Capítulo Dezenove

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Miguel como sempre é um causador ambulante de decepções. Não compreendo o por quê de suas atitudes grosseiras e agressivas. Tudo que ele toca ou diz me fere de uma maneira incalculável. Ao confessar sobre o seu passado nebuloso, Miguel deixou-me ainda mais confusa, mas, quando ele disse que estava apaixonado por me meu coração bobo encheu-se de esperança, que bobagem, o próprio confessou que não pode desfazer o noivado por motivos que não foi esclarecidos. Com certeza o dinheiro deve estar envolvido no meio. Tenho que cortar pela a raiz esse estupido sentimento que está nascendo no meu coração.

- Como se sente Biel? - pergunto ao Gabriel que acabara de abrir os olhos.

A culpa foi toda minha por ele ter sido agredido por aquele brutamontes. Devido a agressão que Gabriel sofreu do Miguel, ele ficou com o olho esquerdo roxo, quebrou o nariz e algumas manchas roxas pelo o corpo. Em ouvir minha voz, diz:

- Quebrado, mas satisfeito por estar aqui.

- Desculpa pelo o ocorrido? Não queria que nada daquilo tivesse acontecido. - peço envergonhada.

- Não foi culpa sua. Ele que é um imbecil! - quando Gabriel tenta virar para me olhar melhor, ele se queixa de dor.

- Não se mexa, por favor?!

Ele ri.

- Odeio hospital. Sinto-me inútil neste lugar. Prefiro o cemitério a isso. - brinca.

- Não diga uma coisa dessa.

- Sabe o que poderia mim ajudar a melhorar rápido?

- O quê?

- Um beijo seu. - Gabriel pisca o olho bom.

Fico paralisada com sua resposta. Posso está muito magoada com o Miguel, mas ele é o único homem aquém quero beijar e ser beijada. Gabriel o considero como um amigo.

- Tudo bem! - nervosa, o beijo na bochecha.

- Não era no local que queria, mas tá valendo.

A tarde Gabriel recebeu alta, e o ajudei a levá-lo para seu apartamento. Fiquei um tempinho com ele fazendo-o companhia e depois fui embora.

(...)

Acordo com uma dor de cabeça insuportável. Levanto ainda sonolenta da cama em direção ao banheiro, sem querer deixei o espelho de mão que estava sobre na cômoda, cair no chão e quebrar-se em vários pedaços.

- Droga!!! Mais sete anos de azar. - abaixo para catar os grandes cacos, os embrulho com papel higiênico e jogo no saco plástico. - Que bela maneira de começar o dia, hein Dona Laura?!

Saio do banho as pressas, fugindo do ar frio que se instalou no banheiro devido o chuveiro elétrico ter quebrado. De braços cruzados, abraço fortemente o meu corpo para acabar com o frio. O dia tinha que amanhecer nublado logo hoje, justo quando o chuveiro tá quebrado. Passo os olhos pelo relógio de parede e vejo que estou atrasada.

- Merda!!! - pego a primeira calça jeans da gaveta, uma blusa moletom velha e visto.

Apanhei a mala do chão, e saí em disparada do quarto. Desço a escada quase correndo, quando chego no hall Dona Teresa mim chama.

- Menina? Não vai tomar o café da manhã minha filha? - pergunta enxugando as mãos com um pano de copa.

- Não dá Dona Teresa! Estou atrasada. - digo já abrindo a porta de entrada.

- Pelo menos leve o guarda-chuva. O tempo hoje tá nebuloso.

- Preciso ir. Beijos. - não dou ouvidos a senhora e saio.

Desço num ponto de ônibus que fica próximo ao hotel, em que haverá uma festa de casamento chiquérrimo e pela qual fui contratada. Faz uma semana que não voltei para a empresa do Miguel, depois do ocorrido, então decidi voltar a fazer o que sei, ser artista. Sigo para a recepção.

- Olá! Me chamo Laura e estou aqui à serviços da senhora Helena. - digo a recepcionista.

Ela olha algo no computador e diz:

- Assim! Helena aguarda no quarto 212 no 11° andar.

Fico totalmente confusa. Pensei que tivesse que seguir para um salão de festa e não para um quarto de hotel. Apesar da confusão, pego o elevador e subo para o andar indicado. De frente o quarto 212 bate a porta.

O estranho é que ninguém vem abrir a porta. Do nada, a mesma é aberta segundos depois. Passo pela fresta e não vejo nenhuma pessoa.

- Olá! Senhora Helena? - chamo no hall, mas ninguém responde.

Quase tenho um ataque cardíaco quando alguém mim agarra por trás.

- Me solte! Socorro! Socorro! - grito amedrontada.

Uma mão tampa minha boca, impedindo o meu pedido de socorro, e sou bruscamente virada para ficar de frente para... O Miguel?

- Miguel? - minha boca forma um O de tão surpresa estou. - Me largue! - e assim ele faz.

- Oi! - força um sorriso.

- O que faz aqui?

Miguel vai até a porta e a fecha. Retorna para perto de me, e diz:

- Precisamos desse momento para conversarmos. - sinto angústia no seu tom de voz.

Diante da sua atitude impulsiva ontem no parque com o Gabriel e sobre aquela maldita proposta, não posso pegar leve. Tenho que ser firme e forte.

- Falar como o Gabriel está?! Ou sobre o não aceito ser sua amante? - sou fria.

Miguel passa a mão no cabelo, deixando os fios todos despenteados. Que moreno! É o pecado em pessoa.

- Laura, por favor, desculpe-me por tudo. - Miguel fica tão perto de me que sinto sua respiração. - Sei que agi mal em ter te enganado. Também sei que não deveria ter agredido o Gabriel, mas é que em vê-lo ali te admirando o medo e ódio subiu a minha cabeça. Medo de perdê-la pra ele e ódio por ter afastado você de me. - acaricia minha face. - Por reconhecer meus erros a fiz vim até aqui, afim de reconquistar a mulher que amo. - fico com os olhos arregalados.

Me ama? Ele disse que ama-me? Não posso acreditar.

Miguel mim surpreendente com um beijo roubado. O beijo dele é tão bom, que poderia passa dias, meses até anos só o beijando mesmo que as câimbras me atingisse. Seus lábios transmitem um pouco do que ele sente por me, o mesmo que eu. Como um relâmpago lembro-me do que ele fez e o afastei.

- Não Miguel. Estou muito magoada com você. - uma lágrima desce pela a minha face.

Ele enfia a mão no bolso da frente da calça jeans e tira de lá um anel, especificamente uma aliança.

- Essa aliança não significa nada pra mim. Ou melhor dizendo, ela não significa nada na minha vida... Mas, você significa tudo. Percebi isso tarde, e perdi você. Mas, não quer dizer que desisti de te querer, não. Então, fiz o que tinha que fazer. - Miguel vai até a janela, a abre e joga fora a aliança. - Terminei o noivado.

Subitamente meu coração encheu-se de esperança. Uma alegria incalculável que preencheu esse pobre coraçãozinho magoado e machucado. Não sei se devo acreditar nas suas palavras.

- Fica comigo Laura? - Miguel dá um selinho na minha boca. - Aceita namorar comigo?

Iai gente?? Vocês acham que ela deve aceitar? Deixem suas respostas. Beijoooos.

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