Capítulo Sete

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Depois de um século, finalmente conseguimos entrar na casa noturna. Mas devido a boate estar cheia, com todas as mesas ocupadas, a única solução para Luiza e eu é ficarmos em pé no meio da pista de dança. 

Sinto-me um pouco desconfortável com a aglomeração de pessoas no primeiro piso, ao contrário de Luiza que se requebra ao som da música. Para conseguir esse tal efeito de minha amiga preciso primeiramente ingerir alguma bebida alcoólica.

Admito que não sou a melhor pessoa para companhia em festas. Prefiro ficar em locais um pouco mais silenciosos e calmos. Definitivamente não sou adepta a dançar em público, simplesmente por ser tímida. Porém, quando estou toda pintada de tinta assumo um papel a qual estou executando.

- Vamos Laurinha se solta. Aqui não é um enterro para ficar tão séria. - ela fala alto suficiente para ouvir.

- É que não me sinto bem dançando em público sem toda aquela tinta. - falo perto do seu ouvido.

- Ah qual é!? Você dança muito bem. É só deixar a melodia te guiar... - Iza é pega de surpresa por um homem que a agarra e a beija no meio da multidão.

Com os olhos arregalados, penso em ajudar minha amiga com o tarado, mas vi que ela corresponde com muito entusiasmo  ao beijo. Logo, Luiza se atraca no pescoço do cara e ambos se pegam no meio da pista. Suponho que seja o tal do Daniel. Aproveito para  sair de fininho entre a multidão, e vou rumo ao bar.

Prossigo para o bar, que por incrível que seja, está tão distante diante do esforço que faço para passar entre a multidão. Droga! Alguém piscou no meu pé causando uma dor absurda no ao meu dedão. Isso é outro fato de não gostar de aglomeração. Talvez, uma bebida venha a calha para mim inibir.

- Olá, gatinha. - uma mão grande segura com firmeza a minha cintura fazendo-me parar. - Sozinha? Posso te fazer companhia?

Um homem ruivo com uma barba grande e também ruiva me faz parar. O fito sem paciência para o dispensar. No entanto, o ruivo não pensa da mesma maneira. O faço tirar a sua mão de cima de me.

- Não. Não preciso da sua companhia.

Virei para continuar o trajeto até o bar, mas uma mão segura o meu braço impedindo de continuar. Maldito ruivo que  não aceita um não. O analisado agora, percebo que ele está bêbado.

- Larga essa sua mão imunda de cima de mim! - falo ríspida.

- Qual é bebê? - hã? Bebê? Já chega. - Deixa eu beijar essa boquinha...

Não o esperei terminar a frase e chuto o saco dele fortemente. O homem caí de joelhos no chão segurando onde dói. Apesar da música alta solta no ambiente, consigo ouvir os seus palavrões. Sorri por satisfeita e retorno a andar para o bar.

- Uma cerveja por favor? - peço para o barman tatuado.

Enquanto ele vai pegar a bebida, olho para onde estava a procura de Luiza, mas não a vejo no local e tampouco na pista. Fico um pouco preocupada com o sumiço dela. Será que ela foi raptada pelo o bonitão que a atacou? Não.

- Aqui estar.  - volto a atenção para o rapaz.

Quando vou pagar a cerveja , um imbecil a pega rapidamente do balcão.

- Essa cerveja não é sua, seu... - Aí. Meu. Deus.

- Perdeu a fala, "mocinha"? - o babaca do Miguel enfatiza o mocinha com arrogância.

- Deixa de ser infantil e devolve essa cerveja.

Ele ri com o meu pedido. Um perfeito sorriso com dentes também perfeitos. Maldito! Devo admitir que o infeliz é lindo apesar de ser tão arrogante.

-Não acredito que esteja implorando por uma cerveja de quinta categoria?! - Miguel devolve a bebida para o barman - Tome. E traga uma garrafa de uísque da mais cara.

- Aqui está senhor Vilar. - o barman entrega ao senhor arrogante segundos depois.

Miguel puxa do bolso da calça jeans um maço de dinheiro e entrega ao homem atrás do balcão.

- Fique com o troco! 

Fico enojada com a presença de Miguel e quando ía saindo de perto do bar, uma mão grossa segurou o meu braço impedindo de sair. Fito primeiro onde ele está segurando firme, e logo depois o encaro confusa.

- Calma princesa! Não pense que esqueci do seu pagamento, na noite onde você... Bem, teve que sair antes do final do seu expediente. - friamente ele balança a garrafa. - Esse uísque cobre todo o valor do seu bico, cobrado naquela noite.

Fico o encarando. Como alguém tão lindo e rico pode ser essa pessoa fria e arrogante?

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