XLII

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☀Narrado por Mason☀

Quando finalmente acordei, desejei não ter feito isso. Levantei e quase gritei de dor de cabeça. Eu estava mal. Corri no banheiro a tempo de jogar tudo para fora no vaso. Meu estômago se contraiu e acabei sentando no chão do banheiro. O lugar era familiar, mas não consegui pensar em um nome. Levantei e joguei uma água no rosto e reparei em mudanças no meu rosto. Meus olhos e nariz estavam avermelhados. Meu rosto estava inchado e marcado com os traços das lágrimas. Aquilo tudo denunciava que mesmo bebendo, eu não parei de chorar (algo terrível de se admitir).

Saí do banheiro, ainda meio tonto e sentei na cama, observando o quarto. Reconheci-o na hora. Eu estava na casa de Scarlett. Respirei fundo, confuso. Como eu havia conseguido chegar ali? Minha cabeça ainda latejava para pensar naquilo.

Toc! Toc! Alguém batia na porta. Endireitei-me na cama e gritei:
-Entre.

Eu não sei bem quem esperava, mas me decepcionei ao ver Scarlett entrar séria no quarto. Ela trazia uma xícara nas mãos. Caminhou até mim e me entregou.
- Café vai te ajudar a melhorar da ressaca. - anunciou ela, encostando na parede.
- Obrigado. - afirmei, bebendo um pouco.
- Leah e Bernardo me contou o que sabiam, mas ainda ficaram muitas coisas confusas, como lacunas em branco.Espero que possa me contar o que aconteceu. - confessou ela.
- Posso, mas não sei se vai gostar de saber. - exclamei.

Contei tudo. Desde o rastreamento até a parte do bar. Foi impossível não gaguejar ou impedir que as lágrimas voltassem a cair ao relembrar minha conversa com a Lexy. Eu nem sabia por onde começar a pensar. Que merda eu havia feito. O duro que simples desculpas não adiantariam. Eu estava realmente lascado.
-Eu acabei ferrando com tudo, não é? - perguntei, completamente triste.

Scarlett limpou suas lágrimas e se recompôs.
- Assim que falei para a Alex que o ladrão era o filho único de Mourioul, ela não queria saber como entraria no castelo, mas entraria. Estava furiosa. Propus para que entrasse disfarçada já que o objetivo de Benjamin envolvia ela ou você. Alex achou muito perigoso te envolver nisso, então saiu sozinha. O plano original era entrar e sair do castelo sem ser percebida com a pedra, depois veríamos como deteríamos o garoto. Alex entrou como se fosse a sobrinha de uma amiga minha que trabalha na cozinha e com um colar que mudava sua aparência. Eu fiz com características distintas dela para não ser reconhecida. Ela usou a desculpa de que havia se perdido na floresta na última remessa de personagens lançada na realidade. Essa era a forma mais segura para ela, ja que corria perigo também. Minha missão era apenas te manter ocupado para que não fosse atrás dela. Em menos de dias, ela descobriu que o Benjamin a caçava. Ele queria saber da localização da Última Protetora ainda viva. No começo, ela tentou trabalhar nas sombras, investigando devagar cada comodo do castelo. Porém, ela não conseguiu se manter neutra. Benjamin começou a tomar interesse por ela e isso a irritava completamente. Eleonora, minha amiga me ligou dizendo que aquilo não daria certo, pois Alex já havia tentando matar Benjamin com uma faca. Na mesma hora liguei para ela e pedi para que não fizesse nada que colocasse mais sua vida em perigo. Foi então que ela teve a ideia de aproveitar a oportunidade. Disse que daquele jeito teria mais acesso lugares. Claro que neguei e disse que isso não ajudaria em nada, mas quem disse que ela me ouviu. Não sei como, mas ainda está disfarçada e procurando. Agora, você foi lá e ... Eu sempre soube que estava sendo muito complicado para ela, mas era nossa única esperança.Nem consigo imaginar como ela está ou se não foi descoberta.- contou Scarlett, olhando para o chão.

Merda! Mas que ( insira um palavrão da sua preferência aqui e que seja um bem forte! A situação pedi isso). O que eu tinha feito? Aquela dor que eu sentia se multiplicou e quase me matou sufocado. Eu queria muito bater em alguém e esse alguém era eu mesmo. Meu Deus, eu havia feito mais burrada que poderia ter imaginado. A Lexy estava em um perigo extremo e tudo por minha culpa. Com que cara eu falaria com ela? Claro que ela não ia querer me ver tão cedo.

The Cursed HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora