Capitulo 27

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Samantha Narrando

O sol tinha aparecido no fim de céu e com ele, o começo do fim.
Aquele era o dia em que as coisas seriam colocadas devolta aos eixos, que as cartas escondidas dos trapaceiros seriam postas a mesa para todos e tudo ficaria claro novamente.
- Não vai mesmo chamar a polícia primeiro ? - Alex me perguntou quando já estávamos voltando para o nosso prédio.
- Vamos conversar primeiro, quero ver o q ela tem a dizer. - Respondi encarando a paisagem na janela.
- Isso pode ser perigoso.
Silêncio.
E lá estava eu poucos minutos mais tarde. Eu estava diante da porta fechada do apartamento que eu tinha passado nos últimos meses.
- Eu vou entrar com você. - Alex disse.
- Eu farei isso sozinha.
- Eu não acho isso uma boa ideia.
Eu o encarei.
- Desculpe, mas esta decisão não é sua.
E entrei fechando a porta atrás de mim.
Joguei minhas coisas como chaves em cima da mesa da entrada e adentrei mais ao lugar.
Adivinha quem eu vi assim que cheguei na sala descendo as escadas de camisola quase transparente?
- Bom dia, sumida ! - Lucinda disse.
Eu a olhei por um segundo enquanto ela terminava de descer as escadas.
- Bom dia. Onde está o George?
- Não sei.. não o vi na cama quando acordei. Deve ter ido comprar algo pra comermos. Aliás você não come?
- Porque a pergunta?
- Quase não tem comida nessa geladeira !
- Esqueci de comprar.
- Hm.. - E começou a caminhar para a cozinha.
Era agora.
- Espere.
Lucinda parou e me olhou.
- O que foi?
- Você.. - Onde estavam as palavras ? Tinham sumido da minha boca.
Silêncio.
- Você está bem? - Ela me perguntou se aproximando.
Eu dei um passo para trás involuntariamente.
- Você está tremendo. - Sussurrou me olhando preocupada.
- Você.. você tem algo para me contar ?
- Não que eu me lembre. Por quê?
- Você sabe. Mas ainda esconde.
Mais um segundo de silêncio.
- Do que é que você está falando?
- Meus pais.
- O que tem os seus pais ? - A pergunta veio depois de alguns segundos.
- Eles morreram.. ou melhor, foram assassinados.
- O quê? - Sua voz saiu um sussurro surpreso
- Foi isso mesmo mesmo que você escutou. - e comecei a dar passos meio que caminhando pelo lugar. - Eles foram assassinados.. e eu estou curiosa em relação a isso.
- Curiosa?
- É.. E eu soube de umas coisas..
- Coisas?
- Sim. Coisas. - E dei lhe um pequeno sorriso.
- Tipo?
Fiz cara de pensativa.
- Tipo.. coisas como o motivo das mortes deles.. - Sussurrei olhando para o chão e em seguida, ela.
Vi seus olhos se arregalarem.
- Eu não sei do que você está falando! Você nem deve estar bem..
- Ah eu estou muito bem. Estou mesmo. E eu quero que você sente porque temos coisas a tratar.
Lucinda engoliu em seco e fez o que eu pedi.
Eu me sentei no lugar do sofá a sua frente e a encarei.
- Só lembrando que a hora para falar é agora. Você não terá melhor oportunidade.
Lucinda se jogou no encosto do sofá e suspirou.
- Você não entenderia..
- Experimente me explicar.
Seus olhos começaram a ficar vermelhos.
- A culpa não é minha.. quando meu pai me deixou uma carta pouco antes de morrer, eu a li e fiquei chocada, não entendia os motivos deles terem feito isso mas..
Lágrimas começaram a cair por seu rosto.
Alguém abriu a porta.
- Eu só achei presunto, o queijo já havia.. - George parou ao chegar na sala e ver sua amada chorando.
- O que foi? O que aconteceu? - Perguntou largando a sacola que segurava na mesinha de centro e se juntando a Lucy.
Eu os olhei por apenas um segundo e depois desviei o olhar.
- Samantha. - Ela disse.
- O que ? - Ele me encarou sem entender nada.
- Ela já sabe de tudo, pelo jeito.
George me olhou espantado.
Eu o olhei do mesmo modo.
- Você já sabia? - Perguntei me levantando.
- Eu.. eu.. - Ele desviou o olhar.
- Eu não acredito! - Gritei. - Vocês dois esconderam isso de mim!
- Não foi por mal, Sam.. eu só fiquei com medo de te contar e você ficar assim..
- Assim? Como eu não ficaria assim? - Ri sem humor algum. - Você vê? Você vê bem? Vê a raiva que estou sentindo agora? - Gritei.
- Não grite assim com Lucinda! Ela é sua prima ! - George disse alto.
- Prima ? Uma prima não faria isso! Ou melhor, alguém que diz que eu sou como uma irmã jamais faria isso! Ela dizia que me amava, mas quem ama não esconde algo como isso! - Gritei devolta.
A porta foi aberta novamente e Alex entrou.
- O que está acontecendo aqui? - Ele perguntou a todos.
- O que você faz aqui ? - George lhe perguntou.
- Eu ouvi Samantha gritando e fiquei preocupado..
- Então você já sabe também, não sabe? - Lucinda lhe perguntou.
Alex a encarou.
- Sobre o fato de seus pais terem matado os pais de Samantha ? É, estou sabendo, sim.
Silêncio.
Senti minha garganta dar um nó.
- Você não se preocupou comigo nenhuma vez ? - Perguntei a ela.
Lucinda se levantou.
- É claro que eu me preocupei. Por que acha que sempre que você precisava eu ia te ajudar com as contas, ou um lugar pra ficar, onde trabalhar..? Sempre tentei fazer o melhor pra ti!
- Com o dinheiro dos meus pais que foi lhes tirado pelos seus deixado a você.. - Ri outra vez. - Qual era o seu medo, Lucinda? O de ficar sem dinheiro para comprar sapatos ? Ou de pagar as várias festas que você sempre fazia? Ou de comprar coisas fúteis como você sempre comprou ?
Eu não sei qual foi a parte que lhe doeu mais porque ela secou as lágrimas quase dando tapas em seu próprio rosto de tanta grosseiria que ela passava a mão nas bochechas para secá las.
- Pior é que um dos motivos foi esse sim. Eu admito. - Falou alto.- O que você faria se ficasse com todo esse dinheiro? Provavelmente iria dar metade aos mortos de fome que você já fez amizade.. seria um desperdício. - E revirou os olhos.
Só sei que depois daquelas palavras, algo muito forte me tomou, ódio provavelmente, pois foi o suficiente para eu lhe dar um tapa na cara.
George se aproximou
- Sua desgraçada ! - Gritei.
Ela pos a mão no lugar que a bati, estava vermelho.
- Quem é você para dar um tapa na minha namorada, sua vadia ?!?- Ele gritou.
- Epa epa. - Alex disse ficando ao meu lado. - Se a sua namorada é uma egoísta que nem sequer se importou com a própria prima, você não tem o direito de chamar a minha de qualquer coisa!
Enquanto isso, Lucinda me olhava com os olhos cheios de raiva.
- Não se meta, seu filho da mãe. - George gritou. - Lucinda a carregou nas costas pagando suas dívidas por anos e essa vadia aí não é nem um pouco agradecida.
- Agradecida? Sua namorada pagava as dívidas dela com o dinheiro que pertencia a Samantha !
George olhou para Alex com uma mistura de nojo com raiva.
- Eu já cansei dessa conversa. - E mexeu na parte de trás da sua calça como se estivesse tirando..
Só sei que Alex percebeu mais rápido que eu e já se aproximou segurando seu braço assim que o revólver ficou a vista e os dois começaram um confronto na tentativa de ficar com a arma.
Lucinda e eu nos afastamos cada uma para um canto. Eu estava alarmada.
- Meu Deus, George! - Lucinda gritou.
Um tiro foi disparado, mas acertou o teto.
Nós duas gritamos nos abaixando enquanto os dois continuavam a tentar ter o controle da arma.
Só sei que teve uma hora que eles abaixaram as mãos enquanto se confrontaram e escutamos o som de outro tiro ser disparado.
Alguns segundos depois, eu só vi Alex cair no chão.
Corri em sua direção com lágrimas já escorrendo por minha face.
- Céus! Alex resiste! - Gritei enquanto o via perder a consciência.
Ele tinha sido atingido no peito na região ali do coração, mas não sei se tinha pegado o órgão.
Lucinda se levantou do chão onde tinha se encolhido com medo antes e correu para George, mas parou no caminho quando o namorado apontou para ela com sua arma.
Nós duas o encaramos assustadas.
- O que está fazendo, George ? -Ela lhe perguntou.
- Digamos apenas que estou tomando o controle de tudo. Você lembra daquela papelada que eu fiz você assinar ontem dizendo que era um contrato para um evento que você iria organizar ? - Ele sorriu.- Digamos que agora sou bem rico graças aquilo e já não preciso mais de você.
E então o som de três tiros.
Eu não me virei para olhar Lucinda, apenas ouvi quando seu corpo caiu ao chão e uma lágrima foi derramada por meu rosto.
- Monstro. - Sussurrein
George deu de ombros.
- Todos somos no fim. Agora é a sua vez. Adeus Samantha.
E então ele apontou a arma para mim.
Eu respirei fundo e o encarei por um segundo.
E então o som.

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Calma que não é o último cap kkkkkk repirem aí. Mais uma coisinha para rolar ainda.
Mas quero comentários de como vcs estão com esse cap kkkk

Um Coreano Em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora