Sentada no sofá e totalmente entediada, lá estava eu tentando falar com a Lili.
Minha paciência já estava acabando, fazia uns dez minutos que eu estava ligando e chamava, chamava, chamava e caía a ligação.
Até que na décima ligação ela me atendeu, eu nem disse alô e já fui falando que estava entediada, cansada e, porque ela não me avisou nada, que acabei apresentando tudo sozinha, e etc.
Depois de quase quinze minutos falando sem parar, eu percebi que tudo estava em silêncio do outro lado da linha, eu parei, e comecei a chamar ela, porém a única resposta que Lili me dava era: Calma aí, Mag.
A voz dela estava meio alterada, não digo brava, ou coisa assim, estava baixa e tristonha, então comecei a me preocupar, quase oito minutos sem falarmos nada ela disse:
- Mag, me desculpa, depois a gente se fala, preciso sair agora, beijos, fica com Deus e tchau!
Fiquei espantada, queria muito saber o que estava rolando, coisa boa não era, então decidi correr para a casa dela, que fica a aproximadamente vinte metros e meio da minha casa.
Fui voando, e quando cheguei lá, bati palma, gritei, chamei, mas não ouvia nenhum som vindo do lado de dentro.
O que está acontecendo? — pensei, mandei SMS e a resposta foi:
Vai embora, não posso te atender agora, me desculpe.
Fiquei super triste, pela primeira vez ela estava fazendo essas coisas estranhas, me tratando grosseiramente e sem um pingo de receio.
Pensei que ela tivesse ficado chateada, afinal fui uma tremenda grosseirona e mal-educada com ela. Mas, ao mesmo tempo, ela já havia mostrado que não estava bem, só que eu com minha boca gigante não deixei a menina se explicar.
Bom, não sabia o que estava acontecendo, mas iria descobrir.
Eu sabia que logo que ela melhorasse ou o que quer que fosse, ela ia falar comigo e nós nos desculparíamos, quer dizer, pelo menos isso era o que eu esperava.
Voltei para casa e decidi que faria alguma coisa interessante para animar aquela tarde. Peguei minha bicicleta e dei umas voltas pelo bairro. Indo e vindo pelas ruas, acabei descobrindo algo interessante... Não que isso seja realmente interessante para você, mas vi Matt e alguns amigos passeando pelo parque da vizinhança.
Pensei duas coisas que fariam sentido: ele morava por ali ou algum dos amigos dele.
Continuei rondando o lugar e de repente, os garotos pararam, um deles me reconheceu. Era o Liam, um colega de classe. Ele acenou para mim e eu retribui, logo todos eles acenaram também. Para não ser totalmente inconveniente com minha timidez absurda, deu um tchauzinho e um sorriso forçado.
O que eu mais temia, aconteceu. Liam me chamou e disse:
- Hey, Mag. Vem aqui conosco!Fiquei meio sem graça, eu não queria me aproximar de um grupo de garotos que a escola inteira conhecia e ficar lá não entendendo bulhufas do que eles conversavam.
Fiz um gesto de "já estava indo" e disse que só estava descontraindo um pouco, mas que precisava ir.
Ele disse que tudo bem e novamente todos eles deram um tchau e voltaram a conversar. Pedalei rua abaixo e parei na cafeteria que havia em uma das esquinas. Comprei um "double-double" e sentei em uma das mesinhas para descontrair as ideias, enquanto observava o movimento na avenida.
Estava um clima gostoso, e ali fiquei refletindo sobre várias coisas. Até que parei em um único pensamento: o que estava acontecendo com Lili, e por que ela não havia me retornado?
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Sem essa de era uma vez
Roman pour AdolescentsQuem é que nunca ouviu uma história começada em "era uma vez" e todo esse blábláblá? Eu, particularmente, até gosto de conto de fadas e etc. Mas essa história, na verdade, é sobre mim. Muito prazer, sou Maggie. Escrevi esse livro para contar pra v...