Quem é Você?

Cap. 49 Matando a saudade

Julie

Tentei manter a calma assim que o vi em minha porta.
Não sabia como ele tinha me encontrado, mas um aperto se formou em meu peito, muito mais intenso do que o que eu já estava sentindo.
Eu me preparava para ir para a Europa passar algum tempo.
Eu precisava fazer o mesmo que Jimmy! Seguir em frente!

Ve-lo ali foi como se tudo que eu tentei formular em minha mente, sobre focar na carreira, no futuro, não fizesse sentido sem ele.
Eu o queria, o amava.
Foi pensando nele que me mantive forte o suficiente para suportar tudo que passei.
Mas ele disse que eu estava morta pra ele.

Imaginei que queria pôr um fim em tudo aquilo que aconteceu.
Afinal não duvidava que Jimmy é um cara muito educado e amável.
E que até se desculpasse pelo que me disse.
Me armei contra a vontade que eu tinha de implorar que ele simplismente me abraçasse para sempre.
Tentei ser dura, fria... Não com ele, mas comigo mesma.

Porém quando ele me disse tudo que sentia, senti todas as minhas armaduras se despedaçando no chão.
Quando eu tentei dizer-lhe que eu ficaria bem e que ele poderia seguir sua vida, foi como se eu estivesse abrindo mão da minha felicidade, e minhas forças foram suficientes só para dizer-lhe que ele poderia seguir em paz.

Se era pôr um fim que ele queria, se era se desculpar por ter sido tão duro comigo, já estava desculpado. Tão desculpado que antes que eu pedisse que ele ficasse comigo, tentei me afastar.
Ao ouvir que ele me queria fiquei supresa e parecia que eu ainda estava sonhando, como foi desde que que sai da casa de Will.
Mas senti-lo se apromixar e pegar meu rosto com tanto carinho, me fez ver que era real.
Um arrepio se fez em minha nuca ao sentir o calor do seu corpo no meu.
Ao ouvir suas palavras ao mesmo tempo que sentia seu hálito, me fez fechar os olhos para que nada me escapasse.

Seus lábios tocaram os meus intensamente, nos entregamos àquele beijo cheio de sentimentos que precisavam ser resolvidos. E nada melhor que resolve-los sentindo um ao outro.
Era dor, remorso, arrependimento, amor, alegria, saudades...

Nos beijamos tão desesperados que chegamos a bater os dentes.
Rimos sem nos desgrudar.
Jimmy repetia por várias vezes que me amava e que não acreditava que eu estava ali.
Depois de alguns beijos e declarações a tensão sexual foi aumentando.

Minha língua passeava entre a boca de Jimmy e seu pescoço, eu queria senti-lo não só com as mãos que já trabalhavam a todo vapor, mas também queria sentir seu gosto.
Ele estava novamente comigo, e eu não disperdiçaria a oportunidade de matar a saudade de seu cheiro, seu gosto e cada pedacinho dele.

Jimmy

A felicidade que à muito eu não sentia voltou a tilintar em peito.
Sentir Julie em meus braços novamente era como um sonho se realizando.
Sentir seu perfume, seus cabelos seu toque, era tudo que eu precisava.
Disse à ela entre nossos beijos o quanto a amo e ela fez o mesmo.
Ela pulou em minha cintura, me abraçando com as pernas.

A pressionei contra a parece como eu adorava fazer.
Ela estava tão cheia de desejo quanto eu.
Ela tirou minha gravata e fui arrancando o paletó. Coloquei ela no chão pra retirar o resto da roupa que me impedia de sentir sua pele.
Julie me ajudou com o sinto e nossos lábios não desgrudavam um do corpo do outro. Ora no pescoço, ora na boca, ora no peito beijando, lambendo e mordiscando.

Sabíamos muito bem o que o outro gostava e estávamos empenhados a nos agradar.
Eu já estava de boxer e Julie ainda de camiseta, pareceu injusto pra mim, então quando fui despi-la ela segurou minhas mãos levando-me para seu quarto.

Ao lado da cama ela me empurrou com carinho e me fez sentar ficando em pé de frente pra mim.
Ela me deu mais um beijo, e me olhou como se fosse revelar um segredo.
Eu mordi os lábios esperando pra ver seu corpo que tanto me fascinava.
Ela lentamente foi erguendo a camiseta e a tirou.
Percorri meus olhos desde sua calcinha preta até seis seios, tão lindos e desejosos quanto eu lembrava.
A olhando ainda na minha admiração meus olhos pousaram onde teria a cicatriz do tiro que levou, logo abaixo da clavícula.
Mas não havia cicatriz! Havia algo que fez um arrepio percorrer todo meu corpo.
Senti um nó na garganta e meus olhos se encheram de lágrimas involuntariamente.
Passei a ponta de meus dedos sobre a tinta preta de uma nova tatuagem, escrita com letras trabalhadas JIMMY.

_ Eu te amo Ju! Obrigado por ter me colocado assim... Tão próximo ao seu coração.
_ Não Jim, você não está próximo. Está cravado nele.