Capítulo 15

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Samantha Narrando

Cruzei os braços. Silêncio. Ninguém falava e o único som que tinha era o do motor do carro.
- Não vai me dizer pra onde vamos? - Perguntei curiosa.
- Não. - Ele respondeu parecendo se divertir com o fato de eu estar curiosa.
Fiz bico.
- Mas eu aposto que você vai gostar.
- É o que veremos. - Falei duvidando.
Alex riu baixinho.
Demorou uns dez minutos até o carro parar na frente de um lugar enorme, um predido de uns três andares com uma placa enorme dizendo : Museu de Artes.
- Por que acha que gosto de arte ?- Perguntei me virando pra ele.
Enquanto tirava seu cinto de segurança, Alex respondeu:
- Como uma arte pode não gostar de outra?
- Que cantada péssima! - Falei. Mas sua cantada foi o suficiente pra me deixar corada.
- Nem tanto assim - Ele disse se aproximando e tirando o meu cinto. E então sussurrou - já que você está vermelha que nem tomate.
Coloquei as mãos nas bochechas.
- Seu besta. - Falei e saí do carro.
Alex saiu rindo.
- Já veio aqui antes ? - Ele perguntou.
Neguei com a cabeça.
- Eu nunca tive tempo para fazer algo do tipo.
- Pois agora tem, pois seu patrão é muito legal. - Ele estava se achando.
- E hoje é SÁBADO. - E dei lhe o sorriso vitorioso.
- Também tem isso..
Na entrada, Alex tirou um par de ingressos do seu casaco e deu para um homem moreno de terno na entrada que estava do lado de uma porta giratória.
- Podem entrar. - O homem autorizou.
Entrei primeiro que Alex e o esperei passar pela porta, ele se pos ao meu lado e pegou minha mão. Levei um susto com seu ato.
- Estou forçando a barra ? - Perguntou.
Dei de ombros.
- Eu não tenho uma resposta concreta para sua pergunta. - Sussurrei.- Deixemos como está, então.
Ele assentiu dando um pequeno sorriso.
Entramos então na primeira sessão que depois de passarmos por uma porta, tudo ficou escuro.
- O que está acontecendo? - Sussurrei alarmada.
- Fique calma. - Alex pediu sussurrando no meu ouvido e fazendo com que pequenos calafrios tomassem meu corpo - É apenas parte da apresentação.
Apertei sua mão.
E então as luzes piscaram e uma luz brilhante iluminou a parede. Um vídeo foi iniciado.
No vídeo, uma margarida apareceu e então alguém com a voz feminina disse:
"Quando o mundo parece ir contra nós, nós precisamos lutar contra ele, e provar a ele que nós somos pequenos em tamanho, mas nossos corações são gigantes"
E então a imagem de um céu estrelado apareceu e em seguida, um quadro estrelado.
" Se você tem vergonha de falar, então apenas se expresse com a arte. Se liberte."
Crianças com cerca de dez anos e com as mãos sujas de tinta apareceram na tela, todas sorriam, algumas pintavam algo como grama ou um sol. E então a voz de um menino começou a falar junto com uma música em inglês alegre no fundo.
"As pessoas são muito ocupadas com seus trabalhos, com suas preocupações que esquecem de olhar para os lados, para cima, para a sua volta e ver.. ver o quanto o universo o perfeito."
- Nossa. - Sussurrei maravilhada com tudo aquilo.
" Eu espero que um dia, os adultos possam voltar a ter os olhos que uma vez tiveram e ver o que uma vez viram e hoje não veem mais.. "
O vídeo era realmente maravilhoso, crianças brincavam, desenhavam, plantavam.. cuidavam do mundo..
No fim, uma última fala tocou meu coração.
" Posso ser muito jovem, mas acredito que não seja besteira dizer para os que estão assistindo a esse vídeo que a vida é curta demais, que tudo passa rápido, hoje eu tenho doze anos, mas me lembro claramente dos seis.. passa muito rápido. Uma vida deve passar em um piscar de olhos. Não tenha medo de sorrir, de dizer sim, de parar e aproveitar cada pequeno detalhe, pois isso não volta mais. Viva."
E então as luzes se acenderam e todos na sala puderam ver que os quadros dali eram os que as crianças pintavam, assim como brinquedos feitos com objetos reciclados.
Todos aplaudiram.
Uma mulher apareceu bem errumada e disse:
- Essas crianças estavam fazendo um trabalho escolar para conscientizar os pais delas, o vídeo se tornou famoso na internet assim como os desenhos e obras feitas por elas. Cerca de um ano depois que essas obras foram compradas pelo nosso instituto, a cidade que eles moravam foi destruída por um terremoto que matou muitas pessoas e junto com elas, essas crianças do vídeo. Apenas uma sobreviveu.
- Céus.. - Sussurrei.
- O menino que mostra no fim do vídeo, ele se tornou pintor e os quadros dele estão na próxima sala.Com licença.
Senti algo quente cair em um rosto. Tocando a bochecha, senti algo molhado. Uma lágrima.
- Que triste. - Alex sussurrou.
Em silêncio, fomos para próxima sala onde quadros maravilhosos estavam espostos por todos os lados.
- Lindos. -Falei parando em frente a um quadro com um homem de costas caminhando para o fim de uma rua segurando um guarda chuva em um dia chuvoso.
Caminhamos por mais algumas salas e logo descobri que aquele não era um museu comum de artes e sim do tipo moderno que comprava obras atuais de pessoas com diferentes idades.
Na saída, Alex e eu voltamos para o carro e Alex me levou até uma lanchonete que eu adorava comer.
- Por que o silêncio? - Alex sussurrou enquanto comia um sanduíche de frango.
- Estou pensando no vídeo..
- Você não gostou ?
- É claro que gostei.
- Então.. ?
- É trágico pensar que aquelas crianças não estão mais entre nós..- Mordi o canto do lábio.
Alex suspirou.
- Pense que eles pelo menos, viveram para ver apenas o lado bom do mundo..
Respirei fundo e mordi meu sanduíche.
- Você está...
- O quê? - Perguntei o encarando.
- Aqui. - E tocou com o polegar o canto da minha boca.
Quando ele afastou a mão, pude ver a maionese em seu dedo que ele limpou o pondo na boca enquanto me olhava.
Passava das quatro da tarde quando Alex parou o carro no estacionamento do nosso prédio.
Entramos com as mãos dadas e paramos no elevador.
- Vou ver como Tae está e já volto. - Ele disse.
- Okay. Eu te espero em casa. - E lhe dei um beijo nos lábios demorado.
- O que foi isso ? - Alex perguntou surpreso.
- Eu estou vivendo. Vivendo de verdade. - Sussurrei.
O elevador se abriu.
- E-eu já volto. - Ele disse gagueijando
Entrei no meu apartamento sorrindo, estava tão avoada que acabei batendo num vaso que ficava em cima da mesinha na entrada.
- Droga. - Falei olhando para os cacos.
Foi então que percebi que junto com o resto do vaso, havia uma carta.
Eu me abaixei, a peguei e olhei o envelope.
- Se não é pra ninguém em específico, então não tem porque não ler..
Abri a carta e ocmecei a ler.
- Mas o que é isso ? - Perguntei confusa enquanto lia cada palavra atentamente.

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Gente eu não revisei o cap, pois estava escrevendo ele desde as quatro.
O que acham que há na carta ?
Aaa e ninguém morreude verdade lá na história do museu, eu inventei tudo kkkkk
Bjss

Um Coreano Em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora