Capítulo 26

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Samantha Narrando

- Obrigado. - Sussurrei em meio a um sussurro quando já estava em um local mais seguro. - Muito obrigado.
Alex virou se para mim rapidamente e sorriu minimamente antes de voltar sua atenção a frente já que estava dirigindo.
- Você está mais calma?
Fechei os olhos e relaxei.
- Sim. Onde estamos indo?
- É uma surpresa. - Suas palavras, depois de um curto tempo em silêncio, saíram de um modo que me fez encará lo
- Não gosto muito de surpresas mais..
Ele se virou e sorriu outra vez, agora um surriso maior.
- Você vai gostar, confie em mim.
Eu o olhei por um instante enquanto ele dirigia e suspirei novamente.
- Se você diz..
Depois de quinze minutos mais ou menos, Alex parou o carro a alguns não muitos metros de.. eu não sabia muito bem o que era, então perguntei:
- O que é aqui?
- Um campo de lavandas. - E saiu do carro, deu a volta e abriu a minha porta.
Eu tirei o cinto e saí me deparando melhor com a bela vista.
Estava de noite sim, mas como não haviam luzes por perto, o lugar estava muito bem iluminado pela luz das estrelas que aliás, estavam em abundância naquela noite junto com a lua cheia.
- Nossa! - Sussurrei enquanto admirava as varias e várias fileiras de flores a minha frente. - Isso é incrível!
- Fico feliz que tenha gostado. Não faz muito tempo que conheço esse lugar.. talvez um ano.. mas venho aqui sempre que preciso pensar..
- É lindo demais..
Pus as mãos nos bolsos e levantei os olhos para o céu enquanto escutava Alex abrir o porta malas.
Ele passou por mim com um pano na não que ele abriu e pos sobre um espaço entre duas fileiras de flores e depois voltou para mexer no porta malas de novo. Fiquei o olhando mexer ali com uma sombrancelha levantada.
Ele pegou um pequeno lampião a querosene vermelho e o pos sobre a toalha.
- Sente aqui. - Ele pediu.
- Você sai com lampiões no porta malas e toalhas por aí? - Perguntei me aproximando e me sentando ao seu lado.
- Também carrego algumas granadas, um calibre 38, fuzis e salgadinhos.. - Sussurrou acendendo o lampião e se deitando na toalha.
Dei lhe um chute de leve na perna fazendo com que ele risse de sua própria brincadeira.
- Engraçadinho. - Falei no mesmo tom e me deitando ali também.
- Agora você pode pensar em qualquer coisa, que a solução virá.
Virei a cabeça para encará lo.
- Você parece ter tanta certeza..
Alex sorriu.
- Só me baseio nas minhas experiências..
Encarei o céu novamente e suspirei.
- Bem, ela já está aqui.. devo resolver tudo amanhã..
Um longo minuto de silêncio.
Lembro me de piscar os olhos algumas vezes e suspirar enquanto a imagem de Lucinda era nítida em minha mente.
- Gosta de Shakespeare?
- O quê?
Alex me olhou.
- Por que essa pergunta do nada?- Lhe perguntei .
- Há um poema dele que gosto muito.. Apenas escute.
Assenti com a cabeça.
- Não sei qual o título, se é que tem um já que onde eu li, não tinha, mas é assim:

"Duvide do brilho das estrelas
Duvide do perfume de uma flor
Duvide de todas as verdades
Mas nunca duvide do meu amor."

Dei um pequeno sorriso.
- Bonito.
- É uma adaptação do de Hamlet.
- Muito bonito mesmo.. também tenho um para você. - Sussurrei.
- Diga.
- É do Charlie Chaplin.

"Porque o meu coração é tão iluminado?
Porque as estrelas estão tão brilhantes?
Porque o céu é tão azul
Desde a hora que eu conheci você?"

- Isso foi uma indireta? - Ele sussurrou
Eu ri.
- Talvez..
- Talvez?
Dei de ombros.
- É. Talvez.
Alex se aproximou e se deitou de lado com a frente para mim, apoiou a cabeça com a mão e disse:
- Tenho mais um pra você.
Levantei uma sombrancelha.
- É de uma tal Rosangela Calza:

"Seus olhos azuis...
de um azul profundo do céu, do ar, do mar
neles navego segura
e não me importo de naufragar...
em seus braços
cada apertado abraço
mais leve me faz ficar...
no seu corpo meu corpo porto seguro a encontrar...

e a vida de leve levar
no mesmo caminho seus olhos azuis
pra sempre vão me guiar...

por que me faltam palavras
quando alto quero gritar?

Sussurro: te amo, te amo, te amo...
vou com este amor pra onde ele quiser me levar... "

- E essa? Foi uma indireta? - Perguntei.
Ele riu.
- Talvez..
- Talvez?
- Com certeza foi.
Ri.
- São tantos poemas, são tantas palavras a falar sobre uma só coisa, mas nenhum deles vale mais do que.. - E me olhou nos olhos.- Um beijo seu..
- Esse foi o poema que mais gostei. Sussurrei.
- Não foi um poema. Foi uma confissão.
E nenhuma palavra mais. Apenas um beijo.

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Fim de semana próximo cap.

Um Coreano Em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora