O Babá(ca)

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Eu estava abismada com a ideia de ser mesmo ele quem teria de cuidar de mim até meu pai achar o assassino/a de minha mãe.

- Fala sério isso é brincadeira?

- Não filha porque diabos seria?

- Você sabe o que Janine fez comigo nesses anos que você não estava lá?

Era estranho ver ele depois de um ano confesso que ele estava ainda mais gato que eu me lembrava mas estava diferente também. Não parava de me olhar certamente ele estava mais surpreso que eu e eu não gostava daquilo.

- O que ela fez?- perguntou Abe assustado.

Eu não queria preocupar ele com aquilo mas chegou um ponto que eu não aguentava mais.

- Ela me fez trabalhar feito louca para manter seus caprichos, eu não ligava pro trabalho até ela usar meu corpo como forma de ganhar dinheiro - fiz uma pausa - ela me obrigou a fazer programa. Sim ela fez isso mesmo e isso foi bem horrível um dos motivos de eu resolver fugir foi isso e também por que esse babaca do seu maldito braço direito era meu cliente.

A sala ficou em silêncio e eu senti minhas bochechas esquentar violentamente e Dimitri ficou olhando calmo como se aquilo não estivesse mudado nada.

- Certo Dimitri falaremos sobre isso a sós sobre isso mas por hora minha filha eu lamento por tudo o que ela tenha feito e lamento ainda mais por não ter te levado comigo. Eu só achei que você seria cuidada com ela.

- Está tudo bem ao menos passou tudo isso.

- Claro, mas eu quero que me entenda você corre perigo e por mais que você não goste de quem eu ordenei para cuidá lá terá de se acostumar e não matar ele. Eu zelo pela sua vida minha filha ao menos até eu achar o culpado aguente essa barra.

- Vingue a morte dela, ela errou mas ela sempre foi uma mãe que tentava ser presente do jeito dela. Senti falta dos seus poemas velhote.

- Vingarei afinal nunca deixei de amar ela e sobre os poemas eu escrevi muitos ainda mas aí ficou melancólico já que só falava da saudade que eu tinha de você e dela.

Eu estava tentando ser dura comigo mesmo e encarar a dor que isso tudo causava dentro de mim. Ele continuou escrevendo enquanto eu chorava sempre que lembrava dele. Céus minha mãe morreu, ela pode ter se tornado uma vaca depois que papai nos deixou mais antes éramos um modelo de família perfeita.

- Muito bem eu posso voltar para a minha casa em Las Vegas? E para o meu namorado?

Gostei de falar a última coisa e ver os olhos de Dimitri pegar fogo.

- Não, você não pode ficar mais lá. Estamos procurando os melhores lugares que seriam difíceis de lhe encontrarem antes de descobrimos tudo.

Revirei os olhos, fala sério eles iam me privar até da minha casa emprestada perfeita? Opa opa calmaria minha gente.

- Que lugar eu ficaria?

- Estava pensando em lhe mandar para Índia mas fica em outro continente e é arriscado, a europa é fácil de lhe acharem, restou os países da América do Sul.

América do Sul, certo tem uns lugares bem tediosos e uns legais como a tau Argentina que tem pinguins incríveis e um doce maravilhoso. E o Brasil as praias do Sul são perfeitas como Miami para nós americanos.

- Qual país seria então?

- Brasil, é grande e seguro você se camuflaria fácil no meio deles e eles não iriam pensar em lhe procurar lá afinal o Brasil não é tão bom visto para nós... Investiguei cada região e o Sul é o que mais se destaca e lembrei me que você adora praia e seria um passatempo enquanto estiver lá segura.

Esse é o meu pai, pensando sempre nas coisas que eu gosto. De tudo o que está acontecendo ao menos uma notícia boa.

- Cidade?

Estava torcendo para ser uma que eu gostasse e que tirasse minha atenção do babaca gostoso que me guardaria.

- Balneário Camboriú. Tenho fotos da cidade nessa pasta - ele me entregou uma pasta preta que continha as tais fotos - Tem muitos turistas e foi um ponto positivo que eu encontrei, é tudo perto então você não terá que se deslocar muito e estará morando com seu guardião que não dormirá se for possível para lhe deixar viva.

Ele falava sério, eu ainda não acreditava no que estava acontecendo só assentia com a cabeça.

- Adrian vem conosco?

- Desculpe filha mais quem é Adrian?

- Meu namorado pai, estamos juntos á um ano. Não seria certo deixá ló assim.

Na verdade eu não me importava eem deixar ele só queria uma distração para não me entregar novamente para aquele Russo delicioso.

- Ah desculpe querida ele não vai, eu reservei meu avião particular e vocês estarão partindo dentro de três horas você deve voltar para casa arrumar suas malas e se despedir dele. Peço pela sua segurança que não revele onde você irá. Ao menos poderão manter contado pelo telefone.

- Mas pai..

- Mas nada Rose, não serão férias lembre disso. E se gostasse desse garoto não estaria tão calma.

Ele tinha razão em tudo, céus como ele pode saber?

- Okay podem me levar para casa sem ser em um porta-malas?

- Claro Ivan cuide disso, quero que não saía de perto da casa até estar na hora de ir para o aeroporto. Dimitri você pode ficar temos que conversar... Minha filha por favor se cuide lá, você é a única coisa que me restou e eu não suportaria perdê lá tão cedo.

- Claro velhote deixe de sentimentalismo estarei de volta viva para saber de tudo o que se passou, detalhe por detalhe.

Eu queria abraçar ele e pedir um de seus poemas para matar a saudade mas eu não podia estava em uma guerra para salvar minha vida e ficar longe daquele homem.

Me despedi com um simples aceno de meu pai e Ivan me levou para casa, ele era sério e detalhista. Via tudo a sua volta e ainda prestava atenção na direção. O caminho foi curto e quando eu cheguei lá estava Adrian aos prantos me esperando.

- Onde você esteve?

- Adrian é uma longa história não posso lhe contar ela por motivos aos quais um dia irá saber, apenas preciso partir por tempo indeterminado. Você não poderá ir comigo mas eu quero que confie em mim pois irei voltar pra você e viver nosso relacionamento um tanto perturbado.

- Eu quero ir com você Rose, eu deixo de tudo pra te seguir.

- Adrian por favor deixe me ir eu irei voltar isso irá custar minha vida eu preciso. Apenas entenda e lide.

Ele quis continuar falar e eu parei de escutar eu não quero lembrar dele sendo um namorado chato, está certo que ele me amava mas eu não correspondia ele porque por algum motivo meu coração ficou em Montana com aquele Russo que estaria indo para o Brasil comigo em poucas horas.

Arrumei o mínimo de coisas que eu precisaria, pedi para que Lissa ficasse com a casa de volta e agradeci a ela por tudo, por pouco que não saiu os motivos de minha partida para minha melhor amiga. Inferno me privaria de me abrir com a pessoa mais confiável que eu já conheci em minha vida. Adrian estava chorando e Lissa também quando chegou a hora de partir. Confesso que chorei pela Lissa eu a deixaria ali sozinha.

Lembrei a eles e a mim mesmo que estaria sempre ligando e falando com eles e que não precisariam sentir saudades.

Fui para o aeroporto quase sendo arrastada por Ivan, eu estava atrasada pra variar, Dimitri estava nos esperando quando eu cheguei .

Vida nova vem pela frente será que terei forçar para aguentar tudo isso?

Don't let me goOnde histórias criam vida. Descubra agora