XXIX

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Eu andava tranquilamente ao lado da Chloe, enquanto Mason vinha atrás de mim conversando com Cooper e Henry. Branca de Neve fazia companhia a João e Maria. Thomas havia levado o carro para uma revisão e manutenção, então decidimos dar um passeio para distrair a cabeça.
- Então, parece que tudo está bem entre vocês dois novamente. - comentou ela, tranquila.
-Sim. Nada que uma boa conversa não resolvesse.- afirmei.
- Ainda bem. Achei que teria que arrastar a cara de uma princesa no asfalto. - confessou ela, orgulhosa.

Gargalhei. Aquilo, eu pagaria para ver.
-Seria épico. - falei, entre risos.
- É. Situações extremas pedem medidas extremas. Eu realmente fiquei preocupada com você. Não quero minha melhor amiga de coração partido. - disse ela.
- Que fofo da sua parte. Eu sei que sempre posso contar com você. Ajudaria-me a ajuntar dos os cacos, não é?
-Sim. Um por um e depois cortaríamos a cara dele.
- E se fosse ao contrário? Eu partisse o coração dele?
-Ai a gente teria que tomar cuidado para não pisar nos cacos. Vai que você fura o pé do jeito que é atrapalhada! - e riu.

Ri junto a ela.
-Eu escutei isso, Chloe.- retrucou Mason.
- Então, já está avisado!- respondeu ela.
- Eu te adoro!- afirmei, abraçando-a.
- Ela me ameaça e você ainda gosta dela? Esse mundo está de cabeça para baixo mesmo.- confessou Mason, colocando a mão na testa.
-Claro. Qualquer pessoa que esteja disposta a te ameaçar para me proteger, merece meu respeito.- afirmei, sorrindo.

Todos nós rimos e continuamos a caminhar. De repente, senti uma coisa passar por mim, empurrando-me. Chloe foi empurrada com mais força e parou no meio da rua. Tudo começou a se passar em câmera lenta. Eu vi o carro, mas não consegui me mover. Ele a atingiu com uma velocidade alta e ela voou em cima do para-brisa, quebrando-o. O carro parou na hora e Chloe caiu no chão, desacordada.
-Nãããããããooo!- gritei, indo na direção da minha amiga.

Meu coração quase saiu pela boca. O motorista saiu do carro. Ele parecia um advogado, vestido formalmente.
-Oh, meu Deus! Eu não vi. Ela surgiu de repente na pista. Eu não consegui parar o carro a tempo.- explicou-se. Ele falava tão rápido e desesperado.

Levantei do chão tremendo e agarrei em seu terno.
-Para de desculpas e chama a droga de uma ambulância!- falei, tentando manter meu controle. Estava muito difícil.

Ele pegou o celular e discou no aparelho. Começou a falar ainda em pânico. Voltei a atenção para minha amiga jogada no asfalto. Olhei ao redor, na tentativa de entender o que aconteceu. Estranhei ao ver Branca de Neve bem na frente do grupo, bem onde eu e Chloe estava. Uma coisa não. Alguém nos empurrou. Ela! Senti minha respiração pesar. Eu queria voar no pescoço dela, mas contive a vontade assim que vi a ambulância parar do nosso lado e para-médicos descerem. Eles me empurraram gentilmente, pedindo passagem e começaram os procedimentos de primeiros socorros. Mason passou o braço na minha cintura e me puxou para si, com o olhar fixado na movimentação. Os médicos colocaram Chloe numa maca e a levaram para a ambulância. Um deles olhou para nós e disse:
-Precisamos de algum conhecido da vítima para acompanhá-la.
-Eu vou.- afirmei, sentindo as lágrimas ameaçando a escorrer.

Mason me olhou por um momento e suspirou.
-Vamos atrás do Thomas para pegar o carro e vamos direto te encontrar. - confessou ele a mim. Então virou para o médico que falará com a gente:- Que hospital estão indo?
- O mais próximo daqui. Hospital de Trauma. - respondeu ele.

Mason apenas concordou com a cabeça e me deu um beijo leve. Eu disse um tchau silencioso e entrei na ambulância. Chloe já estava ligada ao aparelhos, enquanto o automóvel começava a andar. Sentei em um dos bancos e segurei firme na sua mão. A primeira lágrima caiu e a limpei bruscamente. Naquela hora, eu precisava ser forte. Eu estava entorpecida pelo choque que nem vi quando chegamos no hospital. Entramos pelo Pronto Socorro e eles começaram a correr. Fui barrada na porta.
-Precisamos de exames! Rápido! Emergência aqui! - anunciou o médico e virou-se para mim:- A senhorita não poderá entrar. Vá para a recepção e preencha a ficha da paciente. Assim que a levarmos para o quarto, viemos te chamar.
- Tudo bem. - confirmei mais calma.

The Cursed HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora