Capítulo Trinta e Dois

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André mantém o seu habitual sorriso cínico de sempre. Ódio me consome em vê-lo. Tudo que eu mais quero, é quebrar aquela cara dele. Mas, preciso ser cauteloso.

- Como vai, Miguel? - andré surge no último degrau da escada principal.

- Cadê a minha filha?

Dou alguns passos na sua direção. André descia a escada mostrando não estar com nenhuma arma na mão. Porém, sei que ele deve ter uma escondida na roupa. Também tenho uma no abdome.

- Não se preocupe priminho. A sua querida filhinha está sã e salva.

- FALA MALDITO! ONDE ESTÁ A MINHA FILHA? - puxei a arma da minha cintura e apontei para ele.

André faz menção de paz e sorri.

- Se me matar, nunca mais verá ela.

André continua a caminhar. Em nenhum momento ele parece ter medo. Pois, eu poderia matá-lo alí, mais o que me preocupa é a integridade física de Celina. Abaixo a arma e faço uma proposta.

- O que quer em troca dela? - André fica a mais de dois metros de distância.

André tira da cintura uma arma e a limpa com um pano que pegou do bolso.

- E se você me desse toda a sua fortuna?

Engulo em seco. A construtora Vilar é tudo que a minha família tem, mais se a proposta do André for realmente verdadeira, não pensaria duas vezes em renegar tudo pela a minha filha.

- Onde eu assino? - André abre um vasto sorriso.

- É assim que eu quero ver você priminho, rendido. - André aponta a arma na minha direção. - Agora. Coloque devagar a sua arma no chão.

Hesito um pouco, mas logo faço o que ele pediu.

- Cadê a Celina? - pergunto com as mãos levantadas.

André fica mais perto de me, e dar um soco com força na minha cara, fazendo-me virar a cabeça pro lado. Sinto meu nariz escorrer um líquido quente, pego com a mão e vejo sangue. Cerro meus punhos, mas logo sou atingido com um golpe na minha barriga, e em seguida nas pernas, que faz com que eu caía no chão. O infeliz vem até em mim, e diz:

- Agora diz Miguel, se. Você é mais forte que eu. DIZ! - André estava descontrolado.

Do chão dou-lhe uma rasteira que o faz cair também e soltar a arma para o lado. Levanto rapidamente, dou vários pontapés naquele maldito, e pego a arma.

- Você sempre foi um idiota. - puxei o gatilho. - Agora fala de uma vez, ou será o seu fim. - ponho meu pé na garganta de André, quase o impedindo de respirar.

- Ela está num orfanato! - a voz dele sai fraca.

- Qual?

Um barulho vindo dos fundos me distrai por alguns minutos, que é o suficiente para o André me derrubar novamente no chão, rapidamente o infeliz fica em cima de me. Porém, não larguei a arma que disparou com a batida da minha mão no chão.

André arregalava os olhos em receber o tiro certeiro no peito, o empurrei pro lado e fiquei de pé. Antes mesmo que o André pudesse piscar os olhos, ele já estava morto.

- Ele morreu? - o delegado pergunta ao meu lado.

- Não vê? - Barreto me encara. - Por que entrou antes do combinado? E se minha filha estivesse aqui, ela... - paro, pois não queria nem imaginar.

- Vocês demoraram muito. - Barreto se abaixa e pega a arma com um lenço.

Os demais policiais entraram, e fazem o resto do procedimento. Um marca o local onde André está, outros usam fitas para circular o local, e outro anota tudo num bloco.

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