Não acredito!

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Quinta-feira, oito horas da manhã e eu já tava saindo de casa para o correio. Era um pouco longe de casa, mais ou menos trinta minutos a pé, mas eu tinha que ir logo, o mais rápido possível. Voaaando!!!

Eu estava muito agitada, e fui correndo o quanto podia. Passei a Rua Hill, pulei a mini escada que tinha lá, e virei ela no embalo, estava me sentindo uma atleta, pela primeira vez na vida eu estava correndo com vontade, porém a rua na qual virei era meio descida, e como estava embalada não consegui reduzir a velocidade, continuei descendo aquela enorme calçada como um flash!

Ops!
Não reparei que havia um montinho de areia fina na calçada e então quando me dei conta que ia dar merda, bom deu.

Escorreguei na areia, dei de cara no chão...
"Meu Deus, que dor, ai meu joelho! Que droga, meu rosto tá ardendo! Socorro meu cabelo, que saco! Por isso que eu não gosto correr... Eu não sei, sou desequilibrada. O que podia ser pior que isso? Não acredito, não acredito, Mag."
Como se isso fosse o pior, eu estava morrendo de dor, havia torcido o pé, fiquei lá deitada, choramingando por alguns minutos. De repente da casa onde eu estava parada na frente eu ouvi a porta abrindo e uma voz de mulher disse:
— Hey, garota! Tudo bem?
Eu estava tão nervosa e com dor que só consegui dizer um Não.
Então, em seguida, ela disse para alguém que estava lá dentro:
— Filho, uma menina caiu aqui na frente de casa, acho que ela se machucou, vá ajudá la.
— Estou indo mãe! — o garoto respondeu.
Se eu pudesse levantar antes que ele chegasse, tentaria sair correndo de novo, mas tava tenso.
E enfim, o garoto chegou, abriu o portão e quando olhei...
"Ah, meu DEUS! NÃO, NÃO, ele não, não pode ser, Matt. Não podia piorar, Mag? Santa boca." — Pensei, enquanto ele se aproximava.
Sim, o Matt, o cara que tenho uma leve queda e troco olhares ocasionalmente.
Ele me disse "Oi", me pegou no colo, e olhou para a minha cara:
— Eu te conheço.

— É talvez conheça (ele não pode lembrar!).

— Bom, vamos entrar, você um pouco suja e machucada, acho que posso ajudar.

— Obrigada Ma... quero dizer amigo.

— Imagina!

Entramos, ele me colocou no sofá, enquanto foi buscar um copo de suco.
Eu nesse momento desejei falar com Lili, ou que ela estivesse junto comigo, mas não né.
Ele voltou, me ajudou a sentar, me deu o suco, arrumou a almofada e sentou se ao meu lado.

Fiquei trêmula, bebi, era suco de morango, estava bom, agradeci.
Ele ficou me fitando, por longos cinco minutos e enfim disse:
— Você é da escola, não é?

— Sim, eu sou.

— Hmm... Acho que te vi por lá, mexendo no seu armário.

— Provavelmente.

— Maggie Laurence, terceiro ano A.

Como assim, me ver é uma coisa, saber meu nome é minha sala??? a coisa ficou séria.

— É, sim. Senhor Matthew Hudson, do terceiro ano E.

Ele me olhou fixamente, e riu.
Claro, eu também. Afinal, que momento estranho.

— Vou buscar uns curativos para o joelho da senhorita, um minuto.
— Okay, vai lá.

Aproveitei enquanto ele foi em busca dos primeiros socorros e peguei meu celular, que agora tinha um novo design, o homem aranha deixou um autógrafo, se é que me entende. Pelo menos tava funcionando o touch ainda.
Mandei um SMS para a Lili.

Sem essa de era uma vezOnde histórias criam vida. Descubra agora