Capítulo 28

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Samantha Narrando

Há um poema que li uma vez na internet de alguma mente incrível e sonhadora.
Entre uma e outra vez, essas palavras sempre vinham ao meu pensamento e me faziam refletir:

"A morte deveria ser assim:
um céu que pouco a pouco anoitecesse
e a gente nem soubesse que era o fim..."

Realmente, acredito que a morte deveria ser exatamente assim.. mas não foi pra mim, não é?
De repente um som, dor e então o branco.
Mas a melhor parte ( sim, melhor mesmo, eu não me enganei de palavra ), é que quando eu abri os olhos, o que vi foi um céu em tons de roxo, rosa, meio alaranjado, azulado e, acima de tudo, belíssimo como todo o sol da manhã.
Eu uni as sombrancelhas e então reparei que minha mão direita estava sobre meu peito na região do meu coração.
Sentei me e olhei envolta, eu estava no campo de lavandas e Alex dormia tranquilamente ao meu lado.
Suspirei aliviada.
- Foi só um sonho, então? - Perguntei a mim mesma.
Sorri ainda me sentindo aliviada e me pus ao lado de Alex adormecido o acordando com beijos ternos.
Só sei que em algum momento sua mão tocou meu rosto.
- Bom dia. - Ele sussurrou.
- Eu é que digo. - Falei. - Olha que coisa mais linda esse céu!
Ele sorriu.
- Desculpe me mas estou ocupadi demais admirando algo mais belo que esse infinito céu.
Sorri devolta.
- Já te falei que te amo? - Perguntei.
- Acho que sim, mas eu deixo você dizer mais vezes..
E rimos juntos.

- E então, o que fará em relação a Lucinda? - Alex me perguntou no carro.
- Farei o certo.. - E então sussurrei tão baixo a ponto de só eu ouvir: - dessa vez.
Peguei o celular no bolso e liguei para a polícia.
Quase meia hora mais tarde, Alex, a polícia e eu estamos parados na porta do apartamento que Lucinda me emprestara todo aquele tempo.
Apoiei minhas costas na parede a frente a porta e junto com Alex observei um guarda tocar a campainha.
- Sim ? - George disse depois de abrir a porta.
- Lucinda Price está?
George levantou uma sombrancelha, se virou e chamou a namorada.
- Já vou! - Minha prima gritou da cozinha.
- O que desejam ? - Ele perguntou aos guardas.
- Assunto confidencial. O que você é dela? - O guarda perguntou.
- Namorado.
Um segundo de silêncio.
Lucy apareceu na entrada surpresa com a visita.
- Lucinda Price ? - O guarda perguntou
Ela assentiu.
- Viemos prendê la.
- O quê?
- Sobre que acusação? - George perguntou.
- Lucinda Price é acusada de ser cúmplice de um assassinato de quase vinte anos atrás. - E a agarrou começando a por as algemas.
- Mas isso é um absurdo. - O namorado gritou.
- Você, como é próximo dela deve dar seu depoimento.
- Mas eu não sei de nada.. eu..
- O quê? - Lucinda gritou. - Seu mentiroso.
Os guardas se olharam diante daquela situação e logo algemas foram postas em George também.
Quando começaram a andar, os dois nos viram.
- Samantha ? - Lucinda me olhou surpresa. Reparei que ela ainda estava com roupas de dormir. - O que isso significa?
Eu a encarei em silêncio por um momento.
- Você sabe bem o que isso significa, e pelo jeito George também.
- Vamos, vamos! - Outro guarda falou os apressando.
Lucinda e George foram levados a delegacia onde Alex e eu esperamos na recepção enquanto minha prima era interrogada primeiro.
- Você fez bem. - Alex sussurrou pra mim me dando um copinho descartável com café que tinha pegado em alguma garrafa por ali perto.
- Eu sei.. - Sussurrei.
- Cuidado, está quente.
E quente estava mesmo, mas não me encomodei em tomar logo para ver se aquilo me acalmava os nervos.
- Que demora ! - Falei.
- É assim mesmo.. eles vão interrogá la até ela dizer que é isso mesmo.
Suspirei.
O mesmo guarda que prendeu minha prima, apareceu de repente.
- E então? - Perguntei lhe.
- Ela admitiu. - Ele respondeu.
Os meus olhos se arregalaram por um momento e como reação enterrei meus dedos do cabelo.
- E ela quer te ver. - Ele terminou.

Caso onde você, meu caro leitor, não esteja em um lugar silencioso, apenas imagine essa atmosfera mas de modo agonizante.
Lucinda me encarava mas nenhuma palavra saia de sua boca.
- Você achou a carta, não foi ? - Perguntou de repente.
Assenti com a cabeça.
- Quando eu quebrei o vaso sem querer.. - Expliquei.
Mais silêncio.
Ela jogou as costas no encosto da cadeira.
- O resto da carta está no quarto de hóspedes, presa com um durex na parte debaixo da penteadeira.
Ela olhou para a mesa e suspirou.
- Você me odeia ? - A pergunta saiu em um sussurro.
Eu a olhei surpresa.
- Você me odeia ? - Repetiu falando um pouco mais alto.
Olhei envolta na sala onde estávamos e depois olhei para a algema que prendia uma de suas mãos na mesa.
- Não. Eu não te odeio. Eu estou magoada com você. - Respondi baixinho.
Ela riu.
- Mentirosa. - Seus olhos começavam a se encher de lágrimas.
- Eu estou falando a verdade, Lucinda. Eu não te odeio.
Mais silêncio.
- Estou magoada com você por não ter me contado.
- Eu não podia.
- Por quê?
- Porque fiquei com medo
- De?
- De que você me odiasse por causa dos meus pais.
- Não foi você quem os matou, Lucinda, foram seus pais. - E suspirei. - Se fosse pra te odiar, te odiaria por não ter me contado e termos que chegar a isso..
- Sinto muito.
- Eu sinto mais.
Eu vi quando lágrimas começaram a escorrer por sua face.

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Não Revisei, só vou revisar esse fim quando terminar de vez a história, principalmente agora que está no fim do fim.

Um Coreano Em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora