Um Anjo Em Minha Vida

um dia de dose dupla

-e-eu... Não.
Disse ele, suspirando longamente após a confissão, eu continuava sem entender, mas o que custava escutar um pouquinho? Não ia fazer mal saber um pouco mais do que estava acontecendo com Luca.
-mas, e se você me apresentar a ela? Posso ajudar.
Disse a menina, olhando com o olhar mais encantador e curioso, parecia querer ajudar mesmo.
-er, n-não é um b-boa idéia. Ela é...tímida, não gosta de falar com ninguém, só c-comigo.
Disse ele nervoso, estava certo a esconder algo muito estranho, que tanto eu quanto a menina, queríamos saber.
-ah, Mas... e o que você acha? Ela gosta mesmo de você?
Disse a menina tentando consolar o amigo, colocando a mão por cima da dele, que ficou corado emediatamente.
-bom, e-eu não sei, akemi.
Hum... Então o nome dela é Akemi, gostei. Bom, segui prestando atenção aos mínimos detalhes da conversa. A menina olhou o relógio cor-de-rosa no pulso, e disse:
-ah! Estou quase atrasada para minha aula de natação! Tchau Luca!
Disse ela pulando em cada um dos galhos, que balançava as folhas com seu peso.
-Tchau, Akemi.
Disse Luca acenando para a menina, que saiu correndo, com pressa. E dobrou a rua, então a perdi de vista rapidamente.
Luca seguiu sentado no galho, puxou um caderno de capa azul e um lápis preto de seu bolso, e começou a desenhar, imaginei que desenharia a paisagem que era vista com muito esplendor daquela altitude.
Mas me enganei, começou com duas asas, e um corpo com cabelos batendo no fim das costas, negros. Era uma menina de costas... Logo associei comigo, e por fim ele assinou caprichadamente com seu nome.
Estava guardando o lápis, e deixou o caderno em cima de sua coxa, que caiu no chão, longe de seu alcance. Peguei em minhas mãos e subi o caderno até o galho, dei em suas mãos e sentei ao seu lado, onde estava sentada Akemi a alguns minutos atrás.
Fiquei visível apenas para ele, que se assustou instantaneamente.
-Kyara!! A quanto t-tempo está a-aqui??
Não consegui segurar o riso, mas logi respondi, ele estava tão corado como antes.
-am, acabei de chegar. Estava te procurando.
Menti perfeitamente, ele acreditou, mesmo com um pé atrás, claro.
-hum, paisagem... legal, né?
Ele puxou assunto, claramente dava para perceber.
-sim, muito. Por que não a desenha?
Soltei sem querer, droga kyara. Ele me olhou com uma cara desconfiada, depois deu de ombros, pegou seu caderno e começou a desenhar. Na frente da paisagem tinha um galho, como um anjo (eu) e um menino (ele).
Era lindo, depois assinou, olhou para mim e sorriu.
-que lindo, adorei!
Sorri, ele também parecia ter gostado do trabalho. Eu simplesmente não sabia de onde vinha tanto talento, ele parecia esconder os desenhos, pois desde pequeno só fazia rápidos desenhos, eu e ele... ou seus carrinhos e desenhos que gostava de ver na tv quando todos saiam de casa, eram desenhos fofos. Mas isso tinha durado até mais ou menos seus dez anos, apartir daí ele não desenhava mais, e nem era mais o mesmo comigo, não conversava e nem falava direito, era só mais um menino quieto e solitário. Eu entendia, mas tinha saudades do meu antigo amiguinho.
-kya, vamos voltar? Esta anoitecendo e está frio aqui.
Disse ele já descendo de alguns galhos. Eu percebi que estava anoitecendo e esfriando mesmo.
-claro, Hum... aposto que eu chego primeiro! Você de skate e eu a pé, prometo não usar asas.
Eu disse vitoriosa e muito confiante. Fomos até sua casa correndo. Ele como disse, de skate e eu a pé. Cheguei antes e fiz o mimo de me deitar em sua cama e ficar com uma de suas revistas em mãos.
-que demora, em??
Eu disse rindo de seu rosto vermelho e sua respiração ofegante.
-ah sua anja do mal.
Disse ele vindo para cima de mim e tentando me fazer cócegas, desviei mais que rápido e fui para cima dele, fazendo cócegas até ele não aguntar mais... rimos e descansamos daquilo.
Eu queria conversar, ele estava bem. Aquele era o momento perfeito para perguntar, eu não poderia deixar escapar aquela oportunidade, então perguntei: