então empurrou um pouco de sua comida em meu prato e se levantou.Eu a seguir e fui para fila diante da fogueira.
Observando vi que eles jogavam a comida e pediam por algo, como já tinha previsto, uma oferenda.Izabel estava na minha frente, e faltavam umas três pessoas para que chegássemos.Nesse tempinho eu observei ao meu redor, pessoas felizes rindo, e até se jogando comida.Um sorriso se formou em meus lábios.Será que com um tempo me sentiria parte de tudo isso? Não, não poderia, eu havia falado isso para Quíron, e dificilmente voltava atrás com minha palavra.Ou talvez...
Foi então que senti alguém me cutucar, olhei para trás, e me deparei com um menino loiro, bonito,com olhos eletrizantes, e com uma cicatriz no canto da boca.Eu o olhei nos olhos, respirei fundo, e falei:
-Desculpe, e que tudo é novo aqui pra mim.
-Tudo bem.-Ele abriu um largo sorriso.
Sentia como se algo errado estivesse acontecendo,olhando para o lado avistei Piper olhando com uma sobrancelha arquiada para o menino.Nãooooo! Será que ele era seu namorado?
Mas não havia nada demais naquilo, apenas uma conversa sem interesse.Ajustei minha postura, caminhei até a fogueira, e quando estava prestes a jogar a comida, vi uma mulher, uma mulher linda, mas então ela desapareceu. Lágrimas rolaram pelo meu rosto, não queria chorar,mas essa mulher me era famíliar.Enxuguei minhas lágrimas e joguei a comida na fogueira, o cheiro realmente era delicioso.Quase esquecendo que tinha que falar algo, eu parei. Mas o que falaria?Respirei fundo.
-Se vocês existem mesmo, me provem que não estou sozinha, e me ajudem a resolver essa bagunça.
Um trovão fez um grande barulho no céu.Não era bem esse o sinal que eu estava esperando.Queria ver minha mãe. A mãe que me esquecera .A mãe que se ausentara de toda minha vida.A mãe que não estava na hora que eu mais precisei.A mãe que me abandonara.
Voltando com Izabel para mesa eu estava mais nervosa que nunca.Como podia acontecer isso? O jantar estava acabando e nada, nenhum sinal,nem de fumaça.
Izabel estava em pé com alguns campistas;um estava a desafiando.Dizia a ela que nenhuma novata conseguia acertar o centro do alvo.Eu rir e ela infelizmente escutou minha risada.Coloquei a mão na boca e a vi mostrando seu dedo do meio pra mim.Que coisa feia!Então devolvi o dedo mal-criado.
Então ela fez algo que não esperava.Pegou o arco e pediu uma flecha para o menino.Ele riu e falou :
-Tem certeza de que quer passar vergonha na frente de tanta gente?
-Isso não diz respeito a você.
Ele a entregou a flecha, e ela respirou fundo. Fui para o lado dela e disse :
-Você consegue garota!
-Eu sei...Não, não sei não.
-Vamos lá.Desistir sem ao menos tenta é a pior das derrotas.
Ela me olhou e então armou a flecha no arco, ficou em uma posição perfeita até mesmo para a própria Izabel.Respirando lentamente ela olhou com mais firmesa para o alvo.Então soltou.E meu peito se encheu de orgulho.Ela acertou no alvo,bem no centro,corri e a abraçei,ouvir outras pessoa à parabenizando.Eu estava tão orgulhosa que nem percebi que muitos campistas a olhavam boquiabertos.Ela tinha um símbolo brilhante em cima da cabeça que não conseguir identificar, mas sabia que seu pai divino há tinha renunciado,só não sabia qual...
-Uma nova irmãzinha!
-Filha de Apolo!
Muitos campistas do chalé de Apolo a abraçavam, e a parabenizavam.De novo.Não!Eu Sofia Clark não estava enciumada.Era idiota.Mas meu coração estava dizendo contrário.Não! Use a razão Sofia.
Eu voltei a abraçar e uma lágrima caiu dos meus olhos.Talvez não fosse ciúmes.Talvez fosse medo de ser rejeitada como sempre foi desde criança.E se minha mãe não me renunciasse?
Izabel percebeu minha tristeza por que me abraçou, e chorou junto comigo.
-E se ela não me quiser como filha?
-Alguém me disse que desistir sem ao menos tentar é o pior tipo de derrota.Não desista Sofia.Eu sei que esteja onde estiver ela tem orgulho de você.
Enxuguei as lágrimas.Não gostava de chorar na frente de ninguém,isso demonstrava fraqueza, e eu não era fraca. E graças aos céus ninguém notou menos...Annabeth? Ela à estava olhando com compaixão.Com pena.Eu deveria me sentir grata, mas quem quer que as pessoas sitam pena delas? Eu não tinha tido uma boa experiência com Annabeth.E não queria que ela sentisse compaixão e só me tratasse melhor por isso.Já estava ficando tarde e conhecia as regras.Fui para o chalé de Hermes junto com Izabel me consolando.Minha mãe divina não tinha me renunciado.Eu estava muito triste, mas eu era Sofia.Tinha que sorrir quando mais queria chorar.Como sempre foi.Como sempre será.
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Cria de Atena - ( Em revisão)
FanfictionImagine sua vida e a de sua amiga mudando drasticamente.Pensem no que fariam se descobrissem que todo aquele papo de deuses é real.Agora,para piorar imaginem como seria se você fosse a única com poderes diferentes entre todos os semideuses.Pois bem...