Gente nova

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Terminei de me arrumar e tal, coloquei o café para fazer, peguei dinheiro e fui comprar pão.

A padaria ficava a uns dois quarteirões da minha casa, não era muito longe, dessa vez prestei bem atenção onde estava pisando e fui andando devagar.

Na metade do caminho, eu vi um caminhão de mudança do outro lado da rua, então por pura curiosidade atravessei a rua, e passei na frente da casa.
Era, na verdade, um casarão, onde antes morava um casal da terceira idade, eles eram super fofos, mas se não me engano foram para Alemanha morar com o filho caçula.

Enfim, estava se mudando para aquela casa, uma família, os pais e dois filhos, uma menina com aproximadamente a minha idade, e um garotinho que aparentava ter uns onze anos por aí.
Para não ser mal-educada ao passar por eles sorri e disse — Bom Dia! , e claro eles responderam sorridentes.

Fui comprei os pães, e voltei para minha casa.
Lembrei que no dia seguinte voltaria a aula, depois do nosso feriado e provavelmente a garota nova entraria para nossa escola, uma boa chance de eu saber mais sobre ela, mas uma pena por ser final de ano.
Tomara que ela saiba as matérias que estão sendo passadas. — pensei.

E enquanto pensava olhando para o nada:

— Aí meu Deus, me segura!

Tropecei em uma pedra, mas acho que Deus realmente me segurou, graças a Ele eu não caí.

Cheguei em casa meus pais haviam acabado de chegar também, eles estavam descendo do carro.

— Oi mãe, oi pai!  Como foi o dia hoje?

— Oi, filha! Foi tudo bem e com você? — perguntou minha mãe.
Enquanto meu pai tirava algumas coisas do porta malas.

— Foi bom, eu acho. - respondi meio reflexiva.

Minha mãe abriu a casa, e meu pai me deu um beijo na testa.  Fomos levando as coisas para dentro.

Fui direto para a cozinha, coloquei o café na garrafa, os talheres e xícaras na mesa e as outras coisas que acompanham o lanche da tarde.

Minha mãe havia ido ao quarto tomar um banho e trocar de roupa, o que leva apenas uns cinco minutos quando ela não precisa lavar o cabelo.

— Muito obrigada, filha, vamos tomar café? — ela disse.

— Sim! — eu e meu pai respondemos juntos.

Ele já estava sentado lendo jornal.

De repente, ele virou e disse:

— Vocês viram que uma família se mudou aqui na nossa rua, um quarteirão para baixo?

— Sim, eu passei lá na frente hoje.

— Fiquei sabendo que o homem será o novo gerente da agência CN Exchange.

A CN exchange é uma das maiores e mais visada agência de intercâmbio e turismo.

— Nossa, pai, sério?

— Sim, se não me engano, eles vieram de Londres para cá.

— Uau, que legal!

Minha mãe ficou apenas ouvindo a nossa conversa enquanto fazia nossos lanches.
Depois do café cada um foi se arrumar para ir à reunião, eu não ia fazer nada lá, apenas ia acompanhar meus pais e assistir.

Em uns quarenta minutos estavam todos prontos e fomos. Era perto de casa a igreja, em vinte minutos chegamos lá.

Fiquei assistindo tudo aquilo, depois tomamos um lanchinho e voltamos para casa, estávamos muito cansados quando chegamos, então fomos direto para a cama, até porque meus pais iam trabalhar e eu tinha que ir para a escola.
                         

No dia seguinte acordei em cima da hora, me arrumei rapidinho, dei um beijo nos meus pais e fui correndo para a van, dei bom dia para o MMF, e sentei no banco ao lado dele.

Cheguei na escola, desci rapidinho para o armário pegar o material do dia, e adivinha quem estava lá?
Sim, o Matt!
Aliás, bem ao lado do meu armário, eu o vi enquanto estava descendo a escada, então dei aquela arrumadinha básica no cabelo, respirei fundo e fui.

— Bom dia, senhorita Maggie Laurence! — Ele disse sorrindo feito uma criança.

— Bom dia, doutor Matthew Hudson! — disse com uma voz diferente, como se eu estivesse cumprimentando ao ministro.

Nós sorrimos.

— Eu já vou subir, preciso ir logo. Você vem? — falei enquanto trancava meu armário.

— Sim!

Subimos a escada, chegamos no corredor, ele me deu um beijo no rosto e foi com os amigos dele e eu bebi água.

Quando levantei o rosto dei de cara com a garota que tinha se mudado para a minha rua.

— Olá! — ela disse meio assustada.

— Oi, Oi! — respondi meio nervosa, não sei por quê.

— Como você se chama?

— Maggie Laurence,  mas pode me chamar de Mag. E você?

— Emilly. 

— Emilly? — perguntei em tom de continuação.

— Emilly Johnson, muito prazer Mag!

— Muito prazer, Emilly.

— Então, Mag - ela disse um pouco tímida — eu te procurei, pois lembrei que você passou em frente a minha casa ontem e como não conheço ninguém vim falar com você, você parece ser legal.

— Ah, sim, é verdade.  Fico feliz que tenha uma família nova na minha rua, nossa agora.

Ela riu.

— Então, você pode me dizer onde fica o banheiro feminino?

— Claro, tá vendo o próximo corredor?

— Sim.

— Vire ali, é a primeira porta.

— Muito obrigada!  Será que posso te procurar na hora do intervalo?

— Com certeza! Vou separar um lugar na mesa para você.

— Valeu Mag, valeu mesmo!

— Imagina!  Mas espera de que sala você é?

— Segundo ano A.

— Ah, okay! Bom dia!

— Bom dia — ela respondeu enquanto apertava o passo para ir ao banheiro.

Segundo ano? Ela só tem dezesseis anos, então! — pensei.

Já havia batido o sinal, sai correndo e entrei na sala, sorte que deu tempo!  Se não a professora de Química, iria querer me dar advertência e um sermão para a classe.

Sentei na minha carteira, coloquei o material na mesa e a bruxa descabelada chegou! Digo, a professora querida, chegou.

— Bom dia alunos! Abram os cadernos e comecem a copiar a página 220 do livro. Enquanto isso farei a chamada, quem não responder ou eu não ouvir ficará com falta e se reclamar vai para fora da sala.

Ela dizia isso todas as aulas, ainda bem que o ano estava acabando, ninguém aguentava mais. Enfim, mal havia iniciado a aula e eu já queria o intervalo ou mesmo as férias!

Sem essa de era uma vezOnde histórias criam vida. Descubra agora