Eu não me importo em me acharem a antipática estraga prazeres do grupo. Por mais que eu seja emotiva, sensível ao extremo e todo e qualquer problema parece me incomodar, seja ele um simples ferimento ou até mesmo um tiro, tem um motivo pra eu parecer ser assim.
Sofri bullying por diversos anos da minha vida - dois mil e doze foi o ano em que este problema se agravou - e acredito que por isso eu seja vista como uma pessoa ignorante/antipática. Eu me escondo atrás de uma máscara de ironia e sarcasmo, porque, afinal, eu sou frágil e não quero sofrer mais. Sofro com baixa auto-estima e vários outros problemas, embora esconda-os da melhor maneira possível para os que vivem ao meu redor.
Como eu disse, em 2012 minha situação com o bullying piorou. As pessoas riam de mim o tempo todo, eu realmente não tinha amigos, faziam piada de mim por tudo e eu me sentia o maior lixo, nem as crianças do ensino fundamental I queriam falar comigo por conta disso. As pessoas que eu julgava "amigas" me apunhalaram pelas costas e foram as primeiras a fazer piada comigo, eu tinha 10 anos na época, foi horrível. Uma vez, inclusive, eu estava na portaria esperando meu transporte quando as pessoas ao meu redor começaram a cochichar e rir e eu comecei a achar que era sobre mim - é sempre assim, qualquer riso eu acho que é sobre mim - e fiquei super cabisbaixa e tals e elas começaram a soltar indiretas, rir e fazer comentários ácidos, eu me encolhi o máximo possível para tentar me esconder, uma delas até falou sobre meu cabelo e perguntou se eu não queria ajuda para penteá-lo, outra falou das tranças feitas nele, e jogaram uma coisa em mim que eu não lembro o quê e meus olhos encheram de lágrima, eu levantei e foi bem na hora que meu transporte chegou, eu sai como um raio e me encolhi no banco segurando a vontade de chorar.
No grupo eu conheci minha melhor amiga ever, a Jhenifer e embora sejamos "opostas'' eu a amo demais, a amo como nunca amei alguém - talvez o Lucca, mas este é outro ponto -, é a minha amiga para todas as horas, eu sei que posso confiar nela. O Lucca é outro, ele é meu verdadeiro porto seguro, é o que aguenta minhas crises sentimentais e ouve meus problemas e ajuda-me a superar tudo isso e , nos últimos dias, as coisas estão diferentes entre a gente. Eu me sinto tão bem com ele. O Math é meu mais novo amigo e, embora não tenhamos a maior intimidade do mundo, confio nele e sinto que podemos ser ótimos amigos no futuro. Com suas doces palavras e sua forma feliz de viver ele consegue melhorar meu humor como mais ninguém faz - talvez o Lucca ou a Jhen, but - e por isso sou grata por tê-lo como amigo.
Penso em casar e ter filhos em algum momento da minha vida embora este não seja agora, quero ser livre, conhecer outros lugares, outras pessoas, respirar outros ares... Me fará bem, acho.
Eu sou "difícil" de lidar, tenho crises sentimentais constantemente e mudo de humor com muita facilidade. Não costumo me apegar muito às coisas, sério, mas quando o faço é para sempre, eu sou ciumenta com quem gosto e tenho medo de ser abandonada novamente. E acredito que seja por isso que crio várias e várias personalidades para todas as pessoas da minha vida, e, embora sinta-me culpada por não deixá-las me conhecer por completo, não consigo evitar, sinto medo de ser rejeitada, sinto medo de ser excluída novamente.
Math sempre me chama de psicopata e quase sempre as pessoas não entendem o porquê. É uma piada interna entre a gente. Um dia, estávamos conversando e contei a ele umas histórias meio "obscuras" da minha infância (e ele contou uma experiência dele que foi pior do que todas as minhas, but) e ele começou a me chamar assim. Já coloquei sal na água da minha avó por brincadeira mas ela era hipertensa - eu não sabia desse detalhe -, fiz meu primo beber duas garrafas inteiras de água porque queria que ele explodisse, fiz minha amiga descer o morrinho de arenoso aqui em casa com a bicicleta, já passei trote para a minha avó dizendo que a filha dela tinha sido presa, já pulei o muro da casa da vizinha quando minha mãe tinha ido comprar meu remédio pra ficar com meu pastor alemão - a coitada quase morreu do coração -, já atropelei um menino aqui na rua de bicicleta, minha mãe disse que eu voltei a andar - eu tinha parado porque caí nas pedras e fiquei com medo de me machucar de novo - pra enfiar o dedo no olho do meu primo, fugi da casa da minha avó e o doido que me trouxe em casa - e ainda passou sermão em mainha - e vamos parar por aí senão eu passo o resto do dia por aqui.
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Férias OSÉBM
Fiksi RemajaHistória de um grupo de amigos que se conheceram virtualmente através de um grupo no Facebook e, agora, se encontraram pessoalmente pela primeira vez nas férias numa casa de praia no belo Rio de Janeiro! O ninho de cobras OSÉBM virou fic, minha gent...