O começo

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A última semana do terceiro bimestre foi uma daquelas totalmente desnecessárias.

Por quê?

Tive uma enxurrada de trabalhos, avaliações, pesquisas e apresentações.

É... isso aí, vidinha de estudante! E ainda dizem por aí que estudar não cansa, não causa estresse, e nem se compara a trabalhar.

Minha segunda-feira foi péssima, acordei atrasada, quase perdi o ônibus e para ajudar ainda esqueci a porcaria do trabalho em casa, tive que voltar buscar correndo, ainda bem que o Seu Joe, é paciente e me esperou. Sinceramente, não sei o que seria da minha vida sem ele.

Ele é um bom homem e um motorista exemplar, e, além disso, é um bom amigo nas horas de trânsito caótico nas idas e vindas das aulas.

Depois de toda a correria de ter ido e voltado e ido de novo, cheguei na escola desesperada, desci correndo as escadas com os trabalhos na mão, e quando chego no armário, quem está lá? A coordenadora, conversando com um colega, digo, um cara, ou um menino. Um garoto. É... um garoto soou melhor.

O nome dele é Matt, e não, não sabia direito quem ele era, e era muito tímida com qualquer pessoa, então meu contato na maioria das vezes é um sorriso forçado ou um balançar da cabeça meio que socializando com um "oi" escondido na alma. Mas cá entre nós, eu queria muito ser amiga dele.

Detalhes sobre Matt: ele era um típico boyzinho, que por onde passava deixava as garotas de queixo caído, tem aproximadamente um metro e oitenta e dois, é loiro e os olhos (Ah, os olhos!) são claros como as águas dos lagos das ilhas Maldivas! Ele é forte, e tem um sorriso encantador...

Mas enfim, deixa esse "blablablá" de lado e vamos continuar o assunto.

O que ele estava fazendo lá conversando com a coordenadora eu não sei, talvez pegando o material dele ou dando alguma ideia sobre o projeto "GoCN" (era algo do ramo social, que ele liderava), enfim, não importa. Eu simplesmente abri o armário, peguei os livros, tranquei o cadeado e subi para a sala de aula.

Na escola onde estudo, os alunos podem chegar atrasados até os primeiros quinze minutos da segunda aula, como consegui chegar alguns pouquíssimos minutos antes de o sinal bater, fiquei esperando que a Lili chegasse e TCHANRAM, a Lili não veio.

Como você com certeza não sabe de quem se trata, Lili é a minha melhor amiga, ela é uma garota excepcional, nos conhecemos desde a infância, e na minha opinião, Lili é uma das meninas mais lindas e simpáticas que conheço, sem querer puxar o saco.

Nós duas sempre estamos juntas, menos quando ela resolve faltar no dia da apresentação do trabalho, sem ao menos dar alguma satisfação.

É claro que pirei, eu ia ter que apresentar tudo sozinha, e a minha timidez obviamente não iria contribuir para uma excelente apresentação, pelo contrário, eu já previa que ia ser uma completa porcaria.

Mas não havia alternativa, fui lá na frente das trinta pessoas da classe e apresentei da forma mais rápida e eficaz possível, pelo menos para mim, para o professor com certeza não.

Logo que acabei, fui para o intervalo, sentei em uma das escadas que davam para o pátio principal e fiquei observando os garotos do primeiro ano jogando futebol e tentando chamar a atenção das meninas com seus "dribles e jogadas de mestre".

Preciso ressaltar que tenho uma paixão por alguém, isso já vem de anos e anos, mas como sou uma pessoa tímida, evito dar indiretas ou qualquer outra coisa que possa mostrar que sou uma adolescente boba apaixonada por um garoto que não dá a mínima para a mim.

E enfim, fui embora para casa me sentindo muito mal e com uma grande necessidade de aliviar todo aquele peso acarretado durante o dia. Então, eu busquei algumas opções para distrair minha cabeça, fiquei tirando fotos das mais diversas coisas que haviam na minha casa e no meu jardim, depois toquei teclado e cantei Perfect Symphony, e até arrisquei continuar uma história que havia começado a escrever há alguns dias, com o nome de "O destino dos meus sonhos", mas nada disso adiantou, eu estava realmente muito mal, ou muito na bad (como virou moda dizer por aí), então resolvi arriscar a última, porém, não menos importante, das opções: ligar para a Lili.

Pelo amor de Deus, não pensem que Lili é minha última opção para resolver problemas. É claro que ela é a primeira, mas o problema é que sempre que ela falta e não me avisa nada, algo muito importante aconteceu e ela só me conta quando tem um tempo livre. Como ela não havia me dito nada ainda, eu tive que dar o primeiro passo, porque eu precisava muitíssimo falar com ela.

Sem essa de era uma vezOnde histórias criam vida. Descubra agora