Góticos também amam 2.0

87 6 11
                                    


A casa estava em um extremo vazio. Todas as luzes apagadas, a única claridade vinha da televisão da sala conectada a um notebook. Estava apassando um anime japonês/chinês/coreano. Sério. Só a Elsa sabia a diferença entre eles.

Ela estava sozinha deitada no sofá. Felipe estava na cozinha.

—Brigadeiro é comum em Portugal? — Vinha ele da cozinha, com muma prato em mãos.

—Por Sid Vicios! Não acredito que fez brigadeiro. — Elsa cruzou os braços. — E não. Não é. Só conheci brigadeiro quando cheguei aqui.

Felipe revirou os olhos e colocou o prato sobre a mesa de centro e sentou-se ao lado de Elsa.

—É claro que eu não fiz. Esse brigadeiro está na geladeira desde ontem, foi a Jéssica que fez. E é a única coisa pronta pra comer, eu odeio pipoca de micro-ondas. — Explicou Felipe.

Elsa deu os ombros e esticou o braço para pegar o prato. Tinha duas colheres nele, ela pegou a menos e lambusou-a no chocolate e levou até a boca.

—Nossa, é realmente delicioso. Mas prefiro doces portugueses. — Elsa torceu o nariz e passou o prato pra Felipe.

—Eu gosto bastante. — Disse o garoto, passando a colher pelo chocolate.

Um, dois, três episódios. E ambos já estavam bêbados de sonos e estressados pela demora do resto do pessoal.

—Ou esse show tava muito bom ou eles se perderam. — Resmungou Felipe, que fitava a televisão.

Silêncio.

—Ótimo, agora eu tô falando sozinho. Não mereço. — Reclamou o rapaz, fitando a garota que cochilava.

Elsa estava deitada com as pernas dobradas, tentando se espremer ao máximo para suas pernas não chutarem Felipe. Seus cabelos estavam bagunçados, sua respiração era calma e ela dormia serenamente. Felipe nunca a achou mais bonita.

E por um momento, o Kilijoy se sentiu ridículo por observar a amiga daquela forma. Amiga.

Felipe desligou a TV, guardou o prato de doce e se aproximou do sofá antes de subir ao quarto. Se negou a acordar a garota. Respirou fundo e deu um beijo em sua bochecha direita.

—Sonhe com Gerar...

—Esquerda. — Elsa interrompeu Felipe, sussurrando de olhos fechados.

O garoto franziu a testa.

—É o que?

—Mais pra esquerda. — A portuguesa riu e abriu os olhos. — Me beije mais pra esquerda.

Felipe ainda estava com cara de "mãe, não tô entendendo nada". Elsa revirou os olhos e puxou o pescoço do garoto pra perto de si, e o beijou. Ambos compartilharam o doce gosto de brigadeiro velho e suco de amora quase fora da validade.

Felipe retribuiu o beijo e enroscou os dedos nos cabelos negros da garota aproximando-a cada vez mais de si. E por fim, se soltaram, ambos com um olhar baixo e uma risada fraca de Felipe.

—Ainda bem que a May não está aqui. Elsa surtaria.

[...]

—Vitória! — Mayla gritou, fazendo o grupo inteiro parar. — São quase 50 metros, meus pés estão gritando. Pra onde caralhos a gente tá indo?! E A PÉ!

Vih bufou, revirando os olhos e virando-se para a KatyCat.

—Gata, estamos em Copacabana alma da minha cidade. Só tem coisa boa por aqui e estou levando vocês a um lugar que tenho certeza que vão adorar. — Riu Vih e direcionou o olhar até alguns garotos, e fez uma expressão confusa. — Ou não. Ai, o que importa é que vai ser uma ótima experiência.

Férias OSÉBMOnde histórias criam vida. Descubra agora