Lá se vou, mais uma vez para a luta diária. Pego a velha mala do chão, onde estão as minhas poucas roupas e os materiais de trabalho.
Desço a rua até o ponto de ônibus próximo, onde o mesmo já está vindo na avenida, e dou graças a Deus por não ter que ficar horas em pé a espera do transporte. O ônibus para na parada e entro. Pago a passagem ao cobrador e vou direito para o banco de trás, perto da saída.
Como o bairro de gente chique para qual fui contratada para trabalhar, fica muito longe de onde moro, pego o meu antigo celular - que, aliás, só pega rádio, juntamente com os fones de ouvidos, sintonizando numa estação de rádio qualquer. Fecho os olhos para absorver melhor a música que está tocando, assim permitindo mergulhar nos meus pensamentos.
Com o solavanco causado pelo o ônibus ao parar no ponto, abro os olhos bruscamente ficando em alerta. Pego a mala e desço do veículo.
Caminho um bom pedaço, até que finalmente chego ao meu destino. Fico fascinada com a grandiosidade do condomínio, observando as mansões luxuosas dalí. Tinha noção que o bairro era habitado somente por pessoas ricas, mas me enganei completamente. Sem dúvidas que estas mansões pertencem a milionários. Afastei pensamentos ilustres de como seria ter uma vida assim. Começo a caminhar para a cabine de seguranças do condomínio. Mas, antes parei em frente a uma placa de rua, para verificar se realmente este é o local. Enfiei a mão no bolso de trás da calça jeans surrada pegando o papel amassado, que naquela manhã escrevi o endereço da casa. Abri e pude conferir que estava no local exato.
Contínuo andando a passos largos, até que já estou de frente a cabine de segurança. Aperto o interfone e um velhinho negro aparece na pequena janela.
- Boa noite! Posso ajudar senhorita? - pergunta o senhor de idade sorrindo amigavelmente.
- Boa noite. Eu. Vim para trabalhar na festa da família Vilar. - digo sorridente.
- Um momento, sim? - o senhor pedi.
- Ah sim, claro.
Depois de aguardar uns cincos minutos o senhor retorna a janelinha.
- Como se chama senhorita?
- Laura. Laura Ferraz.
- Um minuto.
Enquanto o senhor fala ao telefone, um carro vermelho super luxuoso para diante do portão. Passo os olhos pela a máquina, e logo percebo que é uma Ferrari.
Até então, não tinha percebido o deus grego moreno de olhos verdes no volante, apertar furiosamente a buzina. Desvio um pouco o olhar para o banco do carona e vejo uma bruaca loira oxigenada, me analisando dos pés a cabeça. A vaca loira fez uma careta de desgosto, torcendo o nariz. Vadia esnobe, penso. O homem por sua vez, nem me nota.
- Desculpe-me senhor Vilar pela a demora, o portão já esta liberado. - fiquei puta da vida. Cheguei aqui primeira e ainda permaneço aguardando para entrar, e só bastou o senhor arrogante buzinar de dentro do seu carrão e foi logo entrando. Tudo bem que o Senhor Todo Poderoso, seja alguém da família Vilar, mas isso é muito injusto.
Com a entrada livre, ele pisa no acelerador sem nem ao menos agradecer o senhor da cabine. Além de arrogante é mal-educado, idiota, penso.
- Senhorita? - chama-me a atenção o segurança.
- Sim.
- Já pode entrar. A mansão é a primeira da esquerda,mas deve seguir pela área dos fundos da casa, sim!?
Assenti a cabeça positivamente, para logo em seguida o agradecer e passar pelo o enorme portão.
Prosseguia a andar calmamente rente ao gramado da área dos fundos. Já posta a frete da porta da cozinha, ponho a mão na maçaneta e a abro lentamente.
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Além Do Corpo - Completo
RomansaLaura Ferraz, nunca teve uma vida fácil. Abandonada recém-nascida em um orfanato de freiras, onde viveu por dezoito anos, ao lado de tristezas íntimas e pequenos momentos de felicidades que as irmãs lhe propôs. Como não foi adotada, assim que ficou...