__Não acredito que ele fez isso!__ eu digo pela vigésima quarta vez desde que saímos da sala do trono.
__Fique calma Ariel, talvez ele mude de idéia...__começa Linguado.
__Ele não vai mudar de idéia! Você ouviu o que ele disse. "você está proibida..." Eu estou de castigo! C. A. S. T. I. G. O.!!__grito um tanto alto demais.
Linguado abre a boca para dizer algo mas pensa melhor e não diz nada.
***
Nadamos para um lugar que somente Linguado e eu conhecemos.
E que Poseidon não permita que meu pai descubra...Minha gruta dos tesouros fica em um canto afastado de Atlantis. Não muito longe, mas bem escondido.
Era um rochedo comum: rodeado de corais, algas e rochedos menores.
Porém, uma daquelas rochas, a mais acinzentada, ao ser movida, revela a entrada para uma enorme gruta. Lá dentro, eu guardo todas as coisas humanas que encontro.Nos aproximamos sorrateiramente da pedra cinzenta.
Desde que saímos do castelo de Atlantis eu tenho a sensação de estar sendo seguida...
Olho para todos os lados mas não avisto ninguém.A sensação não desaparece, mas, mesmo assim, empurro a pedra e Linguado e eu entramos. Com um baque seco e um grunhido estranho a rocha volta sozinha para o lugar.
Suspiro. Esta gruta é meu lugar preferido. Eu me sinto tão feliz aqui...
__Sabe Linguado, eu realmente não consigo entender porque meu pai odeia tanto os humanos.__comento.__Eles nunca nos fizeram mal.
Linguado faz que sim com a cabeça mas estava ocupado aconchegando-se no círculo felpudo que os humanos usam para colocar no chão de suas casas.
__Linguado! Você está me ouvindo?!
__Hã... O que? Sim, sim, estou ouvindo cada palavra...
__E o que foi que eu acabei de dizer?__questiono, levantando uma sobrancelha.
__Você disse...hã...que seu pai ama pelicanos?
__Oh Poseidon, daí-me paciência!__exclamo__eu estava dizendo que meu pai odeia os humanos e eu não entendo o porque... Será que ele está escondendo alguma coisa?
Linguado pensa por um momento apoiando uma de suas nadadeiras azuis no queixo.
__Acho que não...o que ele poderia esconder?
Dou de ombros. Estou mais preocupada em descobrir onde vou colocar meu abruguzumba.
Nado pelas enormes fileiras de pedra, que são, na verdade, elevações nas paredes da gruta. Estão todas cheias.
Encontro um lugar perfeito para o meu abruguzumba, bem entre o guilumburarde e o daliquedrone. Todos são feitos de metal e do mesmo tamanho.
__Posso dizer que sou alguém que tem quase tudo?__pergunto para o nada, contemplando meus lindos tesouros.
Linguado sorri e responde:
__Hum...deixe-me pensar...acho que você tem mais coisas aqui do que os próprios humanos!
__Então sim! Tenho tudo aqui.__concluo satisfeita.
Dou uma volta completa pela caverna arrumando e admirando todos os objetos dispostos nas fileiras e pelo chão.
As vezes me pego imaginado como estes tesouros seriam lá na terra dos humanos, longe da água do mar.
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A Pequena Sereia
FanfictionTodos já ouviram falar da história da linda sereia de longos cabelos vermelhos, cujo maior desejo era se tornar humana e conquistar seu belo príncipe encantado. Nesta nova versão do conto, a nossa pequena sereia mora em Atlantis, o sétimo reino do...