Capítulo Vinte e Sete

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Um mês depois...

Assumi a presidência da construtora Vilar, na ausência de Miguel. Os dias não estão sendo fáceis, mas estou sendo forte o suficiente para enfrentar cada obstáculos que apareça.
A solidão é avassaladora. Ter que chegar em casa e não encontrar o Miguel, está sendo insuportável. Mas, é preciso seguir adiante por nós. Aguardo ansiosamente o dia em que meu amor sairá do coma. Cada dia, cada minuto, segundo estão sendo contados.

- Vá para casa filha. Descanse um pouco. Eu ficarei com ele. - Cecília chega no quarto.

Estou vindo ver Miguel no hospital, todos os dias, e todas as vezes que tenho um tempinho.
Depositei um beijo em seus lábios pálidos.

- Como está a pequena Celina?

Acariciando minha barriga respondi:

- Otima. Para falar a verdade super saudável.

A poucos dias fiz uma ultra-som, e logo de primeiro pude ver o sexo do bebê. É uma menina. Miguel não negava o amor que sentia por sua amada mãe, Celina, então, escolhi o nome dela para nossa filha.

Aí Miguel! Volta logo para nós.

- Graças a Deus! - Cecília me abraça. - Agora, vá para casa descansar. Vocês precisam.

Como não adorar a avô de Miguel? Simplesmente a admirei desde o primeiro dia que a conheci.
Hoje ela ocupa uma vaga muito importante na minha vida. A qual pertencia a minha mãe, que nunca cheguei a conhecer.

- Certo. - beijo novamente o Miguel. Despeço de Cecília, e volto para casa.

Hoje será mais uma noite sem dormir. O que se tornou frequente, desde o acidente.

***

Uma semana depois...

Cheguei na empresa exausta. Apesar de ter conseguido dormir esta noite, não foi o suficiente para descansar, pelo os dias em claro.
Guardo o óculos escuro na bolsa, pego alguns papéis que Suzi deixou devidamente separado em cima da mesa. Começo a ler.

A minha manhã foi toda dedicada a fechar negócios com uns sócios. Já na parte da tarde fiquei livre, e então, fui fazer uma visitinha ao Miguel.

- Sei que pode sentir a presença de nossa filha. - posso está louca, mas, toda vez que estou com Miguel, pego a sua mão e faço carícias na minha barriga. Para que ele também sinta a magia de sentir a nossa filha crescer dentro de mim. - Logo, logo ela estará com a gente meu amor... - de repente Celina chutou a minha barriga, exatamente onde a mão de Miguel estava.

Dou risadas alegremente.

- Sentiu querido? - fico boba. - Ela disse que também te ama.

***

Prestes de acabar meu expediente, um homem aparentando ter quarenta anos, veio me ver. Ele disse que abriu um processo contra Alice a mando de Miguel.

- Então, senhora? - fica a pensar. - Devo prosseguir com o processo?

Se Miguel procurou esse homem, Cristóvão para resolver tal assunto, acho que devo fazer a sua vontade.

- Sim. Prossiga. - digo decidida.

- Certo. - o homem levanta-se da cadeira, e despediu-se de mim.

Não faço a mínima idéia dos planos de Miguel, em relação a Alice. Sei que há algo mais, pois ele simplesmente poderia não assumir o filho dela, já que ele não é o pai. Mas não, ele abriu um processo.

Será que tem haver com o maldito contrato entre as famílias de ambos? Sim. Deve ser isso.

- Preciso achar esse contrato.

***

Três dias depois...

Vasculhando cada pedaço do apartamento, fico cada vez mais intrigada com esse maldito contrato. Suspiro cansada. Afinal, minha barriga não para de crescer. E cada dia está pesando mais.
Exatamente hoje, estou no sexto mês de gestação.

- Ufa! - suspiro.

Após recuperar as forças, retorno a busca pelo o apartamento. Depois de tanto insistir, achei o que queria. Miguel é esperto. Guardou o contrato no lugar mais inusitado, na caixa de cereais.

Com o contrato na mão, leio atentamente cada cláusula. Como alguém pode se submeter a tal contrato? Como Miguel se submeteu a isso? Deveria está cego. Com certeza. Cego com as palavras de seu pai.
No maldito contrato, fica claro que Miguel e Alice deveriam se casar, mediante a quaisquer circunstâncias, e unir ambas famílias para se formar um império. Caso um deles desistisse, ou morresse, o outro ficaria com tudo ao que pertencia a outra família.

- Será que o acidente foi uma... - respiro fundo. - Tentativa de homicídio? Meu Deus... Miguel?

Rapidamente pego meu celular, disco o número de Cecília.

- Cecília? - minha voz sai desesperada. Talvez por que estou desesperada.

- Aconteceu algo filha?

- Diga que está com o Miguel?

Cecília faz uma pausa.

- Cecília? - chamo por ela.

- Sim. Estou com ele.

Um alívio se instala no meu peito.

- Ótimo. Vou encarregar dois seguranças para ficar de prontidão aí... - ela me interrompe.

- Não entendi. Por que o Miguel precisará de segurança?

Explico tudo para ela no telefone. Cecília também fica horrorizada. Ela sabia do maldito contrato, mas não conhecia as cláusulas.

- Preciso desligar. Mais tarde chego aí.

Desligo o celular. Volto a atenção para as linhas no papel branco um pouco amarelado.
Lendo mais um pouco, acho uma cláusula. A mesma diz que, se um filho fosse concebido fora do contrato - tipo, com outra pessoa. O contrato era cancelado. - Talvez, para não se envolver com os bens do outro.

- Então... Está aí a razão pelo o qual Miguel abriu um processo contra Alice. Ele queria se ver livre do contrato.

Duas semanas depois...

Me despeço de Miguel, e sigo para o shopping com Luiza. Preciso terminar de comprar o enxoval de Celina.

Passamos a tarde toda perambulando em várias lojas de bebês. Comprei roupinhas, o enxoval do berço, também comprei ursinhos de pelúcia, e outros mimos para a minha pequena.

O quarto de Celina, quem está decorando é a Luiza. Aliás, ela fez questão. Tudo está lindo. Queria tanto que Miguel esteve nos acompanhando nesses momentos. Mas, tenho fé que ele acordará logo.

Fazemos uma parada na praça de alimentação, para fazermos um lanchinho.

- Hum! Que sanduíche gostoso. - tava com tanta fome que até gemi comendo.

- Que fome é essa hein amiga? - luiza ri bastante da minha cara.

- Isso se chama, fome.

Fazia um tempão que Luiza e eu não tínhamos mais colocado o papo em dias. Mas, hoje aproveitamos a oportunidade. Conversamos, na verdade por muito tempo.

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