Decidi que não ia forçar a velocidade enquanto não pegasse a rodovia. Parei em uma lanchonete e comprei algumas latas necessárias para mim. Passei no mercado e comprei um pouco de carne para Twayla. Enquanto ela comia, eu sai do carro e tomei duas da minhas latas geladas de refrigerantes. Olhei em volta e um letreiro luminoso chamou minha atenção. Por que não?!
- Já volto. Por favor, fique aqui! - pedi a tigresa, ligando o ar.Ativei o alarme do carro e fui em direção a loja de tatuagens. Entrei e fui falar com o recepcionista.
- O que quer, flor? - perguntou ele.
- Tem alguma com um sol? - questionei de volta.
- Claro. Dê uma olhada. - e me entregou um caderno.
- E posso fazer agora mesmo? - interroguei, folheando o exemplar.
- Vou preparar a máquina. - afirmou ele, sorrindo e saindo da sala.Continuei olhando, como se olhasse uma revista comum. Era muitas opções, cores e estilos diferentes. Se fosse em outra época, eu teria medo e talvez nem encararia tal ousadia. Mas agora, eu ainda estava à procura de alguma coisa para aliviar a dor, mesmo sendo uma nova dor. Parei em um desenho antigo, cheio de detalhes e um sol no meio. Era estilo tribal e parecia um bracelete. Tentei segui o recepcionista e acabei parando em uma sala bem ampla. Tinha uma maca no meio e vários desenhos na parede. O rapaz saiu de uma sala oposta a que entrei, já com luvas e uma máscara branca. Engoli seco e disse:
- Eu vou querer essa aqui. - confirmei.Ele olhou o desenho e sorriu.
- É rápida. Dá para fazer em três horas. Tem algum problema? - perguntou ele.
- Nenhum. - afirmei.
- Então, se acomode na maca que vou terminar de me preparar. - exclamou ele.Assenti e fui para a maca. Depois de quatro horas, a tatuagem ficou pronta. Demorou mais do que o previsto, pois ele teve que desenhar a tatuagem no meu braço antes de ligar a maquina. Controlei minha respiração e meu corpo, para colaborar com ele. Já era difícil fazer uma tatuagem, imagina só em fazer se mexendo o tempo todo? Coitado! E afinal, mal senti a agulha perfurar minha pele.
Saí da loja, agradecida e decepcionada. Não pela tatuagem. Ela tinha ficado linda, mas pelo meu objetivo não ter sido comprimido. Eu me sentia pior. A cada hora, cada minutos, eu estava mais fraca e magoada. Entrei no carro e virei para Twayla, mostrando a tatuagem nova. Ela rugiu baixinho e concordou com a cabeça, como se tivesse gostado do desenho. Respirei fundo, renovando o ar dos meus pulmões e coloquei o carro em movimento, desta vez em alta velocidade. Liguei o rádio e deixei a música rolar. A batida calma e a melodia triste me chamaram a atenção. Uma parte me atingiu bem em cheio, pois tratava o que eu estava fazendo:
Você só faz essas coisas por desespero,♪
Você está passando pelas seis fases da separação...♪Poxa! Essas indiretas eram fortes. Foquei minha atenção na estrada, na tentativa de apenas curti a música, ignorando sua letra e explicação. Eu sabia que não estava bem e não precisava lembrar disso. Outra música começou e desta vez sua batida era mais agitada. Essa música já retratava uma mensagem minha para Guths:
É minha hora de assumir ♪
Eu sou a chefe agora ♪
Não vou fingir ♪
Não quando você está caindo ♪
Porque esse é meu jogo ♪
E é melhor você vir jogar ♪Eu costumava me segurar ♪
Agora estou me soltando ♪
Eu faço minhas escolhas ♪
Yeah, eu mando nesse show ♪
Então eu deixo as luzes acesas ♪
Não, você não pode fazer com que eu me comporte ♪
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The Cursed Heart
Romance☀Livro II da Série Cursed☀: Alexa estava pronta para dar um grande passo em relação sua vida amorosa, mas o que ela não esperava era uma visita extremamente assustadora de seu pai e mais um integrante de sua família. Sem tempo para resolver a sua vi...