Um Anjo Em Minha Vida

a felicidade não mora aqui

Na manhã seguinte eu estava prestes a falar com Luca, aguardando a resposta para as palavras do dia anterior.
Luca acordou e me olhou diretamente, ninguém havia entrado no quarto pela noite, apenas eu, que havia ficado ali.
Logo que acordou eu podia ver a felicidade em seu rosto, ele não tinha sonhado. Teria sim uma amiga para a vida toda, eu espero.
-bom dia...amn, como te chamo mesmo?
Ele perguntou encabulado por não saber meu nome, senti um frio na barriga...
-bom dia, Luca. Am... Primeiro tenho que te perguntar uma coisa. Ontem você sonhou com algo, e repetiu o nome de alguém, -am, que nome?
-kyara... quem ela é?
Começou um interrogatório, pra mim que estava nervosa pareciam séculos. Mas tinham começado a alguns segundos...
Ele não parecia nervoso, respondeu claramente.
- a alguns dias atrás, vì uma menina na rua, chorando, fui logo ver o que era, ela estava com o braço cortado, mas não ousei perguntar... peguei uma flor que estava ao lado e lhe dei, ela gostou, parou de chorar e sorriu para mim, me disse seu nome mas eu acabei não dizendo o meu, um homem chegou e...
Ele parou de falar por alguns segundos, uma lágrima escorria por seu rosto.
Então eu entendi... eu era a menina da história, kyara, eu morri na frente de Luca, ironia é pouco para uma situação dessas, só tinha um jeito de acalma-lo.
-e se eu te disser que a kyara é sua amiga?
Ele parou e olhou no fundo de meus olhos...
-m-minha amiga...?
Seus olhos brilhavam muito, ele se abraçou em minha cintura e chorou de alegria.
-Kyara!! Pensei que não te veria mais!
Dizia ele chorando e me abraçando cada vez mais, dei um beijo em sua testa e disse sussurrando:
-você vai me ver sempre, Luca.
Novamente o "pai" entrou no quarto furioso, eu já tinha ficado visível apenas para Luca, ele não me via...
-você não ouve não, peste? Vai pra mesa já!
Luca levantou da cama, olhou pra trás com medo, pisquei o olho, e sussurei para que só ele ouvisse:
-ninguém vai te machucar...
Ele sorriu encantado e foi para mesa, acompanhei os passos e fiquei invisível para toda a família, incluindo Luca.
O almoço foi triste, os pais paparicavam o menino, totalmente ao contrário de Luca.
-ah meu filhinho, coma tudo e depois ganhará chocolate.
Dizia a mãe, com a cara entupida de maquiagem e o cabelo castanho solto, preso com presilhas cor-de-rosa.
-isso mesmo, Thomas.
Dizia o pai gordo e estúpido, com os cabelos loiros para trás.
-obrigada, papai e mamãe.
Falava por último o menino. Que era cheio, metido e muito provocador.
Olhava para Luca a cada elogio dos pais, e depositava beliscões no braço de Luca. O último fez Luca gritar de dor.
-aiii!!
-Cale a boca peste, por que não é como o thomas? Já para o quarto.
Disse o pai com raiva e ordenando Luca a se retirar.
-mas eu não terminei de comer, senhor.
O homem ficou vermelho dos pés a cabeça, e gritou:
- eu disse, PARA O QUARTO!
Deu um tapa forte no braço de Luca, que ficou vermelho emediatamente, em forma de pagamento, empurrei com toda minha força a cadeira do "pai" para trás, que caiu e ficou com as pernas para cima, ri muito e subi para o quarto, Luca deveria estar mal com tudo aquilo.