Onde eu estava? Me perguntava a cada minuto, meus olhos cheios de lágrimas, e os meus cabelos cor de âmbar em meu rosto. Dava para sentir alguém tocando meu braço, foi aí que tudo começou...
Me levantei do chão completamente branco, o céu era azul com nuvens brancas de passagem por alí, a sombra de uma pessoa, mais especificamente um homem de branco, apareceu e me disse calmo:
-acalme-se, chegue até a beirada, e olhe para baixo.
No começo eu não estava entendendo, percebi que estávamos em uma espécie de "ginasio" sem um teto, cheguei até a beirada como o senhor me disse. Tomei um susto muito grande, era minha cidade, parecia estar tão pequena! Estavamos no alto,mas aonde?
no parque estavam muitas ambulâncias e policiais armados, em volta de um homem pálido, que estava sendo preso.
-o-oque aconteceu, alí?
Perguntei um pouco tímida, com medo da resposta.
-você não lembra?
O homem perguntou paciencioso, eu busquei em minha mente alguma recordação rápida, mas porém não lembrava mesmo, era como se tivessem apagado minhas lembranças, quem eu era? Onde eu estava? E porquê estava ali?
Eram perguntas que rodiavam minha mente, estavam me assombrando por não saber as respostas, que ironia essa situação. -você, aquele homem te matou.
Meu coração parou por mízeros segundos, meu rosto empalideceu tão rapidamente...
-mas.. como?
Perguntei assustada, e com medo de novas respostas, por que eu tinha medo das respostas? Eram apenas palavras...
-vou te explicar melhor, sente-se.
Eu me sentei na beirada, com os pés balançando para fora daquela espécie de "ginasio", ele se sentou junto, era engraçado como eu não poderia ver seu rosto, era coberto por uma luz branca, parecia o sol, que além de brilhar intensamente naquele lugar, dando uma iluminação natural, era capaz de esconder um rosto.
-você saiu de casa, como de costume, choramdo muito. Com os braços novamente sangrando, Michel já tinha tentado de parar, mas...
Eu o interrompi com uma tosse falsa, e um pouco em dúvida com esse "Michel" eu não tinha amigos, e ninguém que conheci se chamava assim, desde que me lembre. Ou seja, não lembrava.
-quem é, Michel?
Ele me olhou e percebeu que não tinha especificado, riu falsamente e respondeu.
-"Michel" é seu anjo da guarda minha jovem, ele te acompanhou desde pequena, mesmo seus pais tendo a deixado na porta de um casal diferente, antes de morrerem em um acidente, ele que acompanhou-a, ele me contava tudo, de seus cortes pesados nos braços e da depressão que a machucava emocionalmente.
Parei para pensar um pouco, olhei meus braços sem nenhum arranhão... fiquei em dúvida mas esqueci rapido.
Percebi rapidamente que ele me observava atentamente, como se fosse dizer algo, mas eu estava tão preucupada comigo que esqueci.
-seu nome, ah seu nome...tão prescioso.
Tossi falsamente mais uma vez, e tive de perguntar, nem lembrava meu próprio nome.
-me desculpe, senhor. Mas eu não me lembro de meu próprio nome. Poderia...ahm, me falar?
-kyara. Significa "brilhante" e "obscura" ao mesmo tempo, é de significado ilustre e belo.
Concordei com a cabeça e fiquei observando as pessoas em volta de "meu" corpo, confusa ainda mas com certo tipo de aceitação.
-mas, o que eu faço, aqui?
Perguntei devagar e calma.
- kyara, quando uma pessoa morre, após sofrer muito com a vida. Ela vira um anjo da guarda, como "Michel" era seu, agora, está na hora de você aprender isso. Vai ser anjo até que a morte separe você e seu protegido.
Fiz que sim com a cabeça e aproveitei a conversa, para perguntar novamente, eram muitas perguntas, mas eu tentava me segurar o máximo para não ser encomodativa, foi aí que perguntei...
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Um Anjo Em Minha Vida
FantasyKyara é um anjo que tem a missão de cuidar do menino Luca, eles com o tempo se tornam bons amigos, mas tem uma relação que nenhum anjo tem com uma criança, eles se veem, conversam, mas será que essa amizade é assim tão comum?